O Brasil e a China firmaram um acordo de parceria educacional que visa promover o ensino do português na China e fortalecer os laços culturais e acadêmicos entre os dois países. O acordo foi assinado em Brasília, no dia 26 de novembro, pelos ministros da Educação, Camilo Santana e Huai Jinpeng, e inclui dois memorandos de entendimento.
Um dos memorandos foca no ensino do português como língua estrangeira na China, com a abertura de um novo polo aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) na Universidade Tecnológica de Macau. Essa região é um território especial da China onde cerca de 5% da população fala português, resultado da colonização portuguesa que durou até 1999. O idioma é ensinado em várias universidades, com aproximadamente 5 mil estudantes aprendendo atualmente.
Reconhecimento de Diplomas e Mobilidade Acadêmica
O segundo memorando aborda o reconhecimento de certificados e diplomas de educação superior, facilitando o acesso de estudantes brasileiros e chineses às instituições de ensino de ambos os países. Essa medida busca reduzir barreiras burocráticas e promover maior mobilidade acadêmica.
Educação Profissional e Iniciativas de Inclusão
Durante a reunião, Camilo Santana destacou a importância de capacitar estudantes brasileiros para atender à crescente demanda global no setor de carros elétricos. O Brasil pretende fortalecer sua parceria com instituições chinesas e a BYD, maior fabricante mundial de veículos eletrificados. Além disso, mencionou o aumento das matrículas no ensino médio técnico-profissional, ressaltando a relevância da educação profissionalizante.
A cooperação entre os países também inclui iniciativas para combater a exclusão digital, com apoio da Huawei, e o intercâmbio de professores brasileiros premiados em olimpíadas de matemática em centros educacionais na China.
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Novas Instituições Bilaterais
A assinatura dos memorandos foi acompanhada pelo anúncio de duas novas instituições bilaterais. O Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), buscará promover o ensino e a pesquisa de ponta em engenharia. Já o Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia atuará em parceria com a Petrobras e a China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), focando em projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor energético.
Mecanismo de Diálogo Permanente
Um dos pontos altos da reunião foi a proposta de criar um mecanismo de diálogo permanente entre os ministérios da Educação do Brasil e da China. Essa iniciativa permitirá acompanhar a implementação dos acordos e planejar novas cooperações. Camilo Santana acolheu a ideia, enfatizando que as parcerias educacionais devem acompanhar a força das relações comerciais entre os dois países.
Educação como Base para Cooperação Econômica
Huai Jinpeng, ministro da Educação da China, destacou que a cooperação educacional é essencial para sustentar o crescimento econômico e promover um futuro sustentável. Com 155 acordos de educação superior já em vigor, envolvendo 39 universidades de ambos os países, a parceria educacional Brasil-China se consolida como uma peça-chave no fortalecimento dos laços bilaterais.
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