A Xiaomi apresentou hoje em Barcelona na MWC 2016 seu topo de linha: o Xiaomi Mi5. E, para o bem de todos, manteve a sua politica do bom e barato. É um incrível smartphone chinês mostrando como a Xiaomi quer dominar o velho continente, assim como domina o oriente.
Xiaomi Mi5: Super poderoso, mais barato.
Ele tem processador Qualcomm Snapdragon 820 (o mais recente, que também está em uma das versões do Galaxy S7, e também do poderoso LG G5, 3 GB de RAM, 32/64 GB de armazenamento interno (uma versão Xiaomi Mi5 Pro tem 4GB RAM/128 GB internos e acabamento externo em cerâmica preta), câmera de 16 megapixels com estabilização óptica de imagem em 4 eixos, contra dois eixos do iPhone 6SPlus, tela Full HD de 5,15″ (com ênfase no .15 da coisa) e inúmeros outros números enormes de hardware que Hugo Barra, o vice-presidente brasileiro que é a cara ocidental da Xiaomi, fez questão de citar durante sua longa e atrasada apresentação na manhã de hoje.
O Xiaomi Mi5 roda Android – mas como faz a Samsung, a Xiaomi também não cita o sistema operacional do Google – com a interface Miui 7. E a bateria tem capacidade de 3.000 mAH com QuickCharge 3.0, uma tecnologia do processador Qualcomm.
E, sim, o Mi5 é um aparelho bastante bonito. Tem versões em preto e branco (não cheguei a ver a em cerâmica), apenas 7,3 mm de espessura. A traseira é curvada, como o Galaxy S7, e vale destacar que a Xiaomi fez um excelente trabalho de engenharia para enfiar estabilização óptica de imagem na câmera de um aparelho sem criar um calombo na traseira (como ocorre no iPhone 6S Plus).
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Sobre lançamento no Brasil: a anedota interna é que, se Hugo Barra não “barrar” o produto, ele virá para o mercado local (e dar um alívio para a micro-linha de produtos Redmi 2 disponível no país). Falei rápido com Hugo Barra enquanto ele saía em seu hoverboard e, bem, ele comentou “depende da Anatel”. Para bom entendedor, meio pingo é letra.
E é isso que eu consegui ver/mexer no Mi5: poucos aparelhos, muita gente, os doidos do vídeo monopolizando smartphones (existe um modo “dane-se” que meu vídeo para o YouTube é mais importante que é quase padrão mundial).
A versão preta eu vi de longe:
E o preço?
Ah, é esse aqui, apresentado durante um evento na EUROPA:
Sim, RMB é a moeda chinesa. Não custava nada apresentar um slide em Euros ou Dólares para a mídia local (maioria ocidental e que nunca teve contato com a Xiaomi, já que a empresa não vende na Europa ou EUA) e alternar para os valores em moeda chinesa para o streaming… para a China. Dá algo em torno de R$ 1.200 para o modelo mais barato, R$ 1.400 para o intermediário e R$ 1.700 para o Pro. O modelo começa a ser vendido agora em março… na China.
E, mais uma vez a Xiaomi mostra que não entende o ocidente – talvez pela cultura oriental focada em resultado rápido. O evento atrasou (algo que nunca vi em um MWC; a desculpa foi “a greve do metrô”), passou do horário estimado, eram poucos aparelhos para demonstração.
A Xiaomi precisa aprender a editar mais seu conteúdo (sim, ótimo falar que é líder na China e top 5 no mundo) e ser mais concisa – e organizada. Se era para ser um cartão de visitas da Xiaomi para a Europa, acredito que o resultado poderia ter sido melhor.