EUA não tem tecnologia para ser roubada; diz fundador da Huawei

Fundador acredita que EUA não tem tecnologia e a Huawei está a frente no 5G, além disso é contra a China retaliar em cima da Apple
Atualizado há 6 anos
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O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse em uma entrevista que os EUA não tem tecnologia para ser roubada, quando questionado sobre a acusação de roubar tecnologia americana. Ele diz que a Huawei está  muito na frente dos EUA no quesito.

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A novela envolvendo EUA e Huawei parece não ter fim. Ren Zhengfei é conhecido por não ser muito de aparecer, porém desde que os EUA proibiu empresas americanas de negociar com a Huawei, ele vem dando constantes entrevistas na China.

Hoje (27) ele respondeu a pergunta de um jornalistas em uma nova entrevista. Ao ser perguntado: “o que você pode dizer quando alguém acha que a Huawei roubou tecnologia americana e que o desenvolvimento da Huawei é baseado no roubo da tecnologia americana”, ele responderu, “se nos Estados Unidos não há tecnologia, como roubaria sua tecnologia? É mais provável que os Estados Unidos estejam roubando nossa tecnologia porque estamos atualmente à frente dos Estados Unidos… Se estivéssemos atrasados, Trump não nos atingirá tão duramente. Ele nos derrotou porque estamos avançados.” completou Ren Zhengfei.

Apple é minha professora

Além disso, algumas pessoas especulam que a China vai retaliar a Apple em face dos sucessivos ataques dos Estados Unidos. Ren Zhengfei disse na entrevista que ele se opõe a qualquer medida de retaliação contra a Apple. “Primeiro de tudo, isso não vai acontecer. Em segundo lugar, se isso acontecer, serei a primeira pessoa a se opor ”

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O fundador da Huawei disse que a Apple é a empresa líder mundial e que não há rede móvel sem a Apple. Se não há Apple para nos mostrar, como podemos descobrir a beleza deste mundo? “A Apple é minha professora. Por que os alunos têm que se opor ao professor? Eu não farei isso ”, disse Ren Zhengfei.

Segundo analistas da Goldman Sachs, se os produtos da Apple forem proibidos na China, a empresa perderá cerca de um terço de seus lucros.

Se China banir Apple o prejuízo será enorme para a americana

Semana passada, um artigo no South China Morning Post informou sobre um número de consumidores no país que estão abandonando o iPhone por um smartphone Huawei.

A mídia social no país está repleta de comentários como “Troque para a Huawei! Odeie esses hipócritas; A era da 5G chegou; A Huawei tem muito mais tecnologias de ponta do que a Apple.”

Durante o segundo trimestre fiscal da Apple (de janeiro a março), a empresa viu suas receitas da China caírem 21,5%, de US $ 13,02 bilhões no ano anterior, para US $ 10,22 bilhões.

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O iPhone teve uma participação de mercado de 7% na China durante o primeiro trimestre deste ano, abaixo da fatia de 9,1% obtida em 2018. E mesmo que a China não proíba o iPhone, as vendas de iPhone da Apple na China podem sofrer muito devido à última onda de nacionalismo que está atingindo os consumidores chineses; isso está desempenhando um papel na decisão de quais novos consumidores chineses de telefone podem comprar.

Muitos analistas vêem a participação de mercado da Apple continuar caindo na China. Zaker Li, que trabalha para a firma analítica IHS Markit, diz que “deixando de lado questões políticas, a oferta de produtos e as estratégias de preços da Apple serão as principais razões por trás de sua queda de participação de mercado”.

Kiranjeet Kaur, gerente de pesquisa sênior da IDC Asia Pacific, observa que “o amor dos consumidores chineses pela Huawei só pode aumentar por causa da proibição. A menos que as restrições da cadeia de suprimentos de hardware afetem a implantação de seus smartphones localmente”.

 

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.