Viral no TikTok: pegadinha com montagem de sem-teto criada por IA assusta pais

Pegadinha viral no TikTok usa IA para criar imagens falsas de sem-teto e enganar pais, causando preocupação e ação policial.
Atualizado há 4 horas
Viral no TikTok: pegadinha com montagem de sem-teto criada por IA assusta pais
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Uma pegadinha viral no TikTok usa inteligência artificial para inserir imagens de sem-teto em fotos de casas para assustar pais e familiares.
    • Você pode ficar atento a desafios que usam IA para manipular imagens e causar reações exageradas em familiares ou parceiros.
    • Essa brincadeira tem gerado ligações falsas para a polícia, desperdiçando recursos públicos e causando transtornos sociais.
    • Autoridades alertam que a pegadinha reforça estereótipos negativos contra moradores de rua e pode ser considerada perigosa e insensível.
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Um novo desafio que mistura brincadeira e tecnologia tem dado o que falar nas redes sociais, especialmente nos Estados Unidos. A inteligência artificial (IA) está sendo usada para enganar pais, responsáveis ou parceiros, e a situação já está causando dores de cabeça para as autoridades policiais.

A brincadeira é conhecida como Homeless Man AI Prank, ou “Pegadinha do sem-teto de IA”. Ela viralizou rapidamente, gerando vídeos com milhares de visualizações em plataformas como o TikTok, onde é fácil encontrar tutoriais que ensinam a recriar o desafio em poucos cliques. O funcionamento é bem simples e tem mobilizado famílias preocupadas.

Como a Pegadinha do Sem-Teto Funciona

Para participar da brincadeira, o usuário tira uma foto de um ambiente da casa. Pode ser a porta de entrada, a sala, a cozinha ou um dos quartos. A ideia é capturar um local comum do dia a dia.

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Em seguida, com a ajuda de ferramentas de IA que estão embutidas em aplicativos populares, como o Snapchat e editores de imagens como o CapCut, a pessoa adiciona uma imagem de um morador de rua ao cenário. Geralmente, essa pessoa criada artificialmente aparece mal vestida, suja e com barba longa, reforçando o estereótipo.

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O desafio envolve enviar as fotos e gravar as respostas muitas vezes assustadas de outras pessoas. (Imagem: Reprodução/TikTok)

Com a imagem pronta, os jovens enviam a montagem por aplicativos de mensagens para seus pais ou responsáveis. Junto com a foto, eles inventam uma história falsa, dizendo que a pessoa apareceu na porta de casa. As desculpas variam: ele estava pedindo um copo de água, parecia desorientado ou até mesmo afirmava conhecer os adultos da casa de algum lugar.

Não são apenas os jovens que participam. Algumas publicações mostram pessoas mais velhas fazendo a mesma brincadeira, mas enviando a imagem falsa para namorados ou cônjuges. A reação das pessoas do outro lado da tela é de desespero, pedindo explicações urgentes sobre o que está acontecendo. Toda essa reação é gravada e postada nas plataformas, o que alimenta ainda mais a viralização do desafio.

Em muitos casos que foram registrados, a situação escala rapidamente. Os pais chegam a ligar para a polícia pedindo ajuda e mobilizando viaturas para investigar a suposta invasão. A preocupação e o medo gerados são intensos, levando a respostas exageradas por parte das vítimas da brincadeira.

Os Problemas da Brincadeira Viral

Existem várias questões levantadas por esse tipo de brincadeira nas redes sociais. Departamentos de polícia nos Estados Unidos e no Reino Unido, onde o desafio se tornou mais comum, alertam que a “pegadinha” prejudica a atuação das delegacias, funcionando de forma similar a outros tipos de trote.

Isso acontece porque muitos pais, ao se depararem com a imagem e a história falsa, acabam ligando para a emergência. Essa ação mobiliza viaturas que, ao chegar ao local, não encontram nenhum problema real. Assim, recursos que poderiam estar sendo usados em ocorrências de verdade são desperdiçados com falsos alarmes.

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A situação pode criar um cenário potencialmente perigoso para todos os envolvidos. Por se tratar de um possível assalto e por envolver menores de idade, a polícia precisa agir com cautela. A preocupação dos pais pode levar a reações intensas que complicam ainda mais a situação quando os agentes chegam ao local, gerando um estresse desnecessário para as famílias.

O departamento de polícia de Salem, nos EUA, apontou que a brincadeira também “desumaniza os sem-teto”. Colocar essas pessoas em uma posição de ameaça para uma piada é de mau gosto e reforça estigmas. A mensagem oficial da polícia destacou que, além de ser insensível, há muitos motivos pelos quais essa “pegadinha” é, francamente, imprudente e pode ser perigosa.

Um ponto relevante para as autoridades é a falta de identificação sobre o uso de IA. Não há marcadores claros de que o conteúdo foi gerado ou modificado por IA, o que aumenta as chances de as pessoas serem enganadas por esse tipo de material. Essa dificuldade em distinguir o real do falso é um desafio crescente no mundo digital.

Enquanto a popularidade da brincadeira cresce, o TikTok ainda não se posicionou oficialmente sobre o caso. A ausência de uma declaração da plataforma levanta questões sobre a responsabilidade de moderação de conteúdo gerado por IA e o impacto social dessas tendências virais. O desenvolvimento de novas tecnologias como um novo modelo de linguagem da Google para IA, capaz de realizar tarefas no navegador, mostra o potencial da inteligência artificial, mas também destaca a necessidade de debates sobre seu uso ético e seguro.

A disseminação de conteúdo manipulado por IA continua sendo uma preocupação. A falta de ferramentas robustas para identificar essas criações pode dificultar a vida de usuários e autoridades, exigindo uma atenção maior das plataformas e desenvolvedores para garantir um ambiente digital mais seguro e transparente para todos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.