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- A Alef Aeronautics apresentou um protótipo de veículo voador que decolou em demonstração, mas o modelo lembra mais um eVTOL do que um carro tradicional.
- Se você busca alternativas para mobilidade urbana, esse veículo promete combinar deslocamento terrestre e aéreo, ainda que com limitações.
- O avanço pode influenciar o futuro do transporte, mas enfrenta desafios regulatórios e técnicos antes de se tornar viável comercialmente.
- O preço elevado do veículo, cerca de R$ 1,74 milhão, pode limitar seu acesso ao público geral.
Por décadas, imaginar veículos voando por nossas cidades fez parte do sonho de quem desejava fugir do trânsito, inspirado por cenas famosas em filmes de ficção científica. Mas desenvolver um carro que realmente levante voo e circule pelas ruas ainda está longe da rotina urbana, mesmo com iniciativas mostrando avanços visíveis.
Protótipo do carro que voa sai do papel, mas com muitas dúvidas
A startup americana Alef Aeronautics apresentou o que considera um passo concreto nesse sonho: seu protótipo levantou voo diante das câmeras. O carro saiu do chão, subiu à frente de um SUV estacionado e pousou suavemente, resultado divulgado pela CNBC, o que chamou atenção pelo movimento semelhante ao que vemos no cinema. Porém, quem esperava algo igual aos filmes percebeu que o veículo lembra mais um eVTOL com rodas.
O segredo da Alef é o Modelo A, que pertence à categoria dos veículos elétricos de baixa velocidade, bastante comuns nos EUA e Canadá. Esses modelos, além do limite de 40 km/h nas ruas, trazem a promessa de voar por até 177 km ou rodar por terra cerca de 320 km. Até o momento, a companhia não divulgou informações detalhadas sobre quantos passageiros acomoda ou sobre recursos internos do veículo.
Mesmo após essa primeira demonstração aérea, a Alef mantém muitos detalhes em segredo para evitar expor sua propriedade intelectual. Jornalistas tiveram acesso limitado e não puderam ver alguém embarcando ou saindo do carro. Curiosamente, a empresa diz já ter acumulado aproximadamente 3.200 pedidos de compra do Modelo A, prometendo iniciar a produção para entrega entre o fim de 2025 e o início de 2026.
Para decidir entre um carro voador e, por exemplo, um superesportivo, a comparação fica visível no preço estimado da novidade: cerca de US$ 299.999, ou R$ 1,74 milhão. Isso torna o valor maior que modelos como Tesla Model S ou Ferrari Roma Spider, chegando perto do custo de um helicóptero Robinson R22 Beta II, avaliado em torno de US$ 350 mil.
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A disputa pelo mercado de veículos voadores ainda tem outras protagonistas, como a Xpeng AeroHT, da China, que trabalha uma abordagem com módulos híbridos, misturando carros convencionais e componentes eVTOL. Cresce o interesse global pelo segmento, que aposta no uso misto entre céu e terra para superar limitações das tecnologias atuais. O mesmo vem ocorrendo com o avanço de tratores autônomos na agricultura, revolucionando todo o setor agrícola.
Histórico, avanços e planos futuros do Carro voador da Alef
Fundada em 2015, a Alef Aeronautics iniciou sua trajetória como muitas startups tecnológicas: foi de um desenho feito num guardanapo a um projeto em escala. No ano seguinte, construiu um modelo reduzido que podia voar, passando por etapas com simulações e testes em túnel de vento para aprimorar o conceito. Já por volta de 2019, a equipe acelerou o desenvolvimento e fez o primeiro carro voador real levantar voo com uma pessoa dentro.
Para viabilizar a produção em larga escala, a empresa firmou acordos com duas companhias espanholas, PUCARA Aero e MYC. Elas serão as responsáveis por fabricar partes aeronáuticas do Modelo A, tentando garantir controle de qualidade e segurança necessários para um veículo que opere tanto nas ruas quanto no ar.
No visual, o Model A lembra um carro conceito futurista, mas com a capacidade vertical de um drone. Assemelha-se a um mix entre os pequenos carros elétricos, comuns para deslocamentos de curtas distâncias, e veículos elétricos de decolagem e pouso na vertical (eVTOL) já em teste em várias cidades pelo mundo.As melhorias nas tecnologias embarcadas alimentam essa evolução acelerada.
Entretanto, muitas perguntas permanecem, como as relacionadas à integração com os sistemas de tráfego aéreo, segurança em áreas urbanas densas e viabilidade econômica. Sem respostas claras, o Model A se posiciona como promessa de algo que pode revolucionar a mobilidade, mas que ainda precisa vencer grandes barreiras regulatórias e técnicas.
Hoje, o modelo é classificado como veículo elétrico de baixa velocidade, o que limita seu uso a certas vias urbanas. No modo aéreo, precisará se adequar a regras específicas para aeronaves, o que exige certificações rigorosas. Esses desafios estão no radar de quem planeja colocar carros voadores em circulação comercial de forma segura.
No contexto em que surgem também bicicletas elétricas, motos sustentáveis e melhorias constantes nos automóveis tradicionais, a experimentação com veículos voadores deve transformar o transporte, complementando, mas não substituindo, as formas já utilizadas. A inovação segue em direção a um ecossistema misto, mais inteligente e menos dependente do solo.
Enquanto a Alef tenta tirar o projeto do papel, manter o interesse de investidores e consumidores que buscam alternativas para mobilidade urbana sem congestionamento se torna a chave. Nos próximos anos, deve crescer a disputa tecnológica, fomentando mais pesquisas e, possivelmente, acelerar uma mudança que hoje parece digna de cinema.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.