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A Claro promete que o 5G DSS — explicações abaixo — usado pela tele, terá conexões 12 vezes mais velozes que o 4G convencional. Segundo Paulo César Teixeira, presidente da unidade de consumo e empresas da Claro, nos testes já foram registrados picos de até 400 megabytes por segundo, valor bem maior que a velocidade média da banda larga no País, na casa dos 50 megabytes por segundo.
5G que não é bem um 5G
A operadora decidiu criar um “atalho” para conseguir oferecer uma rede 5G no Brasil antes mesmo da Anatel leiloar as frequências para isso, sequer há uma data. Para tal, a Claro vai empregar uma tecnologia desenvolvida pela Ericsson que permitirá à operadora ligar o 5G nas frequências já usadas para 4G, 3G e 2G. A mesma estratégia foi adotada recentemente por operadoras que quiseram antecipar a cobertura em países como EUA, Alemanha e Suíça, por exemplo.
Embora possa ter velocidade de 5G, esse tipo de rede chamada 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês) não desfruta de todas as vantagens de uma rede 5G “pura”. Por exemplo, ela não tem baixa latência (espécie de tempo de reação entre um pacote de dados ser enviado para a rede e retornar ao dispositivo). Isso é um dos fatores mais importantes para a tecnologia, que pode garantir, por exemplo, a segurança de carros sem motorista nas ruas.
Quando chega o 5G puro?
Ainda vai demorar um pouco para o 5G de verdade ser instalado no Brasil. As operadoras precisam primeiro contratar as faixas de frequências que o 5G usa, porém, a Anatel sequer tem uma data de quando irá realizar o leilão de tais.
Inicialmente, estava previsto para 2020, mas ficou para 2021, ainda sem data definida. Ali serão leiloadas as faixas específicas por onde o sinal do 5G vai alcançar todo o País, sendo que a principal delas será a de 3.500 Mhz. O leilão está atrasado porque a Anatel ainda estuda como evitar que o 5G “trombe” com o sinal de parabólicas, que também usam a mesma frequência.
“Algumas coisas ainda dificultam a expansão do 5G no Brasil. Daí a importância de evoluir a partir das redes já disponíveis”, explica Paulo César Teixeira, presidente da unidade de consumo e empresas da Claro. Nessa operação, a Claro vai usar, inclusive, frequências que pertenciam à Nextel, operadora que foi adquirida no início deste ano. “Isso não significa que não vamos participar do leilão. Estamos investindo no 5G dentro de uma fase inicial, que se complementará com o leilão no próximo ano”, pondera.
Vale destacar, que a Huawei disse que o 5G poderá demorar anos para chegar ao Brasil. O motivo seria o lobby que o governo americano de Trump vem fazendo com o governo brasileiro de Bolsonaro, chegando até a oferecer fundos para incentivar o Brasil a desistir de usar a tecnologia da empresa chinesa na implantação do 5G. O problema é que a Huawei é parceira há anos do governo e das operadoras, inclusive todas as operadoras já realizaram testes do 5G usando equipamentos da Huawei.
5G estará disponível em alguns bairros
Em São Paulo, a cobertura do 5G irá se concentrar na região central nos entornos da Avenida Paulista e nos Jardins. Na sequência, vai para Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklyn, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, além de eixos da Berrini e Santo Amaro. Haverá ainda um ponto em Paraisópolis compartilhando o sinal para uso gratuito por moradores da comunidade em projetos de educação e saúde.
Já no Rio de Janeiro, a cobertura do 5G começará por Ipanema. Até o fim de setembro, chegará também a Leblon e Lagoa, se expandindo por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca, passando por Jardim Oceânico, Joá, São Conrado e Copacabana.
Somente o Motorola Edge é compatível com o 5G
Até agora, oficialmente falando, somente o Motorola Edge é compatível com a rede 5G DSS. Nem mesmo o irmão mais caro e potente, o Motorola Edge Plus é compatível. A Claro fechou parceria com a Motorola, que lançou na semana passada o Motorola Edge e é vendido por aqui a R$ 5,5 mil.
Apesar da crise provocada pela pandemia do coronavírus, as empresas envolvidas na chegada do 5G disseram estar otimistas. “Muitas empresas cortaram investimentos. Nós estamos fazendo o contrário, aumentando”, enfatiza o presidente da Motorola no Brasil, José Cardoso.
Via Estadão