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- A Viasat fez uma demonstração da tecnologia D2D para comunicações via satélite em Brasília.
- Isso pode facilitar a comunicação em áreas onde as operadoras não atuam, possibilitando novas aplicações.
- A tecnologia pode impactar usuários em regiões remotas, oferecendo alternativas na comunicação.
- A Viasat planeja expandir os testes e espera integrar novas funcionalidades como chamadas de voz até 2026.
A Viasat realizou uma demonstração da conexão direta de satélites e celulares, também conhecida como Direct-to-Device (D2D), em Brasília. O teste focou no envio de mensagens de texto sem utilizar a infraestrutura ou frequência das operadoras de telecomunicações. O objetivo principal não é provar que a tecnologia dispensa as operadoras, mas sim atrair novas parcerias para o desenvolvimento e implementação dessa tecnologia.
O vice-presidente global de parcerias de D2D da Viasat, Kevin Cohen, mencionou que está em negociação com parceiros do mercado e espera realizar novos testes e firmar acordos comerciais no Brasil ainda este ano. A iniciativa visa expandir as possibilidades de comunicação via satélite, abrindo portas para novas aplicações e serviços.
Os testes da Viasat no Brasil já estavam em andamento desde o final do ano passado, com foco no setor automotivo, utilizando GPS e envio de mensagens. A demonstração mais recente utilizou a solução para comunicação por texto, mesmo com o celular em “modo Avião”. A mensagem chegou ao destinatário como SMS em poucos segundos, apesar da velocidade de 2 Kb/s, utilizando a banda L e seguindo o padrão 3GPP Release 17.
É importante notar que o padrão 3GPP Release 17 não inclui suporte para ligações ou internet, focando-se especificamente na troca de mensagens de texto. A empresa espera expandir os testes para incluir voz e internet em 2026.
Nos testes, considerados bem-sucedidos, a Viasat utilizou diferentes aparelhos. Alguns, como o Ulefone NTN e o iPhone XR, já são compatíveis com o D2D. Outros, por serem incompatíveis, necessitaram de um dispositivo comunicador de satélite via bluetooth, como o HMD para o iPhone 13 e o Moto Defy para o Samsung A50.
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O Desenvolvimento da Conexão Direta de Satélites
O que separa a solução tecnológica do lançamento comercial é o ritmo da indústria de dispositivos e os acordos com as operadoras de telefonia. Uma das possibilidades que os executivos condicionam à colaboração é o envio de mensagens pelo WhatsApp, ao invés de SMS. Isso dependeria do desenvolvimento de uma solução específica, adaptada para a plataforma.
Segundo Leandro Gaunszer, diretor-geral da Viasat no Brasil, a empresa detém a parte da conectividade, enquanto o fabricante do equipamento cuida do sistema. Ele acredita que a implementação é apenas uma questão de tempo. Há um esforço para integrar as diferentes partes e otimizar a experiência do usuário.
A Viasat busca parcerias com operadoras para tornar a comercialização mais atraente. Nesse cenário, as operadoras poderiam oferecer um “chip híbrido”, que permitiria acesso tanto à rede da operadora quanto a satélites, em áreas fora da cobertura tradicional. As negociações estão em andamento para definir os termos dessa colaboração.
Gaunszer explicou que a conexão híbrida é um aspecto relevante para diversos casos de uso. Ainda é necessário definir a frequência em que essa conexão ocorrerá. O modelo de negócio que as operadoras irão adotar ainda não está definido, mas é provável que haja um custo adicional a partir de um determinado valor.
Desafios e Parcerias na Conexão Direta de Satélites
O preço dos dispositivos é outro obstáculo a ser superado. O comunicador com satélite, que se conecta a celulares sem compatibilidade para acessar o D2D, é comercializado fora do país por cerca de US$ 100 a US$ 150. A acessibilidade desses dispositivos é crucial para a popularização da tecnologia.
Questionado sobre os desafios, Kevin Cohen, da Viasat, considera que os acordos com as operadoras são mais fáceis de serem firmados do que com a indústria. Ele acredita que um acordo com uma operadora seria um acordo de padrão aberto. O mais importante é ter os dispositivos e os aplicativos necessários.
Cohen exemplifica que, para ter um dispositivo de IoT funcionando, é preciso saber quando conectar ao satélite e quando desligar para conectar a uma rede terrestre, além de definir a quantidade de dados a serem enviados. A otimização do uso de dados é fundamental para a eficiência da conexão direta de satélites.
O Sandbox D2D da Anatel
É importante ressaltar que o teste da Viasat ocorre fora do Sandbox Regulatório de D2D da Anatel. A iniciativa da agência completou um ano desde a publicação do ato que estabeleceu a possibilidade de ambiente experimental, envolvendo o uso das frequências e a participação das operadoras de telecomunicações.
Membros da Anatel informaram que as empresas ainda não concluíram as propostas de projetos. Portanto, em um ano, nenhuma proposta foi efetivamente implementada. A falta de projetos concretos dentro do Sandbox regulatório demonstra a complexidade e os desafios envolvidos na implementação da tecnologia D2D no Brasil.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Mobile Time