Poucas palavras podem descrever o Motorola RAZR: leve, fino, bonito e muito poderoso. Com certeza a Motorola acertou a mão nesse modelo e conseguiu fazer algo melhor que o Motorola Atrix, que embora tivesse o slogan de melhor do mundo, não foi bem assim que o público o encarou. O Motorola RAZR passou pelo laboratório do tekimobile já fazem 2 meses, mas finalmente conseguimos fazer o review abaixo.
Acessórios e embalagens
A comparação era inevitável e todos queriam saber se a Motorola iria fazer um pacote de acessórios tão completo como o Motorola Atrix tem, ela tentou, mas não repetiu. Embora o RAZR tenha mais acessórios que o comum, nem de longe ele lembra o Atrix.
No pacote do RAZR vem: carregador de parede, carregador veicular, cabo mini HDMI, cabo micro USB, e um pequeno acessório quer serve para conectá-lo em um monitor ou TV de alta definição. Abaixo todos os acessórios juntos.
Leia também:
A caixa é bonita e daquelas que todos vão querer guardar. Queria muito que a Samsung aprendesse como fazer uma emablagem e acessórios como a Motorola.
Design e construção
Se na parte de desempenho ele tem concorrentes a altura, na parte de construção e material usado com certeza ele é o melhor e mais resistente modelo de sua categoria. A principal característica dele, sempre destacada pela Motorola, é o material que ele foi feito: a Motorola inovou ao fabricar o RAZR com Kevlar. Isso é o oposto da concorrência que está usando o plástico em todos os seus modelos.
- Confiram a ficha completa com as especificações técnicas completas do Motorola RAZR aqui.
O Kevlar é uma fibra sintética muito resistente e leve. Para efeito de comparação ela é ate 5 vezes mais resistente que o aço. É usada atualmente, além do RAZR, na fabricação de cintos de segurança, cordas, construções aeronáuticas, velas, coletes à prova de bala e por aí vai.
O que adianta um case super resistente se a tela não aguenta nada? a Motorola também pensou assim e fez uma tela com Gorilla Glass, que teoricamente garante resistência a riscos.
Interessante que o RAZR é resistente a água, não é no mesmo nível que o Motorola Defy, mas garante proteção contra pingos e respingos. Os engenheiros da Motorola nos disseram que até os chips internos possuem uma proteção contra umidade para garantir ainda mais seu funcionamento. No vídeo review no fim do post eu jogo água nele ;D
Dando uma geral no RAZR, começando pela parte frontal, temos sua tela de 4,3 polegadas e quatro botões sensíveis ao toque. Na lateral direita há o botão de ligar, que por sinal parece muito com o da câmera do Motorola Milestone 1 e os 2 botões de volumes. Na outra lateral há apenas um slot que dentro há as entradas para cartão micro SD e para o micro SIM Card que é utilizado nele.
O botão de ligar que foi para a lateral, na parte de cima deu lugar aos conectores USB e mini HDMI. Nele também é conectado o acessório que conecta o RAZR na TV de LCD (detalhes a frente).
A parte traseira do RAZR é especialmente notável. Quando você pega ele na mão logo repara que ela é emborrachada, até aí tudo bem já que a linha DROID normalmente é assim. Mas na primeira vez que peguei ele na mão e comentei isso com os representantes da Motorola, na hora ele me corrigiram: não é borracha, é Kevlar. Como assim? a fibra Kevlar é moldável, ou seja, ela pode assumir diferentes formas e nesse caso eles simularam, perfeitamente, uma superfície emborrachada.
Tela de Super AMOLED Advanced de 4,3 polegadas
A Samsung se orgulha da tela do Galaxy S2 pois ela foi batizada de Super AMOLED Plus. A Motorola não iria querer ficar para trás e resolveu competir com a Samsung. Na competição de maior nome de tela ela ganhou, mas em qualidade o máximo que ela conseguiu foi arrancar um empate.
A tela do RAZR é excelente assim como a do S2, porém colocando os dois lado a lado com o brilho no máximo, a do S2 ficou mais brilhante e viva que a do RAZR, porém por outro lado a do RAZR é um pouco mais nitida por ter uma resolução maior. Empatou.
Em qualquer ângulo que você olhe para ela é possível perfeitamente enxergar tudo, realmente telas de AMOLED são as melhores. No meu ranking de telas agora estão empatadas em primeiro lugar: RAZR, S2 e Nokia N9, todas desse material. PS: Se tratando somente de brilho, nenhum chega perto do LG Optimus Black.
Hardware e desempenho
Antes de falarmos sobre isso, vamos dar uma olhada em um resumo das especificações do Motorola RAZR.
- Processador Cortex-A9 dual-core de 1,2GHz
- Tela de 4,3 polegadas de Super AMOLED Advanced com resolução de 540 x 960 pixels
- GPU PowerVR SGX540
- Câmera principal de 8MPx com auto focus e frontal de 2MPx
- Gravação de vídeo em full HD (1080p) há 30fps
- Memória interna de 16GB expansível através de cartao Micro SD
- Medidas: 130.7 x 68.9 x 7.1 mm]
Em primeiro lugar, de acordo com as especificações acima, dá para notar que o RAZR é o smartphone mais poderoso atualmente, cabeça a cabeça com o Galaxy S2. Muitos, mas muitos mesmo estão me perguntando qual o melhor – principalmente no youtube – qual a minha resposta? empate técnico.
Embora o RAZR tenha um acabamento melhor e seja mais fino, por outro lado o S2 é mais leve, e acreditem: é ligeiramente mais rápido. Não que ele tenha um hardware melhor, não é isso, mas o fato é que a interface motoblur – ou a motocast que na realidade só mudou o nome – deixa o RAZR pouca coisa mais lento graças as firulas desnecessárias que ele tem como as transições de tela. Não estou dizendo que ele é lento, prestem atenção, só acho que ele poderia ser mais rápido se não fosse sua interface.
Falando agora do desempenho propriamente dito, o RAZR em testes de benchmarks – não confio neles, só faço porque serve de parâmetro para comparações – ele ficou em segundo lugar em quase todos os apps para esse fim, sempre colado no S2. Mas na prática, tirando a interface como comentei acima. O RAZR não perde em nada em desempenho para o S2, chegando até a ser mais rápido na hora de renderizar jogos, nada que mude alguma coisa na sua vida, mas são alguns segundos a frente. Para falar a verdade, percebi em vários testes um empate técnico entre o RAZR, o S2 e o Optimus 3D (com Froyo).
A navegação na internet no RAZR é um verdadeiro espetáculo, é incrível como ela abre rápido qualquer página e sem apresentar nenhum errinho. Até o Firefox da interface Webtop que é uma verdadeira carroça no Atrix, é rápido no RAZR.
Seu desempenho no youtube também foi ótimo, executou vídeos em 1080p sem dificuldade alguma e na mesma velocidade que os comuns.
Para rodar vídeos em HD e fullHD ele roda sem dificuldade alguma, coisa que o Atrix pastou para fazer nos nossos testes. O único problema é que ele tem suporte a menos codecs que no S2. A maioria dos vídeos roda no S2 sem a necessidade de apps de terceiros, no RAZR o player padrão deixou a desejar, sendo necessário a instalação de outro app para realizar os testes, ai sim ele roda sem problemas algum.
Leiam também:
Usei ao máximo a multitarefa e graças ao bom gerenciamento do Gingerbread que fecha apps automaticamente para economizar RAM, você pode abrir quantos aplicativos quiser, que o próprio sistema faz o “trabalho sujo” para você, pode esquecer os famosos “tasks killers” no RAZR. Você pode navegar na internet a vontade e se precisar tirar uma foto, volta para a home aperta o atalho da câmera que ela abre rapidamente e a foto também é tirada rapidamente, tente fazer isso com um Android antigo para você ver, até alguns mais novos irão travar nesse momento.
No desempenho para jogos, ele também surpreendeu. Qualquer jogo (menos os para o Tegra 2 por motivos óbvios) ele roda sem dificuldade alguma, o Shadowgun por exemplo, teve o melhor desempenho nele, sendo mais rápido que o S2, Optimus 3D e Milestone 3.
Como já dito, o Motorola RAZR não tem uma bateria removível, a Motorola escolheu assim para economizar espaço e o deixar mais fino, mas na prática continua o mesmo desempenho de sempre de qualquer Android, péssimo.
Como 3G, WiFi, GPS algumas vezes e tirando algumas fotos a bateria durou 6 horas e nada mais. Mas anime-se, nas mesmas tarefas o Galaxy S2 não passou de 5 horas e o Optimus 3D (ainda com Froyo) não passou de 4 horas.
Software e interface
O review é do Motorola RAZR e não do Android, sendo assim não vou ficar me atentando a detalhes que envolvem o Android em si. Mas o que vale ser dito é que o RAZR roda a última versão do Android 2.3 gingerbread e segundo a própria Motorola nos disse ele será atualizado no começo do ano que vem para o Android 4 ICS, eu não acredito.
Depois de tanto reclamarem do Motoblur a Motorola ouviu os clientes e adotou uma interface chamada Motocast, que bom em, até que emfim a Motorola nos ouviu!… não é bem assim. Simplesmente não entendi o que a Motorola fez pois a interface Motocast é exatamente a mesma do Milestone 3, ou seja, o Motoblur com outro nome.
Definitivamente eu não gostei. Tudo é até bem bonito, porém ele poderia ser melhor e mais rápido se não a tivesse. Gosto é gosto, mas ainda prefiro o Touchwiz do S2 ou mesmo a interface da LG.
Mas como disse ela é bonitinha. A tela gira para a próxima em uma espécie de efeito de cubo, quem usa a ROM Miui está habituado a isso. Um detalhe interessante é que quando a tela gira, os Widgets se movimentam dando um efeito bem legal. De resto é tudo bem parecido com o Android puro, coisa que a Motorola adotou desde o Milestone 3, um Motoblur menos agressivo. Para saber mais detalhes e como ela funciona, logo abaixo terá um vídeo review para vocês terem uma noção.
Na ocasião do lançamento do RAZR, perguntei para alguns engenheiros quando ele seria atualizado, embora falaram no ano que vem, enfatizaram a dificuldade que é adaptar a interface dele para o Android 4 ICS e que a Motorola só irá fazer a atualização quando puder portar todas as funcionalidades atuais para o ICS. Isso pode se resumir em 2 fatos: 1 – Vai demorar para atualizar. 2 – Quando atualizar, não será o Android 4 puro e sim ele com a mesma interface Motoblur, quer dizer, Motocast.
Os 2 grande destaques que a Motorola colocou foram 2 aplicativos: o Smart Actions e o Motocast.
A função do smart actions é automatizar várias atividades do aparelho de acordo com parâmetros pré-estabelecidos que na aplicação se chama “gatilhos”.
Após definir os gatilhos, você escolhe quais as ações que o celular irá fazer de acordo com os gatilhos. Por exemplo: você define que um dos gatilhos é ativado quando você chegar a sua casa (GPS) e como ação você defini que irá desligar o 3G e ativar o WiFi. No exato momento que o celular detectar através do GPS que você chegou a casa ele irá desativar o 3G e ativar o WiFi. Você pode definir diversos gatilhos e ações em apenas uma smart action.
Outro aplicativo é o MyMotocast. Primeiro você baixa do site da Motorola o Motocast para seu PC ou MAC, feito isso bata conectar seu computador e seu RAZR na internet e configurá-los para se conectarem. Depois disso ambos começam a “conversar” entre si podendo trocar arquivos e até executar por streaming os arquivos do computador no celular, sendo músicas ou vídeos.
O melhor do Motocast é que depois de configurado você pode acessar o computador de qualquer lugar do mundo que você esteja tudo criptografado e seguro.
Interface Webtop
Diferente do Motorola Atrix, ele não traz mais a famosa doca multimidia, no lugar colocaram uma pequena caixa que não sei ao certo ao nome. Na prática você conecta ela nos cabos mini HDMI e micro USB. O HDMI vai direto para a tela da sua TV ou monitor de alta definição.
Ao conectar a caixinha, na TV aparece 3 opções para você usar na TV: Webtop, replicar a imagem ou apenas abrir uma galeria de imagens.
A interface é a mesma que o Atrix faz, porém finalmente é usável e rápido. Até o navegador Firefox funciona perfeitamente. Se você quiser pode conectar na saída micro USB um teclado e mouse e usar ele como computador. Abaixo um vídeo demonstrativo (desculpem a qualidade, a culpa é do youtube e não minha)
Câmera
Sou obrigado a bater palmas, absolutamente todos Motorolas com Android que já testei as câmera sempre são as piores dentre o sistema, a do Atrix então foi uma das maiores decepções que já passou por aqui, tanto para tirar fotos como para gravar vídeos. Com o RAZR a Motorola acertou a mão. Não estou falando que ele é melhor que o arc e o neo da Sony Ericsson, mas que a câmera finalmente ficou descente, isso ficou.
O que mais me chamou a atenção nele é a extrema rapidez para tirar fotos, sendo inclusive mais rápida que os modelos Xperias. Para efeito de comparação ela em determinados momentos teve a mesma velocidade do Nokia N9, não preciso dizer que a Nokia tem mais tradição em câmeras.
A qualidade das fotos também são boas, embora ache que as fotos ficam um pouco escuras no modo automático, mas basta dar uma regulada manual ou mesmo depois editar que se corrige isso. Para efeito de comparação duas fotos tiradas pelo RAZR e depois pelo Nokia N9.
Foto tirada pelo RAZR
Foto tirada pelo Nokia N9
Foto tirada pelo RAZR
Foto tirada pelo Nokia N9
Os vídeos em fullHD também ficaram bons, porém inferiores ao do Nokia N8 e do Galaxy S2. Mas na hora de rodar foi bem fácil.
Vídeo Review
Pró e contras
Como sempre digo não existe o smartphone perfeito e sim o perfeito para cada tipo de usuário. Embora o Galaxy S2 seja bom em praticamente todos os aspectos, sempre existe algum defeito. Vamos a lista de prós e contras:
Prós
- Ótima tela
- Processador dual core d 1,2GHz
- filma vídeos em full HD
- Roda o Android 2.3 Gingerbread
- Rápido para qualquer tipo de atividade
- O mais estreito do mercado com apenas 7,1 mm
- Feito da liga Kevlar que o torna quase indestrutível (menos a tela)
- Câmera com ótimo desempenho
Contras
- Bateria não removível
- Preço muito elevado
- Interface um pouco lenta
- Motorola demora para atualizar
Conclusão
Se você está procurando um smartphone que pode ser considerado o mais potente da atualidade com processador dual core de 1,2GHz, câmera de 8MPx que grava vídeos em full HD e tem a melhor tela disponível no mercado, o Galaxy S2 é indicado para você, claro se você estiver disposto a pagar quase R$2000,00 em um aparelho que não é acompanhado com nenhum acessório e você, se quiser, terá que comprar tudo a parte aumentando ainda mais o investimento.