WhatsApp vence processo de US$ 168 milhões contra empresa israelense de spyware

WhatsApp vence ação judicial e recebe indenização de US$ 168 milhões por violação de privacidade. Saiba como isso afeta a segurança digital.
Atualizado há 16 horas
WhatsApp vence processo de US$ 168 milhões contra empresa israelense de spyware
WhatsApp conquista indenização de US$ 168 milhões, impactando a segurança digital. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • WhatsApp venceu um processo de US$ 168 milhões contra a NSO Group, empresa israelense responsável pelo spyware Pegasus.
    • O caso visa responsabilizar empresas que exploram vulnerabilidades digitais para espionagem.
    • A decisão pode incentivar outras empresas de tecnologia a buscar ações legais contra fabricantes de spyware.
    • A vitória reforça a importância da privacidade e segurança digital para usuários e empresas.
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Aqui está a notícia reescrita:

O WhatsApp ganha processo de US$ 168 milhões contra o Grupo NSO, fabricante israelense do spyware Pegasus, após a empresa explorar uma falha na plataforma de mensagens criptografadas. A invasão permitiu a vigilância de jornalistas, ativistas e oponentes políticos.

Este caso, que correu em um tribunal federal da Califórnia, marca a primeira vez que um fabricante de spyware é responsabilizado por violar plataformas de smartphones modernos. Essa decisão representa uma ameaça para um setor que lucra com vulnerabilidades digitais.

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“A decisão do júri de forçar a NSO a pagar indenizações é um impedimento crítico para esta indústria maliciosa contra seus atos ilegais direcionados a empresas americanas”, afirmou a Meta, empresa controladora do WhatsApp, em comunicado.

A NSO já declarou que irá recorrer da decisão. Em comunicado, a empresa afirmou que sua tecnologia desempenha um papel fundamental na prevenção de crimes graves e terrorismo, sendo utilizada de forma responsável por agências governamentais autorizadas.

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Impacto da Decisão Judicial para o WhatsApp

O sucesso do WhatsApp neste caso pode encorajar outras empresas globais, como Apple, Amazon e Android, a entrarem com litígios contra a NSO. Essas empresas tiveram suas plataformas exploradas ou alvos de tentativas de hackear para injeção do spyware.

Executivos da NSO revelaram ao júri que a empresa investe entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões anualmente no desenvolvimento de novas formas de injeção de spyware. Esses esforços visam diversas plataformas, incluindo as versões mais recentes do iOS da Apple e telefones Android.

O WhatsApp enfatizou que não foi o único alvo da NSO e que “essas tecnologias maliciosas são uma ameaça para todo o ecossistema”.

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John Scott-Railton, do Citizen Lab da Universidade de Toronto, comentou que, após anos de manobras da NSO, o júri precisou de apenas um dia para identificar o ponto central: o negócio da NSO depende de hackear empresas americanas, permitindo que ditadores hackeiem dissidentes.

As maiores empresas de tecnologia do mundo manifestaram apoio ao processo do WhatsApp, apresentando documentos legais em suporte à ação.

O Spyware Pegasus e a Indústria de Espionagem

O Pegasus é considerado um pioneiro em uma indústria que prosperou, principalmente em Israel, por quase uma década. Ele comercializa vulnerabilidades em softwares populares, permitindo que clientes invadam a privacidade de smartphones em qualquer lugar do mundo. Isso inclui contornar a criptografia e ativar remotamente microfones e câmeras de dispositivos móveis para capturar conversas privadas.

Inicialmente, a NSO operava discretamente, composta por veteranos das unidades de inteligência de sinais do exército israelense. Esses profissionais recebiam altos salários para criar softwares que imitavam as capacidades técnicas do exército de Israel.

Em 2019, a empresa foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão durante uma aquisição de private equity, e em 2018, reportou US$ 251 milhões em receitas.

A venda do Pegasus era vista como uma ferramenta diplomática para estabelecer relações entre Israel e seus rivais do Golfo. A NSO firmou acordos com países com histórico de abusos de direitos humanos, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Ruanda e México.

Em 2019, o Financial Times noticiou que a NSO explorava uma falha no WhatsApp que permitia aos seus clientes fazer uma única chamada perdida para o telefone de um alvo. Essa ação instalaria o spyware, permitindo que o dispositivo fosse operado remotamente e expondo todo o seu conteúdo, desde fotos até histórico de localização e mensagens criptografadas.

O WhatsApp corrigiu a vulnerabilidade e identificou centenas de alvos que foram notificados sobre o hack, incluindo membros da sociedade civil, como advogados de direitos humanos, defensores da liberdade de imprensa e políticos de oposição.

Antes da criação desse banco de dados pelo WhatsApp, em colaboração com o Citizen Lab, a NSO argumentava que seu software era vendido para clientes responsáveis, contratualmente obrigados a usá-lo apenas para prevenir crimes e terrorismo, e que qualquer abuso era raro.

A extensão do abuso revelada na investigação atraiu a atenção de veículos de mídia e da administração Biden, que incluiu a NSO em uma lista negra e buscou regular a indústria de spyware.

A Meta também decidiu processar a NSO, prometendo divulgar tudo o que seus advogados descobrissem sobre o funcionamento interno da empresa, buscando responsabilizá-la pelo hack. O julgamento do júri se concentrou exclusivamente nos danos, após um juiz decidir em dezembro que a NSO violou leis de hacking e os termos de seu acordo de serviço com o WhatsApp.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.