OpenAI lança browser com IA e altera o controle de informações na internet

A OpenAI apresenta um browser com IA que muda o controle do tráfego na internet e impacta publishers e usuários, com potencial de transformação no acesso à informação.
Atualizado há 10 horas atrás
OpenAI lança browser com IA e altera o controle de informações na internet
Browser com IA da OpenAI transforma o tráfego na internet e o acesso à informação. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A OpenAI planeja lançar um browser com inteligência artificial integrada, oferecendo uma navegação sem sair da interface conversacional.
    • Essa inovação muda as regras de controle de dados, afetando sites, publishers e o fluxo de informações na web.
    • Fazendo uso de IA para interpretar conteúdos, a nova estratégia captura parte do valor tradicional do tráfego na internet.
    • Com crescimento de usuários, o sistema pode substituir a busca convencional por respostas diretas, impactando negócios de conteúdo.
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O browser da OpenAI promete transformar a navegação na internet ao oferecer uma experiência integrada de busca, acesso a dados e interação, tudo dentro de uma interface conversacional. Essa novidade não é apenas uma inovação técnica, mas uma mudança de poder no controle da troca de informações e valor na web, ameaçando o modelo tradicional de tráfego, paywalls e negociações de conteúdo.

A disputa disfarçada de conveniência

Nas próximas semanas, a OpenAI deve lançar seu próprio browser com IA integrado, prometendo uma navegação fluida sem sair da interface conversacional. Embora pareça uma evolução na usabilidade, na verdade marca uma captura definitiva do tráfego de dados. Dados do Press Gazette mostram que buscas com zero clique no Google aumentaram de 56% (maio/24) para 69% (maio/25). A OpenAI quer reescrever as regras, controlando todo o ciclo da consulta à informação.

Ao optar por um browser próprio, construído sobre a base open-source do Chromium, a OpenAI desafia o domínio do Chrome e busca consolidar sua presença como a homepage do futuro. Essa estratégia aumenta o poder de interpretara e filtrar conteúdos, se afastando do modelo de tráfego tradicional, onde os sites eram o destino final das visitas. Soluções como o pay per crawl do Cloudflare tentam manter alguma rentabilidade, permitindo que publishers cobrem pelo acesso de bots, mas o conceito se inverte: o valor fica com quem interpreta, e não mais com quem publica.

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Essa mudança gera um movimento que é ao mesmo tempo brilhante e assustador. Uma melhora na experiência, que redefine a navegação, mas que também indica um controle absoluto sobre o fluxo de informações. Quem domina esse jogo pode definir a lógica do valor na nova era, onde a IA não apenas substitui infraestruturas antigas, mas captura todo o valor delas, como uma materialização de um novo ciclo de Kondratiev.

Redefinindo o valor na internet

Desde o início de 2024, consultas sobre notícias no ChatGPT cresceram 212%, enquanto as buscas no Google diminuíram 5%. Assim, a OpenAI integrou seu agente web em suas plataformas, permitindo que o navegador atue em nome do usuário, preencha formulários, reserve refeições e até compre passagens, tudo dentro da interface. Essa nova dinâmica faz com que conteúdos premium, antes considerados essenciais, tornem-se simples combustível para sistemas capazes de entregar respostas rápidas sem gerar tráfego direto. Valor sem visitas.

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Com uma base de 500 milhões de usuários semanais, o ChatGPT está se tornando uma homepage virtual para muitas pessoas, mudando o modo como acessamos informações. Para os publishers tradicionais, essa mudança traz dilemas: conteúdos, mesmo que considerados premium, passam a ser utilizados como entrada para sistemas de IA, enquanto o tráfego direto diminui radicalmente. Isso reforça uma nova lógica de negócios que já mostra sinais de transformação, como evidencia a avaliação de reuters e Wall Street Journal em relação às chamadas “respostas mediadas”.

Além disso, a construção de um oligopólio de informações por parte da OpenAI significa que o valor deixará de circular em torno da visita ao site, passando a ser manipulado por agentes conversacionais que sintetizam e entregam conteúdo de forma direta, eliminando o tráfego convencional. Essa mudança é reforçada pelo interesse da OpenAI em adquirir o próprio navegador, sinalizando um movimento estratégico que vai além da tecnologia, buscando o controle dos meios de troca de informações na era da inteligência artificial.

O futuro da troca de informações na era da IA

Esse cenário provoca uma disputa por talentos e controle de infraestrutura. A contratação de ex-VPs do Google Chrome por parte da OpenAI e a possível aquisição de seu navegador demonstram um interesse em consolidar seu domínio. A resposta de empresas como a Meta, contratando o brasileiro Mat Velloso, ex-DeepMind, para liderar projetos de superinteligência, evidencia que essa luta não é apenas por tecnologia, mas pelo controle do ciclo de troca de informações.

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Para os publishers da América Latina, que muitas vezes carecem de força institucional para negociar com as Big Techs, essa disintermediação representa um risco maior. Sem presença forte e capazes de estabelecer acordos bilaterais, esses conteúdos podem entender-se cada vez mais como ferramental para alimentar sistemas de IA, enquanto o tráfego direto se torna irrelevante. Nesse novo universo, conteúdos de qualidade podem servir apenas de dados de treino, fortalecendo um ciclo de oligopólio mediado por agentes inteligentes.

Seguindo essa lógica, a questão que se impõe é: se a próxima disrupção já começou, por que ainda estamos presos ao legado da anterior? Segundo Brian Adams, a resposta talvez seja que “você nunca soube qual era a pergunta” e que essa nova fase demanda uma mudança de paradigma para compreender as reais dinâmicas dessas mudanças.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiável, mas escrito e revisado por um humano.

Via tecmundo.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.