O futuro da tecnologia está nos óculos inteligentes: além dos celulares

Conheça os Smartglasses da Meta, que prometem substituir o celular com realidade aumentada e recursos avançados.
O futuro da tecnologia está nos óculos inteligentes: além dos celulares
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Os Smartglasses da Meta apresentam uma nova forma de interagir com o digital diretamente nas lentes dos óculos.
    • Você poderá enviar mensagens, fazer chamadas e usar traduções em tempo real sem precisar olhar para o celular.
    • Os dispositivos têm potencial para mudar a comunicação diária e melhorar a acessibilidade para pessoas com deficiências.
    • Apesar dos desafios atuais, como autonomia da bateria e adaptação para óculos de grau, a tecnologia avança rapidamente.
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A busca por inovações é constante no mundo da tecnologia, com empresas sempre querendo liderar. Em 2007, o lançamento do iPhone mudou a forma como interagimos com a informação. Agora, parece que uma nova categoria de dispositivos está pronta para seguir esse caminho: os Smartglasses da Meta e outros óculos inteligentes prometem redefinir nossa conexão com o digital.

O Que Vem Por Aí Para a Realidade Aumentada?

Se você gosta de tecnologia, deve ter acompanhado o evento Meta Connect de setembro de 2025. Na ocasião, Mark Zuckerberg apresentou o Meta Ray-Ban Display, um óculos que, apesar do visual, oferece recursos impressionantes. Ele permite uma experiência diferente ao projetar informações nas lentes.

Este dispositivo mostra as primeiras projeções de alta qualidade diretamente nas lentes. Com uma pulseira EMG de auxílio, o usuário pode interagir com o ambiente digital. É possível enviar mensagens, fazer ligações, gravar vídeos, realizar pesquisas e diversas outras atividades. Tudo isso acontece sem atrapalhar a visão do que está no mundo real.

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Essa é uma ótima notícia para os fãs de realidade aumentada (RA), tecnologia que adiciona camadas digitais ao nosso mundo físico. Contudo, essa tecnologia ainda não atingiu seu potencial máximo. Aparelhos como o Apple Vision Pro e o Meta Quest 3 já demonstram capacidades mais avançadas na integração entre o virtual e o real.

Esses dispositivos, como o Apple Vision Pro, são úteis tanto para a produtividade quanto para o entretenimento. Eles permitem, por exemplo, criar múltiplos monitores virtuais espalhados pela casa para o trabalho. Também é possível jogar, com personagens e inimigos aparecendo na sua sala, oferecendo uma nova dimensão à diversão.

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Homem caucasiano vestindo usando um Apple Vision Pro em frente aos olhos
Pode até ser elegante, mas não é nem um pouco prático. (Imagem: GettyImages)

Porém, para o uso diário, esses dispositivos ainda não são muito práticos. O peso e a aparência são fatores que os tornam inviáveis para muitas situações cotidianas. Imagine sair para trabalhar, fazer compras ou passear no parque usando um aparelho tão volumoso na cabeça? Não parece ser a solução ideal para o dia a dia.

Além de serem pouco práticos, esses aparelhos podem prejudicar a comunicação com outras pessoas. Enquanto quem usa está imerso no virtual, o contato com quem está ao redor é afetado. Os olhos são essenciais para a interação humana, e conversar com alguém usando um aparelho de VR pode ser desconfortável.

A Apple tentou resolver essa questão com a tecnologia EyeSight, que projeta os olhos do usuário no visor externo do aparelho. No entanto, o resultado não foi como o esperado. Em vez de uma interação natural, o efeito lembrava alguém usando um snorkel tecnológico, tornando a experiência mais estranha do que funcional.

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Aprendendo com o Passado: O Desafio dos Óculos Inteligentes

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Nesse cenário, o Meta Ray-Ban Display surge como um dispositivo com maior potencial de aceitação social. Ele busca evitar os erros de modelos anteriores, como o Google Glass. Esse dispositivo é um exemplo de como a Meta está aprendendo com o passado para criar os Smartglasses da Meta.

Lançado em 2012, o Google Glass tinha um visual que lembrava um rastreador de Dragon Ball. Ele contava com uma câmera de 5 MP para fotos e gravava vídeos em 720p. Um sensor tátil lateral permitia controlar os itens exibidos em um pequeno display LCD. Nele, apareciam informações básicas como direções, clima e notificações.

Mulher usando o Google Glass
A ideia era boa, mas a execução deixou muito a desejar (Imagem: GettyImages)

O lançamento do Google Glass gerou um entusiasmo inicial, mas a realidade logo esfriou as expectativas. No começo, apenas um grupo seleto de desenvolvedores pôde adquirir a versão Explorer, que custava US$ 1.500. Mais tarde, cerca de 8 mil pessoas tiveram a chance de comprar o aparelho, mantendo o mesmo preço elevado.

O preço não era o único problema do Google Glass. Seu design era assimétrico e não tinha a elegância esperada. Os recursos eram limitados e o controle através da pequena tela lateral não era nada intuitivo. Somando todos esses pontos, não foi uma surpresa que o projeto tenha sido descontinuado em 2015, marcando-o como um fracasso de mercado.

Smartglasses da Meta: Uma Nova Abordagem

A Meta, por outro lado, parece ter um plano diferente para seus óculos inteligentes. O preço do Meta Ray-Ban Display, por exemplo, é de US$ 799, tornando-o mais acessível que muitos smartphones de ponta. Além disso, as funcionalidades são amplas, incluindo envio de mensagens e chamadas via WhatsApp.

Com os Smartglasses da Meta, é possível também gravar e publicar stories no Instagram, traduzir conversas em tempo real e explorar muitas outras opções graças à Meta AI. Esses recursos abrem portas para uma comunicação e interação mais fluidas no dia a dia, tornando o uso do dispositivo bastante versátil para diferentes necessidades.

Essas funcionalidades também se mostram muito úteis para pessoas com deficiência auditiva ou visual. O aparelho pode legendar conversas em tempo real, dar zoom em objetos distantes para melhor visualização ou até descrever o que está ao redor do usuário, ampliando a acessibilidade e a autonomia dessas pessoas. O mundo dos dispositivos vestíveis está em constante evolução.

Outro ponto a favor é o design. A armação é um pouco mais grossa que a de óculos comuns, mas não chama tanta atenção nas ruas. O Meta Ray-Ban Display pode até passar despercebido em uma conversa cara a cara, o que é fundamental para a aceitação social. É um contraste com o visual mais chamativo de outros dispositivos, e um ponto forte para os Smartglasses da Meta.

Mulher caucasiana de cabelos escuros usando o óculos Meta Ray-Ban Display
Poderia passar desapercebido por alguém que não conhece a tecnologia (Imagem: Meta)

Desafios Atuais e Próximos Passos dos Óculos Inteligentes

O Meta Ray-Ban Display se apresenta como um passo inicial para uma possível mudança no uso dos smartphones. No entanto, é importante notar que nas suas versões iniciais, ele ainda depende do celular para várias funções. Tirar selfies e acessar aplicativos específicos são exemplos de tarefas que exigem a presença do smartphone.

Ainda levará algum tempo para que os smartglasses se tornem completamente independentes e assumam o lugar dos celulares. Talvez em um médio prazo, a tecnologia evolua o suficiente para essa transição. Por enquanto, a integração entre os dois dispositivos é um fator importante a ser considerado pelos usuários.

Outro ponto a ser observado é a duração da bateria. Segundo a Meta, ela pode durar até seis horas com uso moderado. Embora seja um tempo razoável, ainda é insuficiente para ser a principal forma de comunicação de um usuário ao longo do dia. Muitos usuários já reclamam da bateria de seus celulares, que mal dura um dia inteiro.

Para quem usa óculos de grau, como pessoas com miopia, hipermetropia ou astigmatismo, existe o desafio adicional. Encontrar uma ótica que consiga adaptar lentes corretivas a um dispositivo tão específico pode ser complicado. Esse é um detalhe prático que precisa ser resolvido para uma adoção mais ampla.

Apesar desses obstáculos, o potencial do aparelho é grande. A Meta não está sozinha nessa corrida. A própria Google, mesmo após a experiência com o Glass, continua investindo na ideia. Em parceria com Samsung e Qualcomm, a empresa está desenvolvendo óculos com Android XR, um sistema operacional feito para esse tipo de dispositivo.

Protótipo do Projekt Aura, óculos com realidade aumentada da Google. Óculos preto com lentes escuras.
Bem mais interessantes que o Google Glass (Imagem: Google)

O mercado em geral vê uma oportunidade clara e um futuro promissor para os smartglasses, impulsionado por inovações como os Smartglasses da Meta. Em breve, as pessoas poderão voltar a olhar para frente enquanto utilizam as vantagens da tecnologia. Isso significa menos tempo olhando para telas pequenas e mais interação com o ambiente ao redor, sem perder a conectividade.

Será possível, por exemplo, assistir a shows ao vivo sem a necessidade de gravar tudo pela tela do celular, mas ainda ter memórias em vídeo. Poderão ser admiradas as paisagens de uma viagem, enquanto os familiares são atualizados em tempo real. Fotos e vídeos serão feitos com um simples comando, sem a interrupção de tirar o celular do bolso, desbloquear e enquadrar.

A comunicação com pessoas de diferentes culturas e idiomas também será facilitada. Os smartglasses podem oferecer tradução em tempo real, permitindo o contato olho no olho durante as conversas. Isso promove uma interação mais natural e menos artificial, conectando as pessoas de forma mais direta.

No geral, a expectativa é de menos dores no pescoço e uma maior integração entre o mundo físico e o digital. A tecnologia busca uma forma mais completa e natural de interação, e dispositivos como os Smartglasses da Meta prometem liderar essa mudança. Chega de se afastar de quem está por perto por conta de telas e dispositivos que nos isolam. Os óculos inteligentes podem mudar essa dinâmica.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.