Review em vídeo
Design e construção
Hoje em dia smartphones são bem parecidos, então um sempre vai lembrar outro. No Caso do Zenfone 4 não é diferente. Na parte da frente temos algo bem parecido com um Galaxy ou um iPhone, mas mesmo assim se trata de um aparelho muito bonito. As bordas laterais diminuiram em relação ao Zenfone 3, porém ainda não dá para ser chamado de bordless.
A tela possui curvatura 2,5 D em todas as suas laterais, o que garante melhor pegada e deixa o aparelho mais bonito de fato. As bordas superiores e inferiores são bem grandes, possuem o mesmo tamanho para uma perfeita simetria, algo encontrado nos iPhones. Mas é na parte traseira que ele se destaca, o famoso efeito de luzes concêntricas, característica da ASUS, está presente em todo o vidro traseiro.
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Outro destaque é o modo que as câmeras foram montadas. Elas estão abaixo da camada de vidro, ou seja, não tem nenhum calombo, tornando assim todo aparelho totalmente plano. Aqui temos suas duas câmeras, uma normal e uma Wide-angle de 120 graus.
Embora seja muito fino, apenas 7,7 mm, ainda achei o Zenfone 4 um pouco trambolhão e não muito confortável na mão quando comparado com concorrentes. O problema não é nem o tamanho, e sim da traseira ser totalmente plana. Como ele não tem curvas nas laterais, a pegada não é tão boa assim. Com o tempo acostuma-se já que é algo bem pessoal, mas acho que bordas curvas seriam bem vindas num aparelho desse tamanho e preço. Juntando o fato dele ser de vidro e escorregadio, uma capinha é meio que obrigatório para evitar uma queda fatal. Pelo menos ele vem com uma básica de silicone.
Ele é todo construido sobre um chassi de aluminio, revestido de vidro com corning gorilla Glass 3 na frente e na parte de trás. Aqui um elogio: a tela está muito bem tratada, não estou falando de qualidade de imagem ainda, mas a proteção oleofóbica é uma das melhores que já vi. Raramente fica engordurada ou com marcas de dedo. Além disso ela não arranha facilmente. Usei sem pelicula por 3 semanas e não há nenhum arranhão, nem aqueles minúsculos. Para efeito de comparação, o Galaxy S8 e o Moto Z2 Force, em 2 dias já estavam cheio de arranhões apenas de colocar e tirar do bolso. Não sei se com o tempo piora, mas não vejo necessidade de peliculas nesse aparelho.
Tela
A tela dele é uma tela de 5,5 polegadas com resolução full HD. A tela é de LCD IPS. A qualidade é ok, nada de ruim mas também nada fora do normal de um intermediário premium. Você não terá problemas em enxergar mesmo em um dia ensolarado.
O brilho é bem alto, o contraste é bom e o branco é bem fiel. Porém, o preto é meio acinzentando ou azulado dependendo do ambiente, mesmo para uma tela IPS achei que o preto poderia ser melhor. Mas nada que atrapalhe muito.
A reclamação fica porque a ASUS poderia ter colocado a tela AMOLED que equipa o Zenfone 4 Pro, que aliás não veio ao Brasil. Ou, pelo menos, uma resolução 2K como concorrentes top de linha possuem. Afinal estamos falando de um aparelho que rompe a casa dos 2 Mil Reais.
Hardware
Na parte de hardware temos um smartphone bem poderoso. O processador é um Snapdragon 660, possui 6 GB de RAM e 64 GB de armazenamento além de entrada para cartão micro SD.
Categorizar o Snadragon 660 é bem difícil. Ele está acima de qualquer intermediário premium, que normalmente vem com o Snapdragon 625 ou 630. Temos aqui Moto Z2 Play, Moto G5S Plus, Galaxy A9, dentre outros. Porém, ele não chega a ser um top de linha. O processamento chega bem perto, praticamente equivalente ao Snapdragon 820 do ano passado. A grande diferença fica por conta da GPU, ele vem equipado com uma Adreno 512. Essa GPU é cerca de 30% mais fraca que a Adreno 530 do Snapdragon 820. Na prática temos uma perfomance que beira um top de linha, porém mais econômico energicamente.
Ele vai dar conta de 99% dos usuários. Até mesmo jogos mais pesados ele roda bem, com perfomance notoriamente melhor que nos intermediários premiums.
Ele fez cerca de 110 mil pontos no Antutu Benchmark. Além disso, rodou bem a maioria dos jogos pesados.
A bateria dele é de 3300 mAh. Como disse, o Snpadragon 660 é econômico em relação aos tops de linha, mas não espere desempenho de bateria de um intermediário como Zenfone 4 com Snap 630 ou Moto Z2 Play. No meu uso ele ficou na média dos tops de linha bons. Aguenta bem um dia de uso.
Aqui vai um detalhe, o gerenciador de bateria da ASUS em parceria com a Qualcoom somada ao modo doze do Android, aprendem do seu uso. Funciona assim: com o passar do tempo o sistema vai identificando quais os seus apps que gastam mais energia, os que não gastam, que ficam em segundo plano e etc. Com essas informações, o sistema vai se adaptando ao seu uso; como por exemplo deixar, ou não, determinado app na memória RAM. Com isso, o desempenho vai melhorando conforme os primeiros dias vão se passando.
No meu caso, para chegar no resultado abaixo, demoraram cerca de 8 dias. No começo a bateria não durava nem metade disso. Por isso fica a dica: só reclame das baterias de smartphones com processadores Snapdragon e com Android 7 para cima depois de alguns dias.
Tirando o aparelho da tomada às 7h da manhã, eu fiquei navegando na internet por cerca de 2:30 pelo 4G, ouvi música no spotify via Bluetooth por 3 horas no Wifi e joguei alguns jogos casualmente somando uns 30 minutos. Tudo isso sempre com o brilho no automático. Chegando em casa as 20:00, ele estava com 20% de bateria. É uma marca boa, pelo menos para meu uso.
Review Zenfone 4 – Câmeras
O principal apelo de marketing do Zenfone 4 é o conjunto de câmeras. O slogan dele é “We love photos”. Dito isso, realmente a ASUS não fez feio. Começando por sua câmera frontal, ela possui 8 MP e abertura f2.0. No papel nada extraordinário, mas fiquei bem impressionado com o desempenho dela em boa luz.
Ela conta com um modo retrato via software bem eficaz, mas não perfeito. Notem na foto abaixo, ela aplicou um desfoque muito bom, porém nas bordas da minha orelha dá para notar erros. Além disso, as bordas das imagens tem uma perda de tonalidade de cores bem estranhas. Mas, no geral, está acima da média, incluindo até mesmo celulares tops de linha.
Na traseira são duas câmeras: uma principal, de 12 megapixels com lente de abertura f/1,8; e uma secundária, de 8 megapixels, que acompanha uma lente grande angular de 120 graus com abertura f/2,2.
A lente principal tira ótimas fotos em qualquer condição de iluminação. Mesmo durante a noite, a perda de detalhes é pouco e consegue um bom nível de nitidez. O alcance dinâmico, que sempre pesa em celulares, é bem equilibrado não estourando exageradamente os brancos ou omitindo detalhes sobre sombras. As cores são equilibradas, o contraste é bem natural e nitidez boa.
Mas como acontece com 99% dos celulares com duas câmeras, a segunda (seja zoom ou seja wide angle) é bem inferior. No caso do Zenfone 4, achei inferior até mesmo do que a frontal. Mesmo tendo uma abertura de f2.2, as fotos a noite poderiam ser melhores, ficam bem ruins e indistinguiveis. Pior, mesmo durante o dia onde as fotos possuem bastante ruidos e falta de nitidez. Abaixo a mesma composição tirada primeiro com a Wide-angle e depois com a lente normal.
Vale lembrar que além de abertura menor, a lente é fabricada por uma empresa diferente. Enquanto a principal é um sensor Sony IMX362 (mesmo do Zenfone 3 Zoom), o secundário é um OmniVision 8856, empresa que costuma fazer sensores para smartphones chineses mais baratos. Por isso a qualidade não é das melhores.
Eu continuo preferindo lentes Wide-angle para composições diferentes de cenas, mas acho que ficaria legal com uma lente com melhor qualidade.
Ele grava vídeos em 4 K e full HD em 60 fps. Possui um estabilizador ótico de 4 eixos que nos testes se mostrou satisfatório, porém inferior a smartphones como o Galaxy S7, que possui o mesmo sistema de estabilização.
Software
O grande problema da ASUS sempre foi o seu software, a ZEN UI é famosa por ser poluida, feia e lenta. No Zenfone 4, na versão 4 da Zen UI, a ASUS tentou melhorar, e de fato conseguiu melhorar bastante. Não está do jeito que gostaria, mas está a caminho para isso. Agora a interface reduziu drasticamente o número de aplicativos pré-instalados inúteis. Além disso, alguns recursos relativamente legais como gravação de chamadas e seu bom app de gerenciamento de arquivos continuam. Além disso perdeu um pouco do carnaval de cores e ficou mais simples.
Mas, como disse, ainda tem o que melhorar. Sinceramente o que fico mais triste é que parece que a ASUS faz uma adaptaçao da Zen UI para o português e não de fato uma versão. Erros feios de traduções estão presentes desde o primeiro Zenfone e ainda não foram corrigidos no Zenfone 4. Notem que na hora de ajustar o brilho, o minimo é escuro e o máximo é “luz”. Ele tem a opção de mudar a fonte, legal. Então vamos lá em estilo de fonte, dai você encontrar “Fonte Padrão” e mais 3 fontes em mandarim. Ou quando configurar o tempo de compartilhar conexão começa com Após x minutos e do nada muda para Depois de. No novo app assistente de áudio, é possível configurar perfis para diferentes fones de ouvidos. Dai, quando você vai adicionar um aparece um “Adiconar” fones.
Esses são alguns exemplos. Pode parecer besteira, mas isso me passa uma sensação de amadorismo na tradução, o que não pode acontecer em uma empresa do porte da ASUS. Principalmente a falta de respeito com a língua portuguesa. Nem interfaces de marcas que nem vendem no Brasil, como a MIUI da Xiaomi ou a EMUI da Huawei eu vi erros tão absurdos na tradução.
A parte “boa” é que em duas atualizações que ele teve alguns erros mais aparentes foram corrigidos, restando até então esses acima.
Resumindo a ASUS deu uma bela melhorada na interface, mas ainda é uma que eu menos gosto.
Conclusão
Podemos dizer que o Zenfone 4 é uma grande evolução se comparado com o Zenfone 3, que particularmente achei uma aparelho mediano. Porém, o preço também aumentou. Mesmo a versão com Snadragon 630 tá mais cara que o Zenfone 3 quando lançou. Mas tá na média.
O grande problema, que a ASUS deve estar ciente, é esse modelo que testei com o Snap 660. O aparelho é excelente e o Snadragone 660 é excelente. Mas não é um top de linha. Eu sei que não é só o processador que vai ditar se ele é um top de linha, no contexto ele compete sim com outros tops de linha. Mas se eu quero comprar um top de linha, instintivamente eu quero um processador top de linha. Além disso, o maior problema que eu acho é a concorrência, principalmente os tops de linha do ano passado que ainda são melhores que o Zenfone 4 em vários aspectos.
No preço que ele tá agora, você comprar um Samsung Galaxy S7 Edge, que é melhor em praticamente tudo, o mesmo acontece com o LG G6 que também tá na faixa de preço. E com poucas centenas de Reais, que não vai fazer tanta diferença quando a cifra passa de 2 Mil, dá para levar um Galaxy S8 que é melhor em tudo. Mas, se ele baixar o preço, que não é comum na ASUS, ai sim ele pode vir a ser a melhor opção de mercado em desempenho. Mas acho dificil, pois dai teriam que baixar muito também o Zenfone 3 com Snap 630. No fim das contas, quem vai puxar as vendas serão o Zenfone 3 e o Zenfone 3 Selfie.
Mesmo o Zenfone 4 com snapdragon 630 não acho vantagem, já que o próprio Zenfone 3 Zoom tá mais barato, com hardware pouca coisa inferior, com câmera idêntica e ainda com uma bateria enorme.