Estudo revela origens inesperadas da obsidiana usada pelos astecas

Pesquisa revela redes de comércio complexas dos astecas através da análise da obsidiana encontrada no Templo Mayor.
Atualizado em 18/05/2025 às 11:01
Estudo revela origens inesperadas da obsidiana usada pelos astecas
Pesquisa revela redes comerciais astecas por meio da análise de obsidiana do Templo Mayor. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Um estudo analisou a origem da obsidiana usada pelos astecas, revelando uma extensa rede de comércio na Mesoamérica.
    • Você entenderá como os astecas mantinham relações comerciais além de sua expansão militar.
    • A descoberta impacta o conhecimento sobre a economia e cultura asteca, mostrando sua complexidade.
    • A pesquisa também destaca técnicas avançadas de análise química para rastrear materiais históricos.
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Um estudo recente revelou detalhes surpreendentes sobre as origens da obsidiana utilizada pelos astecas. A análise de centenas de artefatos encontrados no Templo Mayor, o principal templo do Império Asteca, revelou uma extensa e complexa rede de comércio que se estendia por toda a Mesoamérica. Essa descoberta demonstra que, além de sua força militar, os astecas também mantinham relações comerciais significativas com outras regiões.

Descobertas no Templo Mayor revelam as Origens da obsidiana

Ferramentas, armas, joias e objetos religiosos feitos de obsidiana eram comuns no cotidiano do Império Asteca. A obsidiana, uma rocha vulcânica com aparência de vidro, era utilizada para diversos fins, desde a fabricação de lâminas afiadas até a criação de artefatos cerimoniais. Um novo estudo analisou centenas desses objetos para determinar a origem da obsidiana, revelando uma rede de comércio ampla e inesperada que abrangia grande parte do território do atual México.

O Império Asteca, que surgiu no início do século XV, conquistou e governou uma vasta região do México central até sua derrota em 1521 pelos colonizadores espanhóis. Tenochtitlan, a maior cidade do império, é hoje um dos sítios arqueológicos mais famosos do mundo, localizado próximo à capital mexicana. A obsidiana era valorizada por sua capacidade de ser afiada, tornando-a ideal para ferramentas e lâminas. Sua aparência escura e brilhante também a tornava popular nas artes astecas, especialmente em contextos religiosos e cerimoniais.

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Pesquisadores da Universidade Tulane, nos EUA, e do Instituto Nacional de Antropologia e História, do México, analisaram 788 artefatos de obsidiana encontrados no Templo Mayor, o templo mais importante de Tenochtitlan. O estudo incluiu diversos instrumentos, como facas, brincos, caveiras decoradas, urnas, pingentes e olhos de obsidiana para estátuas.

A composição das rochas e as origens da obsidiana

A análise da composição química das rochas revelou que a maioria dos artefatos era proveniente de Sierra de Pachuca, uma cadeia de montanhas a nordeste de Tenochtitlan, dentro do território do império. Mais de 90% da obsidiana estudada tinha essa origem, sendo utilizada principalmente em objetos ritualísticos. As rochas de Sierra de Pachuca se destacam por sua coloração verde.

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Além de Sierra de Pachuca, os pesquisadores identificaram outras sete localidades como origens da obsidiana. Algumas dessas regiões não estavam sob o controle direto dos astecas, como a área de Ucareo, habitada pelo povo Purépecha, no oeste do México. A análise da composição química foi crucial para identificar essas diversas fontes.

Os artefatos feitos com obsidiana de fora do império eram, em sua maioria, ferramentas e utensílios de uso diário. Essa obsidiana, de cor mais escura e menos esverdeada, provavelmente era comercializada em mercados locais, indicando que não era restrita às elites econômicas e religiosas, mas também acessível à população em geral. As evidências sugerem uma dinâmica complexa de comércio e intercâmbio cultural.

Essa pesquisa demonstra que o Império Asteca, além de seu poder militar e expansão territorial, também mantinha uma complexa rede de comércio com outras regiões da Mesoamérica. A busca por equilíbrio entre custos e inovação era constante, como podemos ver em outras culturas e contextos. A análise da obsidiana revela detalhes importantes sobre as relações econômicas e sociais da época.

Técnicas de análise e a expansão imperial

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Os cientistas determinaram a origem da obsidiana através de uma técnica chamada fluorescência de raio X, que identifica os elementos químicos presentes no material. As concentrações de diferentes átomos funcionam como “impressões digitais”, revelando a região de onde a obsidiana foi extraída. Essa técnica permite rastrear a movimentação de materiais e a influência de diferentes culturas.

“Esse tipo de análise de composição química nos permite traçar como a expansão imperial, as alianças políticas e as redes comerciais evoluíram ao longo do tempo”, explica Diego Matadamas-Gomora, pesquisador do Departamento de Antropologia da Universidade Tulane. A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Super

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.