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- A OpenAI vai lançar um browser com inteligência artificial integrado que muda a forma de navegação na internet.
- Isso pode afetar a sua rotina, oferecendo respostas rápidas sem precisar visitar sites, mudando o valor de trafegar conteúdo.
- Para os criadores, essa mudança reduz o controle direto sobre os usuários e transforma o ciclo de troca de valor na web.
O lançamento do próximo browser da OpenAI marca uma mudança profunda na forma como acessamos e negociamos conteúdo na internet. Mais do que uma inovação técnica, ele representa um movimento que desafia o modelo tradicional de troca de valor, colocando a IA no centro do ciclo de informações, e tornando paywalls e negociações tradicionais obsoletas. Essa transformação impacta até quem produz conteúdo, criando um cenário completamente novo.
Uma transformação na experiência de navegação e controle de tráfego
Nos próximos meses, a OpenAI deve lançar um browser com inteligência artificial integrado, proporcionando uma navegação fluida dentro de sua interface conversacional. O que parece uma evolução na usabilidade, na verdade, sinaliza uma mudança de poder. Dados do Press Gazette indicam que buscas com zero clique no Google aumentaram de 56% para 69% entre maio de 2024 e maio de 2025.
Ao optar por desenvolver um navegador próprio, baseado no Chromium, a OpenAI quer controlar todo o ciclo de consulta e acesso a dados. Assim, ela não só participa dessa nova era de navegação, mas busca reescrever suas regras. O controle do fluxo de informações passa a ser uma estratégia para capturar valor, e não apenas distribuir tráfego.
Impacts na monetização e na captura de valor
Enquanto soluções como o pay per crawl de provedores como a Cloudflare tentam fazer cobrança pelo acesso de bots, o movimento da OpenAI inverte a lógica econômica. Antes, quem criava o conteúdo se beneficiava do tráfego; agora, quem interpreta os dados domina esse valor. Essa mudança evidencia uma desintermediação que redefine todo o jogo.
A proposta do browser da OpenAI é criar um ambiente onde o tráfego tradicional, baseado em visitas, perde relevância. Conteúdos premium se tornam apenas ingredientes para sistemas de respostas rápidas em interfaces conversacionais, sem que o usuário precisem visitar o site original. Assim, o valor fica na inteligência artificial, não na visita ao conteúdo.
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O impacto na produção de conteúdo e na cadeia de valor
O crescimento das consultas sobre notícias no ChatGPT — que aumentou 212% desde janeiro de 2024 — é um sinal claro dessa nova realidade. Com a integração de funcionalidades que podem preencher formulários, reservar ou comprarpassagens, a IA realiza tarefas em nome do usuário. Isso quebra a dependência do tráfego direto para os sites de notícias e conteúdo, que passarão a ser referências indiretas e cada vez menos relevantes na cadeia de troca.
A economia de informações, antes baseada na visita ao conteúdo, será substituída por uma troca mediada por agentes de IA que entregam respostas, mas pouco ou nenhum tráfego aos sites originais. Para publicadores tradicionais, isso significa uma perda de controle, já que a relação direta com o usuário como fonte de receita diminui consideravelmente.
Construindo um novo oligopólio de informações
A partir dessa lógica, a OpenAI está atuando na construção de um novo oligopólio da informação onde as fontes não são buscadas, mas mediadas. Estudos indicam que publishers como Reuters e Wall Street Journal já aparecem com frequência nas respostas do ChatGPT, mas seu tráfego indireto é minúsculo frente às percepções de valor perdidas para essa nova era de consumo de dados.
No cenário atual, empresas como Google e Meta ainda lutam por participação direta. A contratação de ex-líderes do Chrome por parte da OpenAI, e o interesse em adquirir seu próprio navegador, reforçam o objetivo de controlar o meio de troca de informações, o que tem implicações diretas na infraestrutura da web.
O novo cenário para publishers e criadores de conteúdo
Para os publishers latino-americanos, a ameaça é ainda maior. Sem uma presença consolidada na relação direta com a tecnologia, eles correm risco de serem totalmente desintermediados. Como não têm poder de negociação, podem perder o acesso a esse fluxo de valor de forma silenciosa. Essa mudança reforça o papel do browser como uma ferramenta de controle e captura de valor por parte das grandes plataformas de IA.
Hoje, a tendência de a IA ser o destino final das consultas influencia até o mercado de emojis e novas tecnologias. Em 2025, novos emojis da Xiaomi devem chegar ampliando as formas de comunicação digital, por exemplo, enquanto empresas de hardware reforçam sua presença com produtos como monitors OLED para jogos e notebooks de alta tecnologia, destinados a um mercado cada vez mais dependente de inteligência artificial.
Se essa disrupção já está em andamento, questiona-se por que ainda estamos presos às últimas versões do modelo antigo. A nova infraestrutura da Browser da OpenAI não apenas altera o funcionamento da navegação, mas redefine a própria essência do valor, mudando o jogo pela via do controle do ciclo de troca de informações e infraestrutura.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.