O Motorola One Vision é o novo modelo que roda o Android One, versão pura do sistema que alguns fabricantes usam. A grande novidade fica por conta de sua tela super esticada e por usar um chipset da concorrente Samsung. Competindo com o A50, o que será que ele oferece a mais? Confiram abaixo o review do Motorola One Vision e descubram.
Tela esticada, estilo cinema
Sua tela é a primeira no Brasil com o formato 21:9 que é bem mais esticada que o normal, com aspecto de cinema. Ela mede 6,3 polegadas e tem resolução full HD Plus.
Confesso que é estranho no começo usar ela, porém com o tempo você acostuma. Mas, no geral, achei algo um pouco desnecessário essa proporção. Por mais que você se acostume, o smartphone é muito alto ficando difícil alcançar informações na parte superior, como uma url do navegador, por exemplo.
Leia também:
Por outro lado, a tela é estreita na hora de digitar, causando erros. Claro, levando em conta o seu tamanho, uma tela com aspecto normal com os mesmos 6,3 polegadas é mais confortável de digitar. São detalhes que podem passar desapercebidos, mas ninguém fica assistindo vídeo nesse formato tanto tempo a ponto de ter uma tela dedicada a isso.
A tela é de LCD e um pouco azulada em cenas onde predomina o branco, nada muito gritante. O bom é que o brilho é bem alto e mesmo sobre luz do sol não tive muita dificuldade de enxergar as coisas.
Separei alguns pontos negativos dela, nem tanto da tela em si, mas por parte do software:
- Não tem calibração manual de cores;
- O notch em circulo é bem grande, maior que do Galaxy S10, por isso a barra acaba sendo enorme para acompanhar;
- Alguns apps perdem esse espaço por conta do notch e por conta da proporção da tela.
Review Motorola One Vision – Hardware e desempenho
Por incrível que pareça ele tem um processador da Samsung, um Exynos 9609 com oito núcleos de 2.2 Ghz. Completam 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno.
Vale ressaltar que sua memória interna usa a tecnologia UFS de leitura e escrita mais rápida para acesso de conteúdo. Com isso, ele acaba sendo muito rápido no acesso de conteúdos como mídia e na abertura de aplicativos, ficando na frente de outros smartphones intermediários
No geral, o desempenho é muito bom, no uso eu compararia ele ao Snapdragon 660 e Snapdragon 636, dependendo do tipo de tarefas. Como o Android One é um sistema bem fluído, não tive nenhum problema com lentidão ou algo parecido. Ele roda o Android 9 Pie e tem duas garantias de atualizações diretas pelo Google.
Mesmo jogos pesados ele rodou sem problemas. Na verdade ele vai rodar qualquer jogo atual, sendo que os mais pesados irão funcionar com redução de frames, mas nada que atrapalhe a jogatina.
Ele foi capaz de rodar games como GTA: SA, Need for Speed e Injustice 2 na média dos 30 fps. Interessante que no PUBG ele consegue ficar com gráficos no máximo, coisa que nenhum intermediário com chipset da Qualcomm consegue.
As únicas quedas de desempenho aconteceram com muita ação ao mesmo tempo, como em Into the Dead 2 e Free Fire.
A bateria é de 3.500 mAh. Não é um número ruim, mas como aconteceu com todos Android One que testamos, o sistema peca por não ter um bom gerencialmento de bateria. O máximo de tela ligada foi de 6h, o que fica na média de smartphone com bateria de 3.000 mAh. Não estou dizendo que é ruim, mas aparelhos com o Moto Z3 Play com 3.000 mAh fazem mais de 7 horas de tela.
Leiam também:
Review Motorola One Vision – Câmeras
A Motorola diz que ele tem as melhores câmeras já colocadas em um smartphone da marca. O primeiro sensor possui 48 MP e o segundo de 5 MP serve apenas para o efeito de profundidade.
Usando a tecnologia de unir 4 pixels em 1, as fotos saem com 12 MP porém com um excelente nível de brilho e nitidez. As cores são bem vívidas e precisas, balanço de branco estável e um bom alcance dinâmico. Com ou sem HDR, os resultados tendem a manter boa qualidade.
A abertura de f/1.7 unida ao estabilizador ótico (OIS), fazem que ele tenha um bom desempemho durante a noite, principalmente om o modo Night Vision acionado, que garante fotos claras com um nível de ruído bem satisfatório.
Embora não seja o melhor atualmente, já que fica atrás dos topos de linha, em sua categoria está entre os melhores. E quando a Motorola diz que ele é o melho Motorola para fotografia, ela não mente, realmente é o melhor da marca que já testamos.
Motorola One Vision com o “Night Vision”
Foto com dia nublado
Ambiente interno
Motorola One Vision com o “Night Vision”
Há um modo manual bem bacana embutido, além de outros para criar GIFs criativos, filtros interativos e para escolher pontos do cenário que ficarão coloridos e outros P&B.
Nós também conseguimos bons resultados com o Modo Retrato, que normalmente salva as fotos em 12 MP mas com uma boa distinção entre o que fica em primeiro plano e os objetos ao redor.
Já as selfies dele são feitas por um sensor de 25 MP (f/2.0) com foco fixo e sem suporte ao Night Vision. Segundo a Motorola, ele não pode usar o modo por não ter OIS. As cores também se mostraram muito boas e os resultados nítidos. Também com o modo de desfoque de fundo, os resultados foram melhores do que esperávamos.
Selfie com desfoque aplicado
O One Vision ainda pode gravar vídeos até 4K com 30fps ou em 1080p com 30/60fps, tudo com OIS. O modo de câmera lenta grava em FHD com 120fps nos dois sensores.
Review Motorola One Vision em vídeo
Motorola One Visio: prós e contras
Prós:
- Câmeras acima da média;
- Sistema leve e fluído;
- Acabamento bem feito e design moderno;
Contras:
- Preço inicial poderia ser melhor;
- Tela poderia ser melhor;
Review Motorola One Vision, vale a pena?
Dentro do universo Motorola ele é o melhor smartphone atualmente. Tem hardware e câmeas melhores que o Moto G7 Plus e Moto Z3 Play.
Comparando com outras marcas, o maior rival é o Samsung A50 que possui um processador da mesma família e câmeras equivalentes. Porém conta com leitor biométrico na tela e bateria de 5.000 mAh.