Cientistas determinam a duração exata de um dia em Urano

Pesquisadores revelam que um dia em Urano dura 17 horas, 14 minutos e 52 segundos, refinando dados antigos com o Telescópio Hubble.
Atualizado há 7 dias
Cientistas determinam a duração exata de um dia em Urano
Um dia em Urano dura 17 horas, 14 minutos e 52 segundos, segundo o Telescópio Hubble. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Cientistas determinaram que um dia em Urano dura 17 horas, 14 minutos e 52 segundos, usando dados do Telescópio Hubble.
    • Essa descoberta ajuda a entender melhor a dinâmica interna e as características únicas de Urano.
    • A precisão da medição permite ajustar sistemas de coordenadas e preparar futuras missões espaciais.
    • O estudo também contribui para comparar Urano com outros planetas gasosos, ampliando o conhecimento sobre o Sistema Solar.
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Urano possui um dos dias mais curiosos do Sistema Solar, e cientistas determinaram recentemente a duração exata do Dia em Urano. Com dados do Telescópio Espacial Hubble, a nova medição revelou que o planeta completa uma rotação em pouco mais de 17 horas, resolvendo dúvidas antigas e aprimorando o entendimento sobre esse gigante gasoso inclinado.

Como os pesquisadores calcularam a duração do Dia em Urano

Durante anos, o cálculo da rotação de Urano era feito com base em dados limitados. Usando informações coletadas pela Voyager 2 em 1986, estimava-se cerca de 17 horas, 14 minutos e 24 segundos. Com as observações do Hubble feitas de 2011 a 2022, pesquisadores conseguiram refinar essa medida analisando as auroras do planeta, visíveis em seus polos magnéticos.

Essas luzes coloridas aparecem na atmosfera superior devido à interação com o campo magnético de Urano. Ao monitorar as auroras por quase uma década, a equipe desenvolveu uma técnica capaz de alcançar uma precisão até mil vezes maior que os métodos anteriores.

O resultado foi surpreendente: um dia completo em Urano dura 17 horas, 14 minutos e 52 segundos. Ou seja, cerca de 28 segundos a mais do que o registrado pela sonda da NASA. A margem de erro ficou abaixo de 0,04 segundos, revelando com clareza o ritmo de rotação do planeta.

Segundo os cientistas, essa precisão ajuda bastante a alinhar sistemas de coordenadas para estudar Urano e suas características. Isso também possibilita acompanhar melhor os deslocamentos das regiões do campo magnético com o passar do tempo, sendo útil em futuras explorações.

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Por que essa medição é importante para entender Urano

Urano chama atenção por vários motivos. Além de ser o terceiro maior planeta do Sistema Solar, seu eixo é inclinado em quase 90 graus, o que leva a estações extremas e únicas. Conhecer com exatidão o Dia em Urano é fundamental para analisar sua dinâmica interna, formação, e até mesmo fenômenos climáticos.

Como o campo magnético fica bastante desalinhado do eixo de rotação, o planeta mostra padrões inusitados de auroras e outros efeitos. Por isso, definir o período rotacional ajuda os astrônomos a entenderem o comportamento das camadas internas, suas tempestades, composição e variações atmosféricas.

A nova medição já está contribuindo para ajustar mapas atuais e antigos, e permitirá revisitar dados de décadas passadas, como os da Voyager 2. Conforme novas missões para o Sistema Solar exterior avancem nas próximas décadas, será possível cruzar essas informações e obter um quadro mais detalhado sobre a composição de Urano.

Esse trabalho também fornece referências importantes para comparar Urano com outros planetas gasosos, como Júpiter e Saturno, cujas rotações também geram campos magnéticos e auroras intensas. Assim, aumenta-se o conhecimento sobre a estrutura e evolução dos gigantes gelados.

Descobertas anteriores e o papel da Voyager 2

Antes desse estudo, muito do que se sabia sobre Urano vinha da passagem da sonda Voyager 2, da NASA, em 1986. Na época, a sonda detectou sinais de rádio que ajudaram a calcular um ciclo de rotação, mas a margem de erro era maior.

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O método original apontava para uma duração um pouco menor do que a revelada agora. Com as observações recentes do Hubble, ficou evidente que o valor estava defasado, atrasado em cerca de 28 segundos. Isso, a longo prazo, afetava o rastreamento das coordenadas usadas na astronomia planetária.

Os pesquisadores destacam que, sem os dados contínuos coletados ao longo de mais de dez anos pelo Hubble, seria impossível atingir a precisão alcançada. A combinação da nova técnica com uma base temporal longa permitiu isolar sinais periódicos do planeta, refinando os cálculos sobre seu movimento.

Essas melhorias vão ajudar a reprocessar imagens antigas e orientar futuras análises sobre as regiões polares e o comportamento do campo magnético de Urano. Com missões futuras previstas para explorar o planeta, como orbitadores ou sobrevoos, essas informações serão valiosas.

Relações do ciclo de um dia com as órbitas e anos planetários

A diferença nos períodos de rotação dos planetas influencia diretamente sua dinâmica. Enquanto um dia na Terra tem em média 24 horas, em Urano é pouco mais de 17 horas, segundo o cálculo recente. Porém, um ano — o tempo para orbitar o Sol — leva aproximadamente 84 anos terrestres.

Isso significa que Urano completa mais de 35000 dias uranianos durante uma única translação ao redor do Sol. A forte inclinação de seu eixo faz com que cada polo passe cerca de 42 anos seguidos recebendo luz solar, seguidos por 42 anos de escuridão, o que cria padrões climáticos especiais.

Compreender as rotações ajuda a diferenciar movimentos diários e sazonais de cada planeta, essenciais para modelar condições ambientais, calendários planetários e variações no clima. Também traz mais insights sobre como diferentes planetas evoluíram desde sua formação.

Enquanto isso, os demais planetas do Sistema Solar também apresentam períodos de rotação variados. Por exemplo, Júpiter gira em cerca de 10 horas, enquanto Vênus leva mais de 240 dias terrestres para completar uma volta, mas no sentido contrário.

Duração da rotação e próximas etapas nos estudos sobre Urano

Fixar o valor exato do dia em Urano proporciona uma base sólida para cálculos futuros. Pesquisadores já planejam revisitar dados obtidos nas últimas quatro décadas para comparar variações e compreender melhor sua atmosfera e campo magnético.

Com o avanço das técnicas de observação e equipamentos mais potentes, espera-se melhorar ainda mais a precisão e ampliar o estudo sobre outras propriedades. Essas pesquisas são cruciais para preparar missões dedicadas ao planeta na próxima década.

Urano segue sendo um alvo estratégico para sondas espaciais, já que ainda guarda muitos mistérios. Detalhes sobre sua estrutura interna, composição atmosférica e origem poderão ser resolvidos com missões específicas, aliadas aos dados recentes do Hubble.

Enquanto isso, a astronomia segue monitorando mudanças nas auroras, clima e campo magnético de Urano. Cada avanço na medição da rotação ajuda a mapear melhor corpos planetários distantes. Ao entender o tempo e o ciclo diário desses gigantes, amplia-se o conhecimento sobre a dinâmica do Sistema Solar.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.