Nova teoria sobre matéria escura pode esclarecer mistérios da Via Láctea

Estudo sugere que matéria escura leve pode explicar fenômenos no centro da Via Láctea. Entenda como isso impacta a astronomia.
Atualizado há 4 horas atrás
Nova teoria sobre matéria escura pode esclarecer mistérios da Via Láctea
Matéria escura leve pode desvendar mistérios no centro da Via Láctea. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Um estudo recente propõe que a matéria escura leve pode resolver mistérios como a ionização do gás e a emissão de raios gama no centro da Via Láctea.
    • Se você se interessa por astronomia, essa descoberta pode abrir novas perspectivas sobre a composição do universo.
    • A pesquisa pode revolucionar a compreensão da matéria escura e seu papel na formação e evolução das galáxias.
    • Essa teoria também pode inspirar futuras missões espaciais e telescópios para testar a hipótese.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Novo formato para a matéria escura pode explicar mistérios da Via Láctea? A resposta pode estar mais perto do que imaginamos.

Astrônomos intrigados com fenômenos no centro da Via Láctea podem estar perto de desvendar alguns mistérios. Gás ionizado e emissão de raios gama são peculiaridades que intrigam os cientistas há décadas. Um estudo recente sugere que a resposta pode estar na matéria escura, em uma forma mais leve do que se imaginava.

Os cientistas acreditam que essa nova abordagem pode fornecer informações valiosas sobre a composição do universo. Entenda melhor essa teoria e como ela pode impactar a astronomia.

Desvendando a Matéria Escura da Via Láctea: Uma Nova Perspectiva

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O centro da Via Láctea sempre foi um foco de mistérios para os astrônomos. Dois fenômenos em particular chamam a atenção: a alta taxa de ionização do gás na zona molecular central (CMZ) e o misterioso brilho em raios gama. A CMZ, uma região densa próxima ao núcleo da galáxia, exibe um gás que está eletricamente carregado devido à perda de elétrons, algo que ocorre em um ritmo surpreendentemente elevado.

Além disso, os telescópios detectaram um brilho intrigante em raios gama na região, com uma energia de 511 quilo-elétronvolts (keV). Esses raios gama são produzidos quando um elétron colide com sua antipartícula, o pósitron, resultando em um flash de radiação. Apesar de anos de observação, as origens desses fenômenos permanecem desconhecidas.

Leia também:

Um estudo recente, publicado no periódico Physical Review Letters, propõe uma ligação entre ambos os fenômenos e a matéria escura, um dos componentes mais elusivos do universo. Os pesquisadores sugerem que uma forma de matéria escura menos massiva do que as geralmente procuradas pode ser a chave para resolver esses enigmas.

O Processo Oculto no Centro da Galáxia

A CMZ se estende por quase 700 anos-luz e contém alguns dos gases moleculares mais densos da nossa galáxia. Ao longo dos anos, os cientistas descobriram que essa região apresenta uma ionização excepcionalmente alta, o que significa que as moléculas de hidrogênio estão sendo divididas em partículas carregadas (elétrons e núcleos) a uma velocidade muito maior do que o esperado.

Embora fontes como raios cósmicos e luz das estrelas possam contribuir para esse fenômeno, elas não parecem ser suficientes para explicar os níveis observados. A emissão de 511keV, detectada desde a década de 1970, também carece de uma fonte claramente identificada. Supernovas, estrelas maciças, buracos negros e estrelas de nêutrons foram propostos como candidatos, mas nenhum deles explica totalmente o padrão ou a intensidade da emissão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante desses mistérios, os cientistas se perguntaram se ambos os fenômenos poderiam ser causados pelo mesmo processo oculto. A matéria escura, que compõe cerca de 85% da matéria do universo, não emite nem absorve luz, tornando sua detecção um desafio. No entanto, seus efeitos gravitacionais são evidentes. Uma possibilidade é que as partículas de matéria escura sejam muito leves, com massas de apenas alguns milhões de elétron-volts, o que as tornaria candidatas “sub-GeV” (giga elétron-volts).

Essas partículas leves de matéria escura podem interagir com suas antipartículas. O estudo investigou o que aconteceria se essas partículas colidissem com suas antipartículas no centro galáctico e se aniquilassem, produzindo elétrons e pósitrons.

Simulações Revelam a Chave para a Ionização

As simulações detalhadas revelaram que esse processo simples, no qual partículas de matéria escura se aniquilam para produzir elétrons e pósitrons, pode explicar naturalmente as taxas de ionização observadas na CMZ. No gás denso da CMZ, essas partículas de baixa energia perderiam energia rapidamente e ionizariam as moléculas de hidrogênio circundantes de forma muito eficiente, removendo seus elétrons.

Como a região é muito densa, as partículas não viajariam para muito longe, depositando a maior parte de sua energia localmente, o que corresponde muito bem ao perfil de ionização observado. Além disso, as propriedades necessárias da matéria escura, como sua massa e força de interação, não entram em conflito com nenhuma restrição conhecida do universo primitivo, tornando essa hipótese uma opção promissora.

Se você se interessa pelo universo e seus mistérios, aproveite para saber mais sobre a primeira lei de inteligência artificial do Brasil, que foi aprovada em Goiás.

A Conexão com o Quebra-cabeça do Pósitron

A hipótese de que a matéria escura está criando pósitrons na CMZ leva a outra descoberta intrigante: essas partículas acabarão se desacelerando e se aniquilando com os elétrons do ambiente, produzindo raios gama com energia exata de 511keV. Isso estabeleceria uma ligação direta entre a ionização e o brilho misterioso, sugerindo que ambos os sinais podem se originar da mesma fonte: a matéria escura leve.

Embora a matéria escura possa explicar a ionização, ela também pode ser capaz de replicar alguma quantidade de radiação de 511keV. No entanto, o brilho exato da linha de 511keV depende de vários fatores, incluindo a eficiência com que os pósitrons formam estados ligados aos elétrons e onde exatamente eles se aniquilam, detalhes que ainda são incertos.

Testando o Invisível: Uma Nova Abordagem

Independentemente de a emissão de 511keV e a ionização da CMZ compartilharem uma fonte comum, a taxa de ionização na CMZ está se mostrando uma nova e valiosa ferramenta para estudar a matéria escura. Em particular, ela oferece uma maneira de testar modelos que envolvem partículas leves de matéria escura, que são difíceis de detectar usando experimentos tradicionais de laboratório.

O estudo revelou que o perfil de ionização previsto da matéria escura é notavelmente plano em toda a CMZ, o que é consistente com a distribuição relativamente uniforme da ionização observada. Fontes pontuais, como o buraco negro no centro da galáxia ou fontes de raios cósmicos, como supernovas, não podem explicar facilmente esse fato. No entanto, um halo de matéria escura suavemente distribuído pode.

Essas descobertas sugerem que o centro da Via Láctea pode conter novas pistas sobre a natureza fundamental da matéria escura da Via Láctea. Telescópios futuros com melhor resolução poderão fornecer mais informações sobre a distribuição espacial e as relações entre a linha de emissão de 511 keV e a taxa de ionização da CMZ. Enquanto isso, observações contínuas da CMZ podem ajudar a descartar ou fortalecer a explicação da matéria escura.

De qualquer forma, esses sinais estranhos do coração da galáxia nos lembram que o universo ainda é cheio de surpresas. Às vezes, olhar para dentro, para o centro dinâmico e brilhante de nossa própria galáxia, revela pistas mais inesperadas do que está além.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via Superinteressante

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.