O novo papel do CISO na estratégia para reduzir riscos em empresas brasileiras

Descubra como o CISO transforma o medo em uma estratégia eficaz de gerenciamento de risco nas empresas brasileiras.
Atualizado há 3 horas
O novo papel do CISO na estratégia para reduzir riscos em empresas brasileiras
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A cibersegurança evoluiu de um foco no medo para uma estratégia central na continuidade e reputação dos negócios.
    • Você verá como o CISO atua na redução de riscos com linguagem acessível e foco em impacto financeiro real para a diretoria.
    • Essa mudança influencia diretamente na tomada de decisão estratégica e na proteção dos ativos da empresa.
    • A unificação do gerenciamento de riscos entre setores fortalece a inovação segura e a estabilidade operacional.
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A cibersegurança mudou muito! Antes, o foco era o medo de hackers e vírus. Agora, com a digitalização dos negócios, a transformação da nuvem em padrão, a explosão de identidades e o avanço da inteligência artificial, a segurança virou algo vital. Não é mais um detalhe técnico, mas uma questão de continuidade do negócio, receita e reputação.

A Transformação da Cibersegurança

Por muito tempo, a cibersegurança foi baseada no medo. A ideia de “hacker no porão” ou de um “vírus devastador” servia para justificar investimentos e alertar sobre riscos invisíveis, especialmente quando a tecnologia era algo periférico, em poucos servidores.

Com a digitalização dos negócios, a nuvem virou padrão, as identidades se proliferaram e a inteligência artificial cresceu. A segurança deixou de ser um apêndice técnico. Ela se tornou um ponto central para a continuidade do negócio, impactando diretamente a receita e a reputação.

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Nesse cenário, o CISO não pode mais usar narrativas de catástrofe. Seu papel não é vender medo, mas sim redução de risco, focando no gerenciamento de risco eficaz. A conversa precisa sair do jargão técnico (como “temos mil CVEs”) para o risco real, em uma linguagem simples e acionável para a diretoria.

A linguagem do alto escalão é monetária. Eles perguntam “quanto custa uma hora de paralisação do negócio?” ou “qual seria o dano à reputação da companhia?”. Somente com esse entendimento, o CEO pode decidir quais riscos aceitar e quais eliminar.

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Gerenciamento de risco Estratégico

A decisão sobre riscos não é do CISO isolado, mas do conselho, com contexto e visão geral da empresa. Uma lista de CVEs não paga contas. O que destrava o investimento é mostrar, com clareza, como o risco afeta a receita, margem, continuidade e privacidade. Isso é parte do gerenciamento de risco.

É crucial fazer entender qual vulnerabilidade precisa ser resolvida em 15 segundos e qual pode esperar 15 dias. Aqui entra o gerenciamento de exposição, que traz o contexto para um eficaz gerenciamento de risco. Ele conecta “o que” (a falha), “onde” (o ativo), “quem” (identidade) e “quanto” (impacto financeiro).

Com isso, priorizar deixa de ser uma disputa de narrativas soltas e se transforma em ações verdadeiras e eficientes, parte do gerenciamento de risco. Com uma média de 83 ferramentas de cibersegurança por empresa (Relatório IBM, jan/2025), e apps novos toda semana, o desafio não é ter mais soluções, mas orquestrar as existentes.

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O gerenciamento de exposição faz essa “costura”, unindo vulnerabilidades, identidades, superfície externa, nuvem e até OT em uma visão normalizada. Isso oferece um score corporativo que todos entendem, fundamental para o gerenciamento de risco: “seu risco de 0 a 10, é 9. Está disposto a correr?”.

Cultivando a Inovação Segura

Com essa régua única, a empresa para de apagar incêndios e passa a prevenir, removendo risco estrutural com cadência e controle. Isso exige um movimento cultural de toda a empresa, não apenas do setor de segurança, para uma estratégia unificada e eficaz.

Quando cada time mede risco de um jeito, o negócio perde. Ao unificar líderes de RH, Operações, Financeiro e outros setores em torno da cibersegurança, o grupo usa o mesmo painel de informações e bases de dados para uma confiança contínua e decisões objetivas.

Essa abordagem resulta em orçamento previsível, menos tickets, e solidez para os stakeholders. O CISO, assim, habilita a inovação como motor de vantagem competitiva, não a freia. Seu papel é governar o uso da tecnologia, aplicando um gerenciamento de risco proativo.

Isso inclui inventariar onde a tecnologia aparece, gerenciar credenciais, aplicar políticas claras e ser um comunicador sobre a redução de risco para todos os níveis hierárquicos. Afinal, risco zero não existe. O bom CISO muda a pergunta de “quantas vulnerabilidades temos?” para “quanto risco removemos?”. Esse caminho foca em metas, relatórios simplificados e decisão, pois o medo paralisa, mas o negócio orienta. Segurança eficaz é gerenciar risco.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.