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- Mais da metade dos adolescentes americanos usam assistentes de IA para conversar frequentemente.
- Jovens utilizam IA para estudo, socialização, apoio emocional e até flertes, mostrando versatilidade.
- Há riscos de traumas, conteúdo inadequado e perda de privacidade, exigindo maior atenção e regulamentação.
- Apesar do crescimento, a maioria ainda valoriza interações humanas e desconfia da precisão das IAs.
A forma como adolescentes interagem está mudando, com uma parte significativa deles usando companheiros de Inteligência Artificial para conversar. Um novo levantamento da Common Sense Media revelou que mais da metade dos adolescentes americanos já interage frequentemente com esses assistentes virtuais.
A pesquisa entrevistou 1.060 jovens entre 13 e 17 anos, destacando uma tendência crescente. Aplicativos como Replika e Character.AI permitem criar “amigos virtuais” com personalidades e características definidas. É um cenário onde a conversa com um robô pode ser preferível para alguns.
Um dado que chama a atenção é que 31% dos adolescentes afirmaram que conversar com uma IA é tão bom, ou até melhor, do que interagir com amigos reais. Isso mostra uma mudança nos padrões de comunicação. Para essa parcela, desabafar com um bot tem o mesmo peso de uma conversa presencial.
A Ascensão da IA para adolescentes
O estudo aponta diferentes motivos para o uso dessas IAs. Cerca de 46% dos adolescentes as utilizam como uma ferramenta prática, como para auxiliar em estudos ou obter informações. Já 33% buscam interação social e até mesmo um relacionamento, mostrando a versatilidade desses assistentes.
Isso inclui conversas mais profundas e obter suporte emocional. Alguns usam para encenação de papéis (roleplay), para amizade ou até para flertar. A expansão da IA oferece novos caminhos para a interação.
O Dr. Michael Robb, chefe de pesquisa da Common Sense, expressou surpresa com a naturalidade do hábito. Ele observa que o uso “múltiplas vezes ao mês” já pode ser considerado uma rotina. Isso indica que a tecnologia está se integrando cada vez mais ao dia a dia dos jovens.
A crescente presença da IA no cotidiano dos jovens também é observada em outras frentes. Um exemplo é o crescimento do Google Gemini, que demonstra a expansão da Inteligência Artificial em diversos contextos, inclusive no Brasil. Ferramentas de IA para compras também estão surgindo, facilitando tarefas do dia a dia.
Os Desafios e Riscos da Interação com IAs
Apesar dos aspectos de conveniência, a interação com IAs também apresenta desafios. Houve relatos de processos contra Character.AI e Google por casos de menores de idade que tiveram conversas de teor sexualmente explícito com bots. Isso pode gerar traumas reais e impactar a saúde mental dos jovens.
Um caso trágico foi o de um adolescente de 14 anos na Flórida, que tirou a própria vida após interações íntimas e intensas com uma IA. Essa situação acende um alerta sério sobre os perigos envolvidos no uso dessas plataformas, especialmente por um público mais vulnerável.
Outro relatório da Common Sense, feito em parceria com a Universidade de Stanford, alertou sobre a segurança. Ele indica que nenhum companheiro bot é totalmente seguro para menores de 18 anos. Os riscos incluem a geração de conteúdos sexuais ou violentos de forma indevida.
Também há preocupações com a criação e disseminação de informações incorretas ou perigosas. Além disso, ter um “amigo” virtual sempre disponível e que concorda com tudo pode gerar impactos psicológicos negativos no desenvolvimento social dos adolescentes. A privacidade também é um tema importante, já que conversas podem ser monitoradas. Saber como proteger suas informações pessoais é fundamental.
Navegando no Cenário Atual dos Companheiros Virtuais
Ainda assim, o novo estudo traz um contraponto: 80% dos adolescentes continuam passando mais tempo com amigos reais. Além disso, metade deles desconfia da precisão das informações fornecidas pelos bots. Isso sugere que, para a maioria, a IA ainda não substitui as relações humanas.
Dr. Robb acredita que a maioria dos jovens usa os bots de forma pragmática, seja por curiosidade ou para diversão. No entanto, ele destaca um grupo de 10% que prefere as interações com IA às conversas com humanos. Isso pode indicar uma preferência por um tipo de interação diferente.
Um terço dos adolescentes entrevistados revelou que já discutiu questões sérias com bots em vez de procurar amigos. Isso levanta outra preocupação: tudo o que é conversado fica registrado pelas empresas. Nomes, localização, fotos e confissões íntimas podem ser armazenados.
Os contratos de uso, muitas vezes não lidos, geralmente concedem direitos perpétuos sobre os dados compartilhados. A ausência de uma regulação clara para a IA agrava o cenário. Essa falta de legislação permite que as plataformas de IA se autorregulem.
Não existem leis que definam como essas plataformas devem funcionar, quem podem atender e como os dados podem ser utilizados. Dr. Robb defende que as grandes empresas de tecnologia (big techs) assumam mais responsabilidade, e que haja regulamentações para proteger crianças e adolescentes. O ônus da supervisão atualmente recai sobre os pais, muitos dos quais não conhecem a existência desses aplicativos. O WhatsApp, por exemplo, também tem testado recursos de voz com IA, mostrando a difusão da tecnologia.
É importante manter a calma e não imaginar que o filho irá se casar com um Replika. Mas, segundo Dr. Robb, o essencial é conversar abertamente com os adolescentes. O diálogo deve ser sem julgamentos, abordando o que são esses aplicativos, os limites de uso e o que é seguro compartilhar.
Como ele mesmo afirmou: “Não existe plano perfeito para os pais, porque eles estão lutando contra corporações gigantes que querem muito que seus filhos usem esses produtos.”
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.