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- Uma parte da espaçonave Kosmos 482, lançada em 1972, deve reentrar na atmosfera da Terra.
- O evento pode causar um efeito visual, como uma bola de fogo, e os cientistas acompanharão a reentrada.
- O impacto pode ser relevante para a ciência, pois permitirá analisar os efeitos da atmosfera no módulo.
- A reentrada é um fenômeno raro, despertando interesse na exploração espacial.
Parte de uma espaçonave rumo a Vênus, lançada em 1972, deve reentrar na atmosfera da Terra neste mês. Cientistas estão monitorando a trajetória do módulo Kosmos 482, lançado pela então União Soviética. A reentrada do objeto espacial tem chamado a atenção e gerado expectativas sobre sua possível recuperação.
Espera-se que o módulo, com 495 quilos, reentre na atmosfera entre os dias 7 e 13 de maio. A trajetória de queda poderá ocorrer em qualquer lugar entre as latitudes de 52 graus norte e sul do equador, o que abrange desde o Québec, no Canadá, até a Patagônia. Apesar da área extensa, especialistas consideram improvável, mas não impossível, que o objeto atinja alguém.
Segundo David Williams, chefe do Arquivo Coordenado de Dados de Ciência Espacial da NASA, a reentrada na atmosfera deve criar um efeito visual impressionante, como uma bola de fogo brilhante. A possibilidade de recuperação do objeto é incerta, já que ele não foi projetado para um pouso forçado.
Caso partes do módulo sejam recuperadas, Williams acredita que será uma oportunidade científica única para examinar os efeitos a longo prazo do ambiente espacial em uma nave, como a radiação, micrometeoritos e partículas de vento solar.
A Agência Espacial Europeia (ESA) também se manifestou, afirmando ser “altamente provável” que o módulo de pouso chegue à superfície da Terra em uma única peça, devido à sua construção robusta para suportar as condições extremas da atmosfera de Vênus.
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A Missão Espacial e o Módulo Kosmos 482
A Kosmos 482 fazia parte da mesma missão da sonda atmosférica Venera 8, lançada em março de 1972. Ambas as sondas tinham o mesmo design e objetivo. A Venera 8 conseguiu pousar em Vênus em julho de 1972 e sobreviveu por 50 minutos na superfície do planeta.
No entanto, a missão da Kosmos 482 falhou logo após o lançamento, e a nave se separou em várias partes. Algumas dessas partes desintegraram-se em órbita baixa da Terra em poucos dias, enquanto outras foram para uma órbita mais alta, sem velocidade suficiente para alcançar Vênus.
O objeto que deve reentrar na atmosfera nas próximas semanas é considerado a última peça remanescente da nave, o módulo de pouso. Acredita-se que outros fragmentos tenham retornado à Terra no início dos anos 1980.
Marco Langbroek, professor de consciência situacional espacial óptica na Universidade Técnica de Delft, prevê uma janela de reentrada mais estreita, entre os dias 9 e 10 de maio. Fatores como a trajetória do objeto, sua idade e a atividade solar podem influenciar essa previsão. Cientistas da NASA e da ESA esperam refinar as estimativas conforme a reentrada se aproxima.
Langbroek destaca que o revestimento de titânio do módulo pode oferecer proteção durante a reentrada, mas duvida que o paraquedas funcione após tanto tempo em órbita. Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard e Smithsonian, estima que a chance de o objeto atingir alguém é de “uma em vários milhares”.
Ele ressalta que o veículo é denso, mas inerte e sem materiais nucleares, afirmando que não há necessidade de grande preocupação, embora ninguém queira que ele caia em sua cabeça.
A reentrada do módulo da Kosmos 482 representa um evento raro e interessante para a comunidade científica, que poderá analisar os efeitos da longa exposição espacial nos materiais da nave. Ao mesmo tempo, serve como um lembrete dos desafios e riscos associados à exploração espacial.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo