Modo privado ou navegação anônima são realmente “anônimos?

Entenda se entrar no modo anônimo do navegador realmente te protege de alguma coisa ou é inútil.
Atualizado há 4 anos
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Privado é um termo relativo. Isso é bastante claro quando se trata de “navegação privada” – a configuração em um navegador da Web que supostamente permite ocultar seu histórico de outras pessoas que usam o mesmo computador.

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Embora o modo privado (ou “anônimo”) possa encobrir suas atividades até certo ponto, ainda existem maneiras pelas quais suas ações podem ser rastreadas. E não apenas pelas pessoas da sua rede, mas também pelo seu ISP (provedor de internet), pelo governo e até pelos hackers.

O que é o modo de navegação privada?

Antes de abordarmos o assunto, vamos primeiro definir o que queremos dizer com modo “privado”, “incógnito” ou “InPrivate”. Esse recurso apareceu pela primeira vez no navegador Safari da Apple em 2005. Não demorou muito para que rivais, como Google e Mozilla, seguissem o exemplo. Logo, tornou-se um componente padrão para qualquer navegador que se preze.

A navegação privada cria efetivamente uma sessão de navegação separada, isolada da principal. Todos os sites que você visita não são registrados no histórico do seu dispositivo. Se você fizer login em um site no modo privado, o cookie não será salvo quando você fechar a janela.

Vale ressaltar que esse princípio é de duas vias. As guias de navegação privada não podem acessar os cookies usados ​​na sessão principal. Por exemplo, se você fizer login no Facebook e entrar no modo de navegação anônima, precisará fazer login novamente.

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Isso torna um pouco mais difícil para sites de terceiros rastrear sua atividade no modo de navegação anônima. Também permite acessar facilmente várias contas da Web simultaneamente.

Como bônus, também fica mais fácil contornar as chamadas “paredes de pagamento flexíveis” – sites nos quais você tem acesso a algumas páginas antes de ser solicitado a fazer login ou assinar.

Os limites do modo de navegação anônima

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Os navegadores que oferecem um modo privado geralmente se esforçam muito para enfatizar que não é uma proteção abrangente. Na melhor das hipóteses, fornece uma fina camada de privacidade para as pessoas que trabalham em suas redes domésticas privadas.

O modo de navegação anônima não impede que os administradores de redes corporativas ou educacionais controlem sua atividade. Também não impede necessariamente que alguém espie seus hábitos de navegação se você estiver usando um ponto de acesso público em um café ou restaurante.

Mais uma vez, a navegação privada preocupa-se exclusivamente com a forma como os dados da atividade de navegação são armazenados no seu dispositivo pessoal, não com a transmissão pela rede.

Além disso, existem maneiras pelas quais a navegação privada pode ser derrotada localmente. Se o seu computador estiver infectado com malware que rastreia o tráfego de rede e as solicitações de DNS, o modo de navegação anônima não poderá ajudá-lo. Ele também não consegue superar as técnicas de “impressão digital”, nas quais terceiros (geralmente redes de publicidade) tentam determinar recursos distintos do seu computador para rastrear sua atividade em uma rede.

A impressão digital é um fenômeno interessante. Parece atrair menos atenção do que malware e cavalos de Troia, apesar de sua capacidade de identificar indivíduos com uma precisão surpreendente. Enquanto você navega na Internet, sites de terceiros podem coletar informações sobre o seu computador, incluindo seu fuso horário, a resolução da tela, o navegador, os plug-ins e o idioma que você usa, etc.

Qualquer uma dessas informações pode ser insignificante por si só, mas juntas fazem parte do perfil semi-exclusivo do seu dispositivo. Pesquisa do Electronic Frontier Foundation mostra que apenas um em 286.777 navegadores compartilha a mesma configuração precisa (ou “impressão digital”).

O EFF oferece um serviço chamado Panopticlick, que pode mostrar a pontuação de exclusividade do seu navegador. Este site ilustra a triste realidade de que as configurações de nossos computadores são menos exclusivas do que pensávamos, facilitando o rastreamento de terceiros.

A privacidade on-line é realista?

O que “privacidade” eletrônica realmente significa e se é uma perspectiva realista na internet são tópicos importantes a serem explorados.

No mais simples dos termos, a privacidade na Internet indica a capacidade de se comunicar e navegar sem que terceiros externos possam observar nossas atividades. Atualmente, enfrentamos uma abundância de barreiras em potencial para isso.

E aqueles que operam sua rede e seu ISP (provedor de internet)? E não se esqueça do seu governo. Há também o setor de tecnologia de anúncios, que fornece anúncios segmentados com precisão por meio de sofisticados sistemas de rastreamento, incluindo a abordagem de impressão digital mencionada anteriormente.

A Internet é um panóptico. Sim, o setor de VPN promete oferecer privacidade se você investir em seus produtos, mas não há garantias. A verdadeira privacidade parece ilusória. O melhor que você pode esperar é algo se aproximando desse padrão elevado. Para chegar lá, você também terá, inevitavelmente, de investir tempo e dinheiro e estar preparado para sofrer uma experiência de navegação degradada.

O que fazer?

Deseja impedir que o administrador da rede veja o que está fazendo? Bem, você precisará de uma VPN – e verifique se ela não mantém registros. Mas e os rastreadores? Você precisará de um plugin para eles. Para ser realmente seguro, desative completamente o JavaScript. Claro, isso impedirá que muitos sites funcionem corretamente, mas também interromperá esses scripts desagradáveis ​​de impressões digitais.

Essas são medidas extremas, e não algo que recomendamos, por razões óbvias. No entanto, eles ilustram o fato de que a privacidade na Internet não é em preto e branco. Pelo contrário, é um espectro de tons.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.