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- A Kaspersky acredita que suas raízes russas e a expertise de profissionais brasileiros são vantajosas no combate ao cibercrime.
- O objetivo é mostrar como a empresa utiliza conhecimento local e global para proteger usuários e empresas.
- Isso pode aumentar a eficácia na detecção e prevenção de ataques cibernéticos no Brasil.
- A empresa também enfrenta desafios geopolíticos, como o veto dos EUA, mas mantém sua expansão global.
O cibercrime no Brasil é uma preocupação crescente, mas a Kaspersky, empresa pioneira em cibersegurança, acredita que suas raízes russas e a expertise de profissionais brasileiros podem ser uma grande vantagem no combate a essas ameaças. Segundo o CEO da Kaspersky, Eugene Kaspersky, a compreensão da mentalidade das quadrilhas online é crucial para responder rapidamente aos ataques virtuais.
Afinal, por que a Kaspersky Confia na Combinação de Raízes Russas e Expertise Brasileira Contra o Cibercrime no Brasil?
Eugene Kaspersky destaca a importância de ter equipes de pesquisa de ameaças cibernéticas em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil. Ele explica que os cibercriminosos russos se destacam pela sofisticação, os chineses pela quantidade de ataques e os brasileiros pela atuação focada no setor financeiro. Essa diversidade de conhecimento é essencial para combater o cibercrime no Brasil e no mundo.
“O cibercrime é um problema global”, afirmou Eugene Kaspersky em sua visita ao Brasil. Ele ressalta que existem tantos atores maliciosos que rastrear todos eles é uma tarefa quase impossível. No entanto, a Kaspersky aposta na sua estrutura global e no conhecimento local para se manter à frente das ameaças.
Esses grupos criminosos operam em rede, trocando informações e tecnologias. Os desenvolvedores de software da Rússia e da antiga União Soviética são importantes fornecedores de ferramentas para o submundo da internet. Segundo Eugene Kaspersky, ser russo ajuda a empresa a ter informações privilegiadas sobre essas atividades.
A Kaspersky tem enfrentado um veto do governo americano, que a acusa de ter ligações com o governo russo e de representar um risco de espionagem. A empresa nega essas acusações e afirma que as autoridades americanas nunca apresentaram provas concretas. Claudio Martinelli, diretor da Kaspersky para as Américas, argumenta que o veto coloca a empresa sob um escrutínio ainda maior, o que garante que qualquer problema de segurança seria rapidamente descoberto.
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Principais Ameaças Online no Radar da Kaspersky
Para entender melhor o cenário do cibercrime, a Kaspersky identifica quatro principais formas de ameaça online:
- Cibercriminosos: Grupos organizados ou indivíduos que buscam ganhos financeiros, mirando em instituições financeiras, e-commerce e outras operações comerciais.
- Hacktivistas: Grupos ideológicos que usam suas habilidades técnicas para promover causas políticas ou sociais, geralmente atacando páginas ou vazando dados de autoridades.
- Sabotadores corporativos: Contratados por empresas concorrentes para roubar propriedade intelectual e dados estratégicos.
- Atores estatais: Agências governamentais de inteligência ou departamentos militares especializados em operações cibernéticas.
Apesar do embargo americano, a Kaspersky tem planos de expansão, focando no sul global e nos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A empresa mantém um escritório em São Paulo desde 2008 e também possui sedes na Cidade do México e em Bogotá. No Brasil, além de atender ao público corporativo e geral, a Kaspersky oferece serviços para o governo e as Forças Armadas.
A empresa também está presente na China desde 2004, onde mantém uma parceria com a Huawei. Eugene Kaspersky relata que conseguiu uma permissão especial da polícia chinesa para visitar lugares de acesso proibido a estrangeiros, sendo o primeiro turista a conhecer alguns desses locais.
A Vantagem da Capilaridade e do Conhecimento Local no Combate ao Cibercrime no Brasil
Eugene Kaspersky defende que essa capilaridade global dá à sua empresa uma vantagem em relação às concorrentes americanas, que muitas vezes ficam restritas a escritórios nos Estados Unidos com profissionais formados no país. Para ele, a capacidade de entender diferentes culturas e idiomas é fundamental para combater o cibercrime de forma eficaz.
Em relação aos cibercriminosos russos, Eugene Kaspersky afirma: “Podemos rastrear as inovações do crime russo meses antes de qualquer um, porque nós falamos russo e outros idiomas e conseguimos compreender o comportamento e a forma que eles atacam.” Ele compara a situação com o futebol, onde alguns times jogam melhor do que outros, independentemente do orçamento.
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A Kaspersky também tem sido fundamental na descoberta de vulnerabilidades graves em softwares populares. Entre 2023 e 2025, a empresa identificou falhas no iMessage e no Chrome que permitiam a invasão de aparelhos sem que o usuário precisasse clicar em qualquer link ou programa. Essas vulnerabilidades estavam sendo exploradas por grupos russos.
Apesar das tensões geopolíticas, empresas como Google e Apple reagiram profissionalmente aos alertas da Kaspersky, corrigindo os problemas e recompensando a empresa pela descoberta. Isso demonstra a importância da colaboração entre empresas de segurança cibernética, mesmo em tempos de desconfiança.
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O contato de Eugene Kaspersky com o cibercrime no Brasil começou nos anos 1990, quando ele analisava códigos de vírus e anotações deixadas por hackers em seu idioma de origem. Ele se deparava frequentemente com o nome do banco Bradesco, o que despertou sua curiosidade sobre o país.
As quadrilhas brasileiras, conhecidas localmente pelos golpes do Pix, têm atuação transnacional. A Kaspersky e a Eset, outra empresa de cibersegurança com um grupo de pesquisa no Brasil, colaboraram com a Polícia Federal e a Interpol para desmantelar um grupo que aplicava fraudes bancárias em 45 países.
Eugene Kaspersky alerta que o avanço da inteligência artificial deve intensificar a cooperação entre hackers e cibercriminosos em todo o mundo. A IA facilita a superação de barreiras idiomáticas e permite que os programadores adaptem os vírus distribuídos aos contextos locais. Para ele, a IA multiplica o volume de ameaças, ajudando os criminosos a criar uma quantidade massiva de vírus e a acelerar a busca por brechas de segurança. Ao mesmo tempo, a Kaspersky utiliza a IA para combater atividades ilegais na internet desde 2015.
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A empresa utiliza redes neurais para analisar códigos maliciosos, processando cerca de 400 mil arquivos todos os dias. Desse total, apenas 1% é encaminhado para análise humana, o que demonstra a importância da automação no combate ao cibercrime.
Em suma, a Kaspersky acredita que sua combinação de raízes russas, expertise local e uso de inteligência artificial a coloca em uma posição vantajosa para combater o cibercrime no Brasil e no mundo. A empresa continua investindo em pesquisa e desenvolvimento para se manter à frente das ameaças e proteger seus clientes.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo