Uma semana com LineageOS no Pixel 8: desafios superados e lições aprendidas

LineageOS no Pixel 8: uma semana de testes revela vantagens e desvantagens. Descubra se vale a pena e saiba por que o sistema original pode ser melhor para o uso diário. Confira!
Atualizado há 46 segundos
LineageOS no Pixel 8

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Aqui está o artigo em português, seguindo todas as suas diretrizes:

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Passei uma semana com LineageOS no Pixel 8, e não me arrependo de ter voltado ao sistema original. A experiência com a custom ROM foi interessante, mas a praticidade e os recursos do sistema do Google fizeram falta. Descubra os pontos positivos e negativos de usar uma versão não oficial do Android e por que, no fim das contas, o sistema original do Pixel 8 se mostrou mais adequado para o uso diário.

Antigamente, eu era do tipo que vivia instalando novas custom ROMs. Adorava experimentar as diferentes versões do Android criadas por equipes e fãs apaixonados, sempre em busca de melhorias para a plataforma. Cheguei ao ponto de escolher meus novos celulares Android com base na facilidade de root e desbloqueio do bootloader.

Com o tempo, essa paixão foi diminuindo. As fabricantes começaram a oferecer atualizações por mais tempo, os recursos exclusivos se tornaram difíceis de replicar por equipes pequenas, e o processo de root/desbloqueio ficou mais complicado. Hoje em dia, nem penso mais em custom ROMs quando procuro um novo celular ou tablet Android.

No início de 2025, bateu a curiosidade de revisitar esse universo e ver como andavam as coisas. Como é usar uma versão não oficial do Android hoje em dia? Decidi experimentar a ROM mais popular: LineageOS no Pixel 8, que surgiu das cinzas do CyanogenMod. Instalei o LineageOS no Pixel 8 e usei por uma semana para ver qual era a vibe.

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Vou compartilhar o que amei e o que não amei, mas já adianto o final: fiquei feliz em voltar para o sistema original do meu Pixel.

## O que me encantou no LineageOS

De longe, a melhor coisa do LineageOS é a sua leveza. Depois de uma instalação limpa, o sistema vem praticamente vazio. Só tem os aplicativos essenciais: navegador, player de música, galeria, gravador de som, e só. Se você optar por não adicionar os aplicativos do Google, nem a Play Store aparece. Essa falta de bloatware é revigorante.

Essa leveza não significa falta de recursos. O LineageOS 22.1 é baseado no Android 15 e inclui todos os recursos mais recentes que o Google adicionou ao AOSP (Android Open Source Project), também conhecido como Android puro. Ao instalar os aplicativos do Google, o sistema oferece recursos como gravador de tela nativo, Live Caption, Quick Share, Now Playing, Emergency SOS e gerenciador de bateria. É bom ver que as custom ROMs evoluíram, porque antigamente a única novidade era um esquema de cores diferente e um pacote de ícones.

Com menos aplicativos e sem interface personalizada, a velocidade e a fluidez do sistema são impressionantes. A bateria também dura muito mais, graças ao menor número de conexões com serviços na nuvem. Descobri que, quando os aplicativos não ficam pingando o Google a cada minuto, a bateria do celular agradece.

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### Apps minimalistas e atualizações constantes

Os aplicativos do LineageOS são muito mais fáceis de usar, justamente por serem simples. O navegador (chamado de Jelly, mas que aparece só como “Navegador” na gaveta de aplicativos) é uma delícia porque não tem aquele monte de funções desnecessárias do Chrome. O aplicativo de câmera nativo também é bem básico, focado no “apontar e fotografar”, com pouquíssimas opções. Às vezes, abrir um novo aplicativo pode ser assustador por causa de tantas configurações e botões, mas o LineageOS e seus aplicativos são obras-primas do minimalismo.

A frequência de atualizações também me agradou. Antigamente, eu só usava ROMs com versões diárias. As versões do LineageOS não chegam a ser diárias, mas recebi uma atualização logo após a instalação. O time lança uma nova versão quase toda semana, pelo menos para o Pixel 8. Receber essa atualização me lembrou de como era emocionante instalar uma nova versão o mais rápido possível para ver o que tinha mudado. Será que tinha um recurso novo? A interface estava mais rápida? O visual da ROM tinha mudado? Cada dia era uma nova aventura!

Outro ponto positivo são as pequenas opções de personalização. A possibilidade de customizar os ícones da barra de status, por exemplo, é um toque que eu gostaria de ver em mais interfaces de fabricantes. O launcher nativo também permite customizar o formato dos ícones, o que é ótimo. Claro que eu poderia ter esses e outros recursos com um Android launcher de terceiros, como o Nova Launcher, mas ter isso integrado ao sistema já facilita a vida.

Usar o LineageOS foi uma experiência agradável, mas não foi suficiente para me manter nele.

## Por que não continuei com o LineageOS

Ironicamente, os pontos fortes do LineageOS também são suas maiores fraquezas. A câmera, o navegador e os outros aplicativos são fáceis de usar por causa do visual minimalista, mas isso também os torna menos úteis. Ter poucas configurações na câmera é mais simples, mas a falta de um modo retrato, modo macro ou a possibilidade de fotografar em RAW faz com que o aplicativo seja menos funcional do que o do Pixel. Da mesma forma, a falta de acesso aos serviços do Google no navegador aumenta a duração da bateria, mas minhas atividades de navegação não ficam sincronizadas com meu computador, tablet e outros dispositivos. Até o gravador de som não tinha acesso à nuvem, então minhas gravações não eram salvas automaticamente em nenhum lugar.

A solução seria não usar esses aplicativos, certo? Eu poderia instalar uma versão adaptada da câmera do Google, o Chrome, o gravador do Google, etc. Problema resolvido, certo?

Mas aí eu esbarrei nos recursos exclusivos do Pixel que uso todos os dias e que não vêm no LineageOS. O Call Screen, por exemplo, é um recurso do Pixel que eu não consigo viver sem, assim como o Assistant Voice Typing no Gboard. Felizmente, com o Magisk e o módulo Pixelify, é possível trazer muitos dos recursos exclusivos do Pixel. Já estávamos chegando lá.

Mesmo assim, alguns aplicativos e recursos simplesmente não funcionam em um celular com uma custom ROM. Com algumas soluções alternativas, dá para fazer o pagamento por NFC no Google Wallet funcionar, mas o Google costuma fechar essas brechas rapidamente, obrigando você a encontrar outras alternativas. Além disso, alguns dos meus aplicativos financeiros não funcionavam no LineageOS por causa do root e do bootloader desbloqueado. Passei um tempão procurando soluções para esses problemas na internet.

No fim das contas, percebi que estava me esforçando demais para transformar o LineageOS em algo parecido com o sistema do Pixel. Era como se eu estivesse adicionando etapas desnecessárias para configurar um novo Pixel: desbloquear, fazer root, instalar uma custom ROM, desinstalar os aplicativos nativos e instalar outros aplicativos e módulos para ter a experiência do Pixel de volta.

Por isso, não continuei com o LineageOS. Mas, dito isso, acho que o LineageOS pode ser útil em várias situações.

## LineageOS em 2025: bom para alguns, não para todos

Em 2025, vejo três tipos de pessoas que deveriam usar o LineageOS.

O primeiro tipo é quem tem um aparelho que ainda funciona bem, mas não recebe mais atualizações. Para este teste de uma semana, usei o Pixel 8 porque é um celular compatível que eu tinha disponível, mas ele ainda vai receber suporte até 2031. O Google Pixel 5, por outro lado, parou de receber atualizações em outubro de 2023, então o LineageOS é uma ótima maneira de instalar o Android 15 e continuar usando o aparelho por mais tempo. Isso também vale para celulares de outras marcas, como o LG V40 ThinQ, o OnePlus 7 Pro e um dos celulares Android mais bonitos já feitos, o Samsung Galaxy Note 10 Plus.

O segundo tipo é quem quer um aparelho sem o Google. Durante a configuração do LineageOS, você pode escolher instalar ou não o Google Play Services, algo que nenhum smartphone Android comercial oferece. Se você pular essa etapa, seu celular será completamente livre do Google (tirando o próprio Android, que é um produto do Google). Mas, se você quer uma experiência Android típica, só que sem o Google te espionando, o GrapheneOS pode ser uma opção melhor, já que ele permite acessar os serviços do Google em um ambiente isolado. Mas, se você prefere se livrar do Google de vez, o LineageOS sem os aplicativos do Google também pode ser uma boa escolha.

O terceiro tipo é quem prioriza velocidade, fluidez e duração da bateria acima de tudo. Eu não consigo viver sem os recursos exclusivos dos Pixels modernos, e sei que muita gente usa os recursos exclusivos da One UI nos melhores celulares da Samsung. Mas tem muita gente que não usa nada disso e só precisa de um smartphone para fazer ligações, mandar mensagens, navegar na internet e usar alguns aplicativos. Se esse é o seu caso, o LineageOS provavelmente vai te oferecer uma experiência melhor, já que não tem aquele monte de bloatware (e o consumo de bateria que vem com ele) dos sistemas das fabricantes.

No meu caso, o sistema original do Pixel é tudo o que eu preciso.

Eu não me encaixo em nenhuma dessas categorias, então abandonei o LineageOS depois de uma semana e voltei para o conforto do sistema original do meu Pixel 8. Ele não é tão rápido, tem muito mais bloatware, consome mais bateria e não é tão privado, mas funciona melhor para mim porque tem mais recursos.

Mesmo assim, foi bom reviver a emoção do mundo das custom ROMs. Talvez eu experimente outras de vez em quando só para matar a saudade, mas duvido que eu volte a usar uma custom ROM como meu sistema principal tão cedo.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Android Authority

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.