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- Uma mulher usou inteligência artificial para recriar o irmão assassinado, que “falou” em um tribunal nos EUA.
- Você pode entender como a tecnologia está sendo usada para fins emocionais e jurídicos.
- O caso levanta debates sobre ética e autenticidade no uso de IA em situações sensíveis.
- A tecnologia pode revolucionar a forma como lidamos com perdas e processos judiciais.
Com a ajuda da inteligência artificial generativa, um homem falecido em 2021 “compareceu” a um tribunal no Arizona, Estados Unidos, para fazer um discurso durante o julgamento de seu assassino. O caso, ocorrido em 1º de maio, emocionou todos os presentes na audiência. A tecnologia foi utilizada por Stacey Wales para criar a declaração da vítima em nome de seu irmão, Chris Pelkey, que foi morto a tiros quatro anos antes. As ferramentas inteligentes permitiram gerar um avatar do falecido, que em seu discurso perdoou o atirador.
O Avatar de Chris Pelkey e o Julgamento
No vídeo apresentado por Stacey Wales ao juiz do caso, uma versão de Chris Pelkey, criada por IA recriando irmão assassinado, dirigiu-se ao assassino, Gabriel Horcasitas, que já havia sido considerado culpado pelo júri, e também aos familiares. A mensagem do avatar começou explicando que ele era uma versão recriada por IA, utilizando a foto e o perfil de voz de Chris.
O avatar continuou, dirigindo-se diretamente a Gabriel Horcasitas, expressando o pesar pelas circunstâncias em que se encontraram. Surpreendentemente, o avatar disse que, em outra vida, eles poderiam ter sido amigos. A mensagem transmitiu uma crença no perdão e em um Deus que perdoa, refletindo a fé que Chris sempre teve. Para finalizar, o avatar se despediu com um “Bem, eu vou pescar agora. Amo todos vocês. Vejo você do outro lado”.
O juiz Todd Lang se manifestou favoravelmente ao discurso e aprovou o uso da tecnologia. Ele expressou sua admiração pela IA e agradeceu a Stacey Wales por trazer o perdão à tona. “Por mais zangado que você esteja, por mais justificadamente zangada que a família esteja, ouvi o perdão. Eu senti que isso foi genuíno”, afirmou o magistrado.
Vale ressaltar que a presença da IA nos tribunais não é algo incomum no estado do Arizona, como destaca a BBC. No entanto, a tecnologia geralmente é utilizada de outras maneiras, como para fazer resumos das sentenças, tornando-as mais fáceis de entender.
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A Criação do Avatar e o Discurso
Para criar a versão digital do irmão, Stacey Wales utilizou fotos e vídeos de Chris Pelkey, que foram usados para clonar a voz e recriar a imagem do falecido. O trabalho foi realizado pelo marido dela, Tim Wales, que já possui experiência com IA generativa.
Quanto ao discurso do homem “ressuscitado” pela IA, a irmã foi a responsável por redigir a declaração lida pelo avatar, sem qualquer ajuda da tecnologia. Stacey Wales acreditava que aquelas seriam as palavras que Chris Pelkey diria, baseando-se no seu histórico de vida.
“Eu não queria chegar lá e dizer: ‘Eu te perdoo’, porque eu não, eu ainda não cheguei lá. E a dicotomia era que eu podia ouvir a voz de Chris na minha cabeça e ele dizia: ‘Eu o perdoo'”, afirmou Stacey Wales em entrevista à NPR.
Chris Pelkey, um veterano do Exército e bastante religioso, foi morto a tiros em novembro de 2021 após uma discussão no trânsito. O assassino, Gabriel Horcasitas, foi condenado pelo tribunal a 10 anos e meio de prisão por homicídio culposo.
O uso da inteligência artificial para recriar Chris Pelkey e permitir que ele “falasse” no tribunal levanta questões éticas complexas. Embora a tecnologia tenha proporcionado um momento de emoção e possível catarse para a família, também suscita debates sobre a autenticidade das palavras e a possibilidade de manipulação.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo