Cuidado! WhatsApp estava infectado com Malware que controla celular

Malware é usado por diversos parceiros do desenvolvedor, para espionar pessoas importantes em mais de 45 países.
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30/10/2019 às 10:14 | Atualizado há 5 anos
whatsapp malware

O Facebook e sua subsidiária WhatsApp, estão movendo uma ação contra uma empresa israelense chamada NSO Group. Essa empresa, especializada no ramo de inteligência artificial, criou um Malware que explorava uma vulnerabilidade do WhatsApp. Ao todo, foram mais de 1.400 usuários infectados.

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Segundo o Bloomberg, no processo, a empresa de Zuckerberg alega que entre os meses de janeiro de 2018 até maio de 2019, a NSO criou diversas contas falsas do WhatsApp com diferentes números em vários países. Eles também criaram uma “rede de servidores remotos destinados a distribuir malware e retransmitir comandos para os dispositivos de destino”.

O processo ainda diz que a empresa usou essas contas clonadas para realizar chamadas e, ao serem atendidas, implantavam o malware nos aparelhos de “advogados, jornalistas, ativistas de direitos humanos, dissidentes políticos, diplomatas e outras autoridades governamentais estrangeiras” por meio de servidores remotos. O WhatsApp está pedindo uma liminar permanente sobre o uso de seus produtos pela NSO.

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A vulnerabilidade específica do WhatsApp que o Facebook disse ter sido usada para implantar o malware (CVE-2019-3568) foi corrigida em maio de 2019 após o WhatsApp detectar ataques em seus servidores. Naquela época, o WhatsApp disse a repórteres que o ataque “tem todas as características de uma empresa privada conhecida por trabalhar com governos para entregar spywares que supostamente assumem as funções dos sistemas operacionais de telefones celulares”, acrescentando que havia informado grupos de direitos humanos e a organizações de sociedade civil sobre as violações.

O Malware  mais poderoso da NSO é o chamado Pegasus, ele que foi usado no WhatsApp. Ele não apenas permitiu o acesso às mensagens do WhatsApp, como também oferecia controle total dos smartphones infectados, incluindo microfone, câmera, e-mails e localização.

Quando a falha do WhatsApp foi descoberta, o Grupo NSO afirmou que não estava envolvido em nenhum ataque nem no uso direto de seu software para fins maliciosos por seus clientes, que eram em grande parte agências institucionais e governamentais.

Mais de 45 países usam o Pegasus para vigilância de estrangeiros

Mas seu CEO, Shalev Hulio, justificou usá-los para atacar jornalistas e advogados. A NSO não comenta clientes específicos, mas o Citizen Lab, com sede em Toronto, “identificou um total de 45 países onde os operadores da Pegasus podem estar realizando operações de vigilância”, incluindo pelo menos  “10 operadores da Pegasus que parecem estar ativamente envolvidos em operações cruzadas e vigilância transfronteiriça. ”

O Citizen Lab também vinculou o NSO ao spyware encontrado no telefone de um dissidente saudita no Canadá, Omar Abdulaziz, que falava regularmente via WhatsApp com o jornalista Jamal Khashoggi no exílio. Khashoggi foi torturado e assassinado por autoridades sauditas no consulado do país em Istambul no ano passado. A NSO também está ligada a vários outros abusos dos direitos humanos.

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A NSO também disse que “oO único objetivo da NSO é fornecer tecnologia às agências governamentais de inteligência e aplicação da lei, para ajudá-las a combater o terrorismo e crimes graves. Nossa tecnologia não foi projetada ou licenciada para uso contra ativistas de direitos humanos e jornalistas. Isso ajudou a salvar milhares de vidas nos últimos anos. ”

A NSO acrescentou que “tomaria medidas se detectarmos qualquer uso indevido” de seus produtos.

Com informações do Gizmodo

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André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.