Artefatos sírios de 4 mil anos são identificados como chocalhos de bebê

Pesquisadores identificaram artefatos sírios de 4 mil anos como chocalhos de bebê, revelando detalhes sobre a infância na antiguidade.
Atualizado há 2 dias atrás
Artefatos sírios de 4 mil anos são identificados como chocalhos de bebê
Artefatos sírios de 4 mil anos revelam segredos da infância na antiguidade. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Pesquisadores descobriram que fragmentos de cerâmica de 4 mil anos na Síria eram chocalhos para bebês.
    • Você pode entender como as crianças eram entretidas em civilizações antigas.
    • A descoberta revela aspectos da vida cotidiana que antes passavam despercebidos.
    • O estudo destaca a importância de reexaminar artefatos com novas perspectivas.
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Um grupo de pesquisadores descobriu que certos fragmentos de cerâmica, encontrados na Síria e datados de 4 mil anos atrás, eram, na verdade, artefatos sírios de 4 mil anos usados como chocalhos por bebês. A descoberta foi feita através da análise de uma coleção de pedaços de cerâmica originários de um sítio arqueológico na cidade de Hama, no oeste da Síria. Esses pequenos instrumentos de percussão revelam detalhes sobre a vida infantil da época.

A Descoberta dos Chocalhos de Hama

Pesquisadores da Universidade de Copenhagen e do Museu Nacional da Dinamarca se uniram para examinar uma coleção de fragmentos de cerâmica com cerca de 4 mil anos. Esses fragmentos foram encontrados em um sítio arqueológico na cidade síria de Hama. Após a análise, a equipe concluiu que os pequenos pedaços eram partes de chocalhos, muito pequenos e silenciosos para serem usados por adultos. A função mais provável? Brinquedos para bebês daquela época.

As conclusões foram publicadas no periódico Childhood in the Past, uma publicação especializada na história da infância. Essa descoberta oferece um vislumbre fascinante sobre como as crianças eram entretidas e cuidadas em civilizações antigas.

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O estudo destaca a importância de reexaminar artefatos antigos com novas perspectivas, revelando aspectos da vida cotidiana que antes passavam despercebidos. A identificação correta desses objetos como chocalhos de bebê só foi possível graças a uma combinação de conhecimento especializado e uma pitada de sorte.

O Trabalho de Georges Mouamar

O professor Georges Mouamar e seus colegas tiveram acesso a 19 fragmentos, originalmente encontrados na década de 1930 pelo arqueólogo Harald Ingholt. Esses fragmentos permaneceram guardados por quase um século, até serem corretamente identificados como instrumentos de percussão.

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Mouamar foi crucial para essa identificação. Ele reconheceu os fragmentos como chocalhos porque já havia visto peças similares em um museu em Damasco, na Síria. Sem essa coincidência, o material coletado por Ingholt antes da Segunda Guerra Mundial poderia ter permanecido esquecido em uma gaveta.

Essa história ressalta como o conhecimento prévio e a experiência pessoal podem desempenhar um papel vital na interpretação de achados arqueológicos. A capacidade de Mouamar de conectar os fragmentos com objetos semelhantes que ele já havia visto foi fundamental para a descoberta. Se você gosta de arqueologia, veja essa notícia sobre fósseis de hominídeos.

Tipos de Chocalhos no Levante

De modo geral, os artefatos sírios de 4 mil anos encontrados no Levante (a parte do Oriente Médio localizada no litoral do Mediterrâneo) podem ser classificados em três tipos: chocalhos sem cabos, chocalhos zoomórficos (em formato de animais) e chocalhos com cabos. Os chocalhos de Hama, assim como os de sítios contemporâneos vizinhos, possuíam cabos.

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Os cabos desses chocalhos eram pequenos, medindo entre 4,5 cm e 6 cm de comprimento, com um diâmetro de apenas 2 cm – um tamanho ideal para as mãos de uma criança. Chocalhos parecidos, e ainda intactos, foram encontrados em Al-Zalaqiyat, outro sítio arqueológico, e continham pequenas pedras dentro do corpo. Esses achados permitiram determinar que os instrumentos eram relativamente silenciosos, inadequados para rituais religiosos ou outros contextos adultos.

Essa análise comparativa foi essencial para entender o propósito dos chocalhos. Ao examinar artefatos semelhantes de diferentes locais, os pesquisadores puderam confirmar que esses objetos eram, de fato, brinquedos infantis e não instrumentos musicais para adultos. Essa descoberta também está relacionada a genes ancestrais.

Os pesquisadores notaram o incrível estado de conservação dos chocalhos. Mette Hald, outra participante do estudo, explicou que o material interno, feito de pedra ou argila cozida, não se degrada facilmente. Além disso, os pequenos orifícios no corpo do chocalho impediam que as pedrinhas caíssem.

Os primeiros chocalhos de argila em Hama surgiram em um nível de escavação denominado J6. Essa época coincide com um período de crescimento populacional na região. Para acomodar mais pessoas, a cidade passou por uma transformação urbana, de um plano aberto com avenidas largas para quarteirões com edifícios compactos e becos estreitos. Com o aumento do número de bebês, cresceu também a necessidade de brinquedos.

Essa mudança no urbanismo de Hama reflete um período de adaptação e crescimento. A necessidade de acomodar uma população maior levou a um redesenho da cidade, impactando diretamente a vida das famílias e, consequentemente, a demanda por brinquedos infantis. Se você se interessa por histórias, veja essa sobre histórias reais que viraram filme.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Super

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.