Nos últimos dias duas das maiores empresas de tecnologia, especificamente mobile, mostraram que estão vivas. Ambas praticamente fecharam suas portas anos atrás, mas na CES 2017 elas ressurgem com lançamentos de smartphones que agradaram os presentes na feira. Estou falando da Nokia e da RIM, detentora da marca Blackberry. Depois de anos no ostracismo, confiram o que elas mostraram. Mas antes, vamos há um pouco de história.
Nokia e Blackberry, o que aconteceu com elas?
Ambas possuem bastante similaridades. Tanto a Nokia como a RIM foram empresas que marcaram épocas e mostraram tecnologias que ninguém mostrara até então. Praticamente fecharam, e agora voltam sobre tutela de outras empresas.
Basicamente falando, a Nokia foi a maior empresa de celulares durante muito anos entre as décadas de 90 e 2000. Ela praticamente inventou o que conhecemos como celular atualmente. Já a RIM, foi pioneira ao unir tela e teclados completos, conhecido como QUERTY. Até então, os celulares (da Nokia inclusive) tinham apenas os números que apertando repetidamente viravam letras. Ela também criou o seu inédito serviço de e-mail, que graças a sua segurança até hoje é o preferido em grandes corporações.
Mas o problema é que elas foram engolidas por 2 furacões e não foram capazes de se reinventar. Primeiro a Apple que simplesmente aposentou os teclados físicos e trouxe um conceito totalmente inédito e mais intuitivo de como usar um celular. Depois o Android, que uniu o melhor da Apple em uma plataforma aberta e mais acessível.
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Esses fatos fizeram que com as duas famosas marcas praticamente sumissem do mercado. No caso da Nokia, depois de quedas de vendas, teve uma malsucedida venda da divisão mobile para a Microsoft que não aproveitou o know-how da finlandesa. Depois disso, passado o período contratual que a Nokia não podia vender smartphones, ela anunciou sua volta esse ano, em 2017. Dessa vez sobre o comando da HMD Global, uma outra empresa finlandesa formada por antigos funcionários da própria Nokia.
No caso da RIM, as vendas foram minguando, minguando, até se tornarem residuais. A RIM anunciou sua saída do mercado no ano passado. Meses depois, a marca Blackberry (não a RIM) foi vendida para a TCL, super grupo dono de várias marcas, inclusive a Alcatel, quarta maior no Brasil em número de vendas. Assim a TCL anunciou que iria fabricar, vender e oferecer suporte ao usuário para dispositivos móveis da marca BlackBerry.
Nokia e Blackberry: o ressurgimento
Ambas mostraram os primeiros aparelhos, durante o Mobile World Congress (MWC), principal evento do mundo da mobilidade, em Barcelona, na Espanha, que aconteceu durante a semana passada.
Blackberry KEYone (Mercury)
Assim como a RIM já havia feito nos seus últimos lançamentos, a TCL anunciou um smartphone rodando o sistema Android. É o Blackberry KEYone. O que trás de diferente? Duas marcas registradas da Blackberry: um sistema seguro e um teclado físico QWERTY.
O novo Blackberry será fabricado no Brasil a partir de setembro. O KEYone utiliza um software de segurança e privacidade desenvolvido pela BlackBerry Limited. Essa foi a parte que restou da Blackberry após o fechamento da divisão de smartphones da RIM e foi o que a TCL comprou: uma empresa desenvolvedora de software.
Abaixo uma lista de especificações do Blackberry KEYone.
- Tela de 4,5 polegadas com resolução Full HD (1620 x 1080) e proporção 4:3
- Chipset Snapdragon 625 com oito núcleos de processamento
- GPU Adreno 506
- 3 GB de RAM
- 32 GB de espaço para o armazenamento interno, expansível via cartão microSD
- Câmera principal de 12 megapixels com sensor Sony IMX378 (mesmo do Google Pixel) e abertura f/2.0
- Câmera frontal de 8 megapixels
- Teclado físico com tecnologia de toque capacitivo para swipe
- Leitor de impressões digitais
- Dimensões de 149.3 x 72.5 x 9.4 mm
- Peso de 180 gramas
- Bateria de 3.505 mAh com tecnologia Quick Charge 3.0
- Sistema operacional Android 7.1 Nougat com customização própria da BlackBerry
No Brasil, a previsão de chegada é setembro, produzido pela Alcatel, que mantém uma fábrica em Manaus. Segundo a própria TCL, representada pela Alcatel no Brasil, o foco do Blackberry será o mercado corporativo.
Ele não deve custar barato. Uma loja na Índia já o colocou a venda. Por lá o dispositivo na versão preta já é vendido pelo equivalente a US$ 599 (~R$ 1,9 mil, sem acréscimo de impostos). Um detalhe que não pode passar desapercebido é que a Alcatel usou o mesmo sensor de câmera usado no Google Pixel, famoso pela qualidade de suas fotos.
Nokia 3, Nokia 5 e Nokia 6 e o Nokia 3310
Já comentamos um pouco sobre os lançamentos da Nokia na MWC. Foram 3 smartphones: o Nokia 3, Nokia 5 e Nokia 6. Esse último não foi exatamente novo, já que ele é comercializado desde Janeiro na China.
No link acima há todas informações sobre. Mas o que mais chamou a atenção na feira não foi eles, que basicamente rodam Android, possui processadores intermediário iguais a maioria da concorrência. Para marcar sua volta, a Nokia resolveu lançar uma releitura de um dos mais icônicos celular: O Nokia 3310. Esse ficou famoso por ser “indestrutível” há 17 anos atrás.
Ele irá chegar no Brasil até meados deste ano por aproximadamente R$ 160. Será uma boa opção para os saudosistas. Já que para o uso nem tanto.
Como na sua versão anterior, ele é bem limitado e conta com um navegador de internet compatível apenas com redes 2G. Além do Nokia 3310, a empresa mostrou três outros modelos mais modernos, que acabaram ficando em segundo plano.
A Nokia já afirmou que, por ora, não pretende atacar o mercado de tops de linha. O foco agora é o mercado intermediário, o maior do mundo atualmente.
Na minha opinião, nenhuma das duas irão voltar com o mesmo brilho de outrora. São duas empresas de nicho no momento: empresarial, no caso da Blackberry, e de intermediários, no caso da Nokia. Agora, quanto ao futuro, tudo vai depender de como elas se sairão nos seus nichos. Eu aposto alto na Nokia, e vocês?