Trump sugere voltar a negociar Huawei; mas quer algo em troca

Presidente americano pode estar usando a Huawei como moeda de troca em um acordo comercial com a China em favor dos EUA.
Atualizado há 6 anos
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Ontem (23), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um pacote de ajuda para agricultores afetados pela crise ecônomica com a China, na ocasião aproveitou para falar sobre a Huawei a repórteres. Trump levantou a possibilidade de flexibilizar as restrições à Huawei como parte de um acordo comercial mais amplo com a China. Em outras palavras, uma moeda de troca.

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Os comentários, que claramente são contrárias as atuais atitudes duras do governo americano contra a Huawei, ocorrem apenas uma semana depois que o Departamento de Comércio dos EUA colocar a empresa em uma lista negra comercial, efetivamente impedindo-a de conduzir negócios com empresas norte-americanas como Google, Qualcomm e outras.

“A Huawei é algo muito perigoso” do ponto de vista de segurança, disse Trump a repórteres na quinta-feira. Mas depois ele completa:

“É possível que a Huawei seja incluída em algum tipo de acordo comercial”, disse Trump. “Se fizermos um acordo, posso imaginar a Huawei sendo incluída em alguma forma de parte de um acordo comercial.”

Ele lança a ideia de usar as sanções aplicadas a empresa chinesa como uma alavanca nas negociações comerciais com a China.

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Os Estados Unidos há muito tempo classificaram a Huawei – a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações e a segunda maior marca de smartphones – como um risco de segurança ao país.

A administração Trump vem pressionando os aliados para restringir o uso de equipamentos da Huawei na construção de suas redes 5G, citando preocupações com a segurança nacional e mundial. Washington teme que Pequim possa usar equipamentos da Huawei para espionar outros países. Porém, nunca foram apresentadas provas concretas sobre isso.

A Huawei negou repetidamente que qualquer um de seus produtos represente um risco de segurança, observando que Pequim nunca solicitou acesso a seus equipamentos e, se o fizer, a empresa se recusará a obedecer. O governo chinês nega roubar propriedade intelectual e cometer práticas comerciais desleais.

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Mas os EUA nunca deram atenção as respostas chinesas. Na Quinta-feira passada, quando anunciaram a entrada da Huawei na lista negra. o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, foi bem enfático: “Se você colocar suas informações nas mãos do partido comunista chinês, é de fato um risco real para você. Elas podem não usá-las hoje, elas não podem usá-las amanhã. Dizer que eles não trabalham com o governo chinês é uma declaração falsa”.

Uma luz no fim do túnel para a Huawei?

A sugestão de Trump ontem de que ele está usando a Huawei como uma enorme moeda de troca nas negociações comerciais atuais reforça a posição de Pequim sobre a situação, dando automaticamente razão a Huawei.

Trump sugere voltar a negociar Huawei; mas quer algo em troca 3

“Recentemente os Estados Unidos estão freqüentemente usando ‘jurisdição de braços longos’ para suprimir empresas chinesas”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Gao Feng, na quinta-feira. “A China pede aos EUA que parem com os erros para evitar mais impacto nas relações comerciais China-EUA”.

“Se os EUA quiserem continuar a falar, devem mostrar sua sinceridade e corrigir suas ações erradas”, acrescentou Gao.

No final do ano passado, Trump fez uma declaração parecida com essa. Depois de decretarem a prisão de Meng Wanzhou, diretora financeira e filha do fundador da Huawei, ele afirmou “que seu governo estava aberto a usar a detenção de Meng como alavanca nas negociações comerciais em curso com a China”.

Ela foi presa no Canadá e depois liberada sobre fiança, os EUA ainda estão processando Meng por negociar com empresas no Irã, rompendo um acordo comercial com os EUA.

Vale lembrar que no ano passado os EUA fez a mesma coisa com a ZTE e a colocou na lista negra durante 7 anos, mas meses depois voltou atrás depois de um bom acordo comercial que Trump  negociou diretamente com o presidente da China.

Parece que a história pode se repetir com a Huawei.

Com informações da Reuters

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.