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- Um estudo da Universidade de Tel Aviv revela que crianças podem ter criado pinturas rupestres pré-históricas.
- Você vai entender como a participação infantil nessas obras vai além do aprendizado, envolvendo conexões espirituais.
- A descoberta redefine o papel das crianças nas sociedades antigas, mostrando sua importância em rituais e cosmologias.
- A pesquisa também destaca como essas pinturas podem estar ligadas a ritos de passagem e comunicação com entidades sobrenaturais.
Muitas vezes nos deparamos com pinturas rupestres pré-históricas em cavernas ao redor do mundo e nos perguntamos por que algumas delas parecem desenhos feitos por crianças. Uma nova pesquisa da Universidade de Tel Aviv pode ter a resposta: muitas dessas obras podem ter sido criadas por crianças. O estudo sugere que a participação infantil nessas pinturas ia além do aprendizado, com as crianças sendo vistas como capazes de se conectar com o mundo espiritual.
O enigma das pinturas rupestres pré-históricas
Um estudo publicado na revista científica Ars revelou que, em muitas cavernas com pinturas rupestres pré-históricas, há evidências da presença de crianças de até dois anos de idade. Até então, a hipótese mais comum era que as crianças estavam ali para aprender as tradições e costumes da comunidade.
A questão que surge é: por que levar crianças para locais tão profundos, escuros e com pouco oxigênio, onde muitas vezes é preciso escalar e rastejar em rochas úmidas e perigosas? A teoria é que essas crianças eram vistas como “agentes liminares”, ou seja, capazes de se comunicar com o cosmos e as entidades do mundo espiritual que habitariam as profundezas das cavernas.
O que é arte rupestre?
A arte rupestre é um fenômeno fascinante que intriga pesquisadores há muito tempo. Até o momento, foram descobertas cerca de 400 cavernas com arte rupestre, principalmente na França e na Espanha, com obras datadas de 40 mil a 12 mil anos atrás.
A participação de crianças nessas obras pode ser comprovada pela presença de impressões de pequenas mãos e pinturas a dedo feitas por crianças de dois a doze anos. Embora existam muitas pesquisas sobre arte rupestre, as referências à presença de crianças são raras e geralmente se limitam a fins educacionais.
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Segundo o estudo, a participação dessas crianças não se restringia ao aprendizado artístico, mas sim à “comunicação direta com entidades que residiam nas profundezas da terra e reinos sobrenaturais”. A crença, presente em diversas sociedades indígenas, é de que os pequenos conseguiam “retornar ao reino sobrenatural mais facilmente do que os adultos”.
A importância da participação infantil na arte pré-histórica
Para a Dra. Assaf, a inclusão de dados sobre a participação infantil nas pinturas rupestres pré-históricas permite uma nova interpretação sobre essa prática comum em muitas sociedades antigas. Ela afirma que “o mundo da infância é diferente do mundo dos adultos, e as crianças possuem características mentais e cognitivas únicas”.
A pureza ou conexão com o reino que haviam deixado recentemente (antes do nascimento), as crianças funcionavam como mediadoras em cerimônias que buscavam harmonizar relações com divindades, ancestrais ou forças naturais. Por isso, essas pequenas marcas deixadas em cavernas podem estar associadas a ritos de passagem ou instâncias cosmológicas às quais meninos e meninas teriam um acesso privilegiado. Inclusive, você pode relembrar outros fatos curiosos com o vídeo sobre a seca histórica em Manaus revela gravuras rupestres de até 2 mil anos.
O coautor Ran Barkai destaca que, como muitas sociedades “consideravam as cavernas como portais para o submundo”, a pesquisa atual conecta a arte rupestre a visões de mundo ritualizadas complexas, onde humanos interagiam com entidades não humanas. A abordagem entre arqueologia e antropologia simbólica revela como as sociedades antigas atribuíam funções específicas para seus membros de diferentes idades.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo