Tecnologia de túnel imerso será usada em obra entre Santos e Guarujá

Conheça a tecnologia inédita no Brasil que será usada no túnel entre Santos e Guarujá, reduzindo o tempo de travessia para minutos.
Atualizado há 6 horas
Tecnologia de túnel imerso será usada em obra entre Santos e Guarujá
Nova tecnologia encurta a travessia entre Santos e Guarujá para apenas alguns minutos. (Imagem/Reprodução: G1)
Resumo da notícia
    • O projeto do túnel entre Santos e Guarujá utilizará a tecnologia de túnel imerso, inédita no Brasil.
    • O objetivo é reduzir o tempo de travessia entre as cidades de uma hora para apenas dois a três minutos.
    • O túnel promete melhorar a logística e o transporte na região, além de liberar o canal para navios cargueiros.
    • A obra deve começar em 2026 e será financiada pelos governos federal e estadual.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O projeto do Túnel entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, está prestes a se tornar realidade após quase um século de discussões. Com um leilão agendado para agosto, o objetivo é definir as empreiteiras responsáveis pela construção e operação da obra, que utilizará uma tecnologia inédita no Brasil: o túnel imerso. Autoridades brasileiras estão buscando atrair empresas estrangeiras com experiência nessa técnica, que envolve a construção do túnel em partes de concreto armado na superfície, para depois afundá-las e conectá-las no leito do canal.

A construção do Túnel entre Santos e Guarujá está cada vez mais próxima. Em vez de escavar o túnel no leito do canal, a técnica de túnel imerso consiste em construir seções de concreto armado na superfície. Essas partes são vedadas temporariamente, rebocadas até o local, submersas e conectadas. Após o acabamento interno, o túnel estará pronto para uso.

Para garantir o sucesso do projeto, autoridades brasileiras têm visitado obras similares no exterior, buscando atrair empresas experientes para o leilão. Um dos locais visitados é o canteiro de obras do túnel Fehmarnbelt, que ligará a Alemanha e a Dinamarca.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em abril, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estiveram nas obras do túnel Fehmarnbelt. “É a mesma tecnologia que será usada no túnel de Santos”, afirmou Costa Filho. Tarcísio complementou, dizendo ser “um exemplo para que possamos entregar o que há de melhor para a população da Baixada Santista”.

Outro grupo de autoridades brasileiras, incluindo congressistas, o prefeito de Santos, Rogério Santos, e o ministro Walton Alencar, do Tribunal de Contas da União, também visitou o canteiro de obras do túnel Fehmarnbelt. A missão foi organizada pela Frente Parlamentar Mista de Portos e Aeroportos (FPPA).

Leia também:

“Viemos conhecer as boas práticas, é importante compartilhar essa experiência para a realização do túnel entre Santos e Guarujá, que o Brasil espera há um século”, disse o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), presidente da FPPA e ex-prefeito de Santos. As autoridades também se reuniram com empresas envolvidas na obra. Se você gosta de tecnologia, veja essa notícia sobre a empresa espanhola que desenvolve sistema de navegação lunar similar ao GPS.

O leilão para a construção do Túnel entre Santos está previsto para 1º de agosto. Há quatro consórcios interessados: Mota-Engil (Portugal) com CCCC (China), Acciona (Espanha) com Ballast Nedam (Holanda), Andrade Gutierrez (Brasil) com Webuild (Itália) e OEC (Brasil) com EGTC (Brasil) e uma terceira empresa.

Entre as empresas visitadas pelas autoridades brasileiras está a holandesa Tec Tunnel, que atua na obra do túnel Fehmarnbelt. A chinesa CCCC construiu o túnel subaquático de Taihu, o maior da China, com 10,8 quilômetros de extensão. A holandesa Ballast Nedam já realizou túneis semelhantes na Holanda e está construindo um no Iraque.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Atualmente, as duas cidades do litoral paulista são conectadas por terra, em um percurso de 43 quilômetros que pode levar cerca de uma hora, ou por balsas, com travessia de 18 minutos, sem contar o tempo de espera.

As balsas dividem o canal com os navios cargueiros que entram e saem do Porto de Santos, o maior da América Latina em movimentação de contêineres. Com o túnel, a travessia será feita em dois a três minutos, e o canal ficará mais livre para os navios.

O projeto do Túnel entre Santos descartou a opção de cavar o subsolo devido a instabilidades geológicas, segundo o governo de São Paulo. Uma ponte também foi descartada devido à altura dos navios e à proximidade da Base Aérea de Santos.

A via terá 1,5 quilômetros, com 870 metros de túnel submerso. Ele será construído em seis partes de concreto, em um canteiro de obras próximo. Após a conclusão, o canteiro será inundado e os segmentos, que boiam, serão rebocados até o canal. Água será bombeada para dentro dos segmentos, fazendo-os afundar.

Os seis elementos serão conectados com macacos hidráulicos e as vedações removidas. O túnel será coberto por pedras e receberá acabamento interno. Serão três faixas em cada sentido, uma adaptável para VLT, e uma via exclusiva para pedestres e ciclistas.

O custo estimado do túnel é de R$ 5,78 bilhões, com R$ 4,96 bilhões financiados igualmente pelos governos federal e estadual. A obra deve começar em 2026 e durar três anos.

O consórcio vencedor construirá e operará o túnel por 30 anos, cobrando pedágio e recebendo uma contraprestação anual do governo. O leilão será vencido pelo consórcio que oferecer o maior desconto na contraprestação.

O túnel Fehmarnbelt, entre Alemanha e Dinamarca, serviu de inspiração para o projeto de Santos-Guarujá. Em junho de 2024, o rei da Dinamarca, Frederik 10, inaugurou o primeiro elemento de concreto do túnel.

No total, serão 89 elementos, cada um com 42 metros de largura por 270 metros de comprimento e pesando cerca de 70 mil toneladas. Juntos, formarão os 18 quilômetros de túnel que ligará Rødby (Dinamarca) a Puttgarden (Alemanha). O túnel terá duas pistas para carros e caminhões em cada direção e duas linhas ferroviárias. Quando finalizado, a ligação direta entre Hamburgo e Copenhagen terá 330 quilômetros.

A obra faz parte de uma iniciativa da União Europeia para construir uma conexão ferroviária mais rápida entre o norte e o sul do continente, incentivando o uso de trens em vez de aviões. Outra obra importante é o túnel de base do Brennero, que corta os Alpes entre Áustria e Itália e terá 55 quilômetros.

O custo estimado do túnel Fehmarnbelt e suas conexões é de cerca de 7,4 bilhões de euros (R$ 48 bilhões). O túnel imerso custará 6,6 bilhões de euros (R$ 43 bilhões) e é financiado pela Dinamarca. A Alemanha investirá 800 milhões de euros para conectá-lo à rede alemã de rodovias e ferrovias. Se você gosta de acompanhar noticias sobre o mundo da tecnologia, veja essa matéria sobre a Zencoder que lança Zen Agents, plataforma de IA para desenvolvimento de software.

A previsão é que a obra seja concluída em 2029, com um pedágio de cerca de 70 euros (R$ 453) por veículo de passeio. Será o maior túnel de uso ferroviário e rodoviário do mundo, e o maior túnel imerso do mundo.

O projeto do Túnel entre Santos e Guarujá promete revolucionar a logística e o transporte na Baixada Santista, facilitando o acesso e impulsionando o desenvolvimento econômico da região. Agora, falando em economia, veja essa matéria sobre a TOTVS que registra crescimento de 44% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2025.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via g1

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.