Google desativa Timeline do Maps, mas há alternativa para armazenar seu histórico

Descubra como substituir o Google Maps Timeline por uma solução self-hosted e mantenha seu histórico de localização seguro.
Atualizado há 5 horas atrás
Google desativa Timeline do Maps, mas há alternativa para armazenar seu histórico
Substitua o Google Maps Timeline por uma opção self-hosted e proteja sua privacidade. (Imagem/Reprodução: Androidauthority)
Resumo da notícia
    • O Google desativou a visualização online do Timeline do Maps, afetando usuários que dependiam do recurso.
    • Uma alternativa self-hosted, como o OwnTracks, permite que você mantenha o controle do seu histórico de localização.
    • Essa solução garante privacidade e segurança, sem depender de serviços de terceiros.
    • A configuração exige conhecimento técnico, mas oferece liberdade e personalização.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Perder o histórico de localização do Google Maps Timeline pode ser um choque para quem gosta de revisitar seus caminhos. A boa notícia é que existe uma alternativa self-hosted para Google Maps Timeline, permitindo que você mantenha o controle dos seus dados e continue explorando suas memórias de viagem. Essa solução garante que suas informações fiquem seguras e acessíveis, sem depender de terceiros.

Para muitos, o Google Maps Timeline era uma ferramenta valiosa para recordar momentos e lugares especiais. A decisão do Google de descontinuar a visualização online do Timeline impactou diretamente a forma como esses usuários acessavam e interagiam com seu histórico de localização. Agora, a única cópia dos dados reside no seu celular, a menos que você ative um backup na nuvem. A alternativa é baixar seus dados através do Takeout export ou vê-los desaparecer.

Diante desse cenário, encontrar uma solução que permitisse manter o controle sobre esses dados se tornou essencial. A opção de uma alternativa self-hosted para Google Maps Timeline surge como uma forma de preservar essas memórias de maneira independente e segura.

OwnTracks: A Alternativa Self-Hosted

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma das alternativas encontradas foi o OwnTracks, uma solução de código aberto que permite armazenar dados de localização em sua própria infraestrutura. Com uma interface intuitiva e sem custos ocultos, o OwnTracks oferece a privacidade e o controle que muitos usuários do Google Maps Timeline estavam procurando.

A configuração do OwnTracks pode exigir um pouco de conhecimento técnico, mas o resultado final é um registro de localização que reside em um hardware que você já possui. Além disso, você tem a liberdade de integrar os dados com outras ferramentas, como o Home Assistant, e realizar backups com a frequência desejada.

Leia também:

O processo de configuração envolve a instalação de um MQTT broker para facilitar a comunicação entre o aplicativo no seu celular e o servidor. Uma opção popular é o Eclipse Mosquitto, que pode ser instalado em um Docker container. Após a configuração do broker, o aplicativo OwnTracks no seu Pixel 9 Pro pode ser direcionado para o IP da sua NAS, permitindo que os dados de localização sejam registrados.

Para quem busca sincronização em tempo real, é possível configurar um reverse proxy. No entanto, para muitos, a sincronização da localização quando se está em casa já é suficiente. Esse projeto pode ser explorado em outro momento.

Configurando o OwnTracks e Importando Dados do Google Maps

A instalação do OwnTracks é um processo que envolve algumas etapas. Primeiramente, é necessário configurar um MQTT broker para intermediar a comunicação entre o aplicativo e o servidor. Em seguida, você pode instalar o Eclipse Mosquitto em um Docker container, seguindo a documentação para configurar as portas e os volumes corretamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Após a instalação do broker, o aplicativo OwnTracks no seu celular deve ser configurado para se conectar ao IP da sua NAS. Isso permitirá que os dados de localização comecem a ser registrados. Se você busca uma solução para otimizar o fluxo de trabalho, essa pode ser uma boa opção.

O OwnTracks é dividido em duas partes: o recorder, que registra sua localização, e o frontend, que a exibe. O recorder se conecta ao MQTT broker, salva cada atualização no disco e expõe uma HTTP API. A instalação via Docker Compose ou Synology’s Container Manager facilita o processo.

Por padrão, o recorder serve um mapa básico na porta 8083. Se o seu objetivo é apenas registrar sua localização a partir deste ponto, você pode pular a instalação do frontend. No entanto, se a importação do seu histórico do Timeline é importante, continue com a instalação do frontend.

O processo de instalação do frontend é similar ao do recorder e não deve levar mais de uma hora. Após a conclusão, você terá uma interface que lembra a antiga visualização do Google Timeline, mas com a vantagem de ser totalmente self-hosted.

Com o aplicativo OwnTracks instalado no seu Android ou iOS, o sistema funciona mesmo offline. Assim que o celular se reconectar ao MQTT broker, os dados serão enviados para sua NAS ou servidor doméstico. A configuração de um novo smartphone pode ser feita de forma semelhante, garantindo que seus dados estejam sempre seguros.

Importando seu Histórico de Localização

O Google não facilita a importação de dados antigos de localização. Após exportar seus dados via Google Takeout, é necessário realizar algumas manipulações para que eles sejam compatíveis com o OwnTracks. O Takeout fornece uma pasta de arquivos JSON, que precisam ser convertidos para o formato esperado pelo recorder.

Para realizar essa conversão, é necessário utilizar um script da comunidade. Após a conversão, você pode enviar seus dados para o OwnTracks, reiniciar o serviço e observar a adição das informações ao banco de dados. Apesar de não ser um processo totalmente simples, o resultado final é uma réplica do antigo Google Timeline, agora em sua própria infraestrutura.

Tomando o Controle dos Seus Dados Pessoais

Apesar do esforço inicial na configuração do OwnTracks, o resultado final compensa. O processo de configuração ensina sobre os componentes necessários para o funcionamento do serviço e reforça a sensação de liberdade proporcionada pelo self-hosting. Caso necessite solucionar problemas, a tarefa se torna trivial, e cada correção é definitiva.

Além disso, você tem a liberdade de escolher quando atualizar o serviço e a certeza de que o Google não irá descontinuar seu NAS. Essa é uma grande vantagem em si. E se você quiser personalizar algo, pode ler o código fonte e adicionar suas próprias modificações.

A experiência de usar o OwnTracks não é tão completa quanto a de um produto do Google. A interface se resume a um mapa com marcadores de localização. Como o serviço utiliza o OpenStreetMaps, os dados também não são tão detalhados. Portanto, pode não ser a melhor opção se você precisa encontrar um restaurante específico que visitou há dez anos ou utilizar o Street View para revisitar seus passos.

O self-hosting oferece uma solução privada e permanente para seu histórico de localização, totalmente sob seu controle. A privacidade é outra vantagem óbvia. Nada sai da sua rede, a menos que você permita. O recorder suporta criptografia de ponta a ponta com uma chave pré-compartilhada, protegendo as coordenadas mesmo durante a sincronização entre dispositivos. Não há analytics nem servidores de terceiros, a menos que você opte por utilizá-los.

Os requisitos de hardware também são modestos. Você pode rodar o OwnTracks em um Raspberry Pi. O MQTT e o recorder juntos utilizam menos de 1% da CPU em um NAS de cinco anos. O frontend consiste em arquivos estáticos servidos pelo Nginx. Um ano inteiro de dados de movimento, registrados em intervalos de dez segundos, ocupa apenas algumas centenas de megabytes.

Para maior segurança, você pode adicionar backups noturnos para um segundo NAS e até mesmo para o Google Drive. Tudo isso garante que seus dados estejam sempre protegidos e acessíveis.

É Para Todos?

Alguém com menos conhecimento técnico conseguiria replicar essa configuração? Provavelmente, se estiver confortável com Docker Compose e um terminal. O OwnTracks não é plug-and-play, mas a comunidade oferece guias para Synology, Unraid, Raspberry Pi e Linux. A ferramenta melhora a cada ano, mas ainda não é totalmente simples.

Em um mundo ideal, não precisaríamos executar um serviço como este. No entanto, devido à abordagem do Google em relação a serviços populares, essa é a melhor alternativa. Mesmo que o Google traga o antigo Timeline de volta, manterei o OwnTracks pela sua permanência.

O aplicativo móvel pode parar de publicar dados quando o gerenciador de bateria do Android se torna muito agressivo. O visualizador de mapas não possui função de busca, e a importação de grandes conjuntos de dados pode congelar a interface até a conclusão do processo. No entanto, esses são compromissos aceitáveis.

No final das contas, o histórico de localização se torna importante quando o perdemos. Um simples ponto no mapa pode despertar uma memória ou lembrar o quanto você explorou em um determinado ano. E agora, esse ponto reside permanentemente no meu NAS.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via Android Authority

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.