Percy Fawcett, explorador desaparecido há 100 anos, estava certo sobre civilizações antigas na Amazônia

Novas evidências arqueológicas revelam que a Amazônia pré-colombiana era mais complexa do que se imaginava, confirmando as hipóteses de Percy Fawcett.
Atualizado há 8 horas atrás
Percy Fawcett, explorador desaparecido há 100 anos, estava certo sobre civilizações antigas na Amazônia
Descobertas na Amazônia pré-colombiana superam as certezas de Percy Fawcett. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Percy Fawcett, explorador que desapareceu na Amazônia há 100 anos, acreditava em civilizações antigas na região.
    • Novas descobertas arqueológicas confirmam que a Amazônia pré-colombiana era mais desenvolvida do que se pensava.
    • Essas descobertas podem mudar a compreensão histórica sobre a ocupação humana na Amazônia.
    • A história de Fawcett inspira novas pesquisas e explorações na região.
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Percy Fawcett, o explorador que desapareceu na Amazônia há 100 anos, realmente acreditava que a região escondia segredos de civilizações antigas. Sua busca pela cidade perdida “Z” pode ter parecido uma fantasia, mas novas descobertas arqueológicas mostram que ele estava mais perto da verdade do que imaginamos. Afinal, a Amazônia pré-colombiana era bem mais complexa do que se pensava.

Com base em contatos com povos indígenas, Percy Fawcett na Amazônia imaginava que eles seriam herdeiros de uma civilização antiga, com conhecimento técnico e cultural refinado. E as pesquisas mais recentes estão confirmando essa hipótese, revelando aldeias populosas, estradas e centros cerimoniais que existiam antes da chegada dos europeus.

A Busca de Percy Fawcett na Amazônia e a Cidade Perdida

A história de Percy Harrison Fawcett é fascinante. Ele acreditava em Atlântida, em estatuetas com poderes e em uma cidade pré-colombiana escondida no coração da Amazônia brasileira. Em 1925, Fawcett desapareceu em Mato Grosso, juntamente com seu filho e um amigo, enquanto procurava essa cidade que ele chamava de “Z”.

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A ironia é que, apesar de suas ideias consideradas excêntricas, Fawcett estava parcialmente certo sobre a complexidade das culturas amazônicas. Suas conclusões se baseavam em seu contato com os povos indígenas da região. Ele percebeu que eles possuíam um conhecimento técnico e uma sofisticação cultural que sugeriam serem descendentes de uma civilização antiga e, até então, desconhecida.

Hoje, as pesquisas arqueológicas confirmam que a Amazônia, antes da chegada dos europeus, era habitada por populações complexas. Aldeias populosas, algumas com milhares de habitantes, redes de estradas, centros cerimoniais e um intenso comércio de longa distância indicam um cenário muito mais desenvolvido do que se imaginava.

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Essa realidade se estendia até o Alto Xingu, a área onde Fawcett e seus companheiros desapareceram. A busca de Percy Fawcett na Amazônia pode não ter encontrado a cidade “Z”, mas certamente ajudou a pavimentar o caminho para a descoberta de uma Amazônia rica em história e cultura.

A Vida e as Crenças de um Explorador

Fawcett, muitas vezes comparado ao personagem Indiana Jones, nasceu na Inglaterra, em uma família aristocrática. Sua juventude foi marcada pelo auge do Império Britânico. Ele iniciou sua carreira militar como tenente de artilharia no Ceilão, atual Sri Lanka, onde teve seu primeiro contato com lendas de tesouros perdidos.

Aos 21 anos, ouviu falar sobre o tesouro de Gala-pita-Gala, algo como “rocha sobre rocha”. Apesar de não encontrar o tesouro, essa experiência despertou seu interesse pela cultura local, especialmente pelo budismo, e o levou a conhecer sua futura esposa, Nina Patterson.

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Além disso, Fawcett foi influenciado pela teosofia, um movimento místico que acreditava na reencarnação, em mestres espirituais e em uma sucessão de “raças”, incluindo os habitantes da Atlântida. Essas crenças moldaram sua visão de mundo e o influenciaram em suas expedições. Para saber mais sobre outras histórias e mistérios, você pode assistir vídeos sobre o tema no Youtube.

Segundo David Grann, biógrafo de Fawcett, a teosofia era popular entre a elite vitoriana que buscava alternativas à fé cristã. No entanto, essas ideias também tinham um lado sombrio, com uma obsessão por temas raciais que influenciariam regimes de supremacia branca, o fascismo e o nazismo.

A Busca pela Fama e o Respeito aos Indígenas

Além de suas crenças, Fawcett ambicionava se tornar um explorador famoso. Para isso, fez um curso na Real Sociedade Geográfica (RGS), uma instituição importante para o mapeamento do planeta e para o imperialismo britânico no século 19.

Nas primeiras décadas do século 20, Fawcett liderou expedições patrocinadas pela RGS, pelo governo britânico e por países sul-americanos, explorando a Amazônia, principalmente na Bolívia, no Peru e no Brasil. Seu trabalho ajudou a resolver conflitos de fronteira, já que muitos rios e matas não eram mapeados.

Apesar do sucesso, os métodos de Fawcett eram considerados pouco ortodoxos. Ele priorizava o respeito aos povos indígenas e evitava a violência, similar à abordagem de Cândido Rondon, militar brasileiro que fundou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), ancestral da Funai. Para entender melhor esse contexto histórico, você pode acessar o site da Funai.

Fawcett confiava em sua capacidade de superar desafios com poucos recursos, preferindo viajar com poucas pessoas e suprimentos limitados, confiando nos recursos da floresta. Sua resistência ao cansaço e às doenças tropicais o levava a subestimar aqueles que não conseguiam acompanhá-lo.

A Estatueta e a Cidade Perdida

Fawcett também desenvolveu ideias exóticas sobre o passado da Amazônia e da América do Sul. Uma estatueta que ele dizia ter obtido no Brasil o levou a consultar um vidente. O vidente afirmou que a estatueta era de um templo em um continente perdido, similar à Atlântida.

Em “A Expedição Fawcett”, livro organizado por seu filho Brian, o explorador menciona a crença de que descendentes da civilização perdida, com aparência europeia, ainda poderiam existir na selva. “O destino de nossa próxima expedição (vou designá-lo como ‘Z’, para facilitar) é uma cidade que possivelmente seria habitada por alguns membros desse povo tímido, e, quando voltarmos [à Amazônia], pode ser que essa questão finalmente seja resolvida”, escreveu Fawcett.

Em 1924, Fawcett, seu filho Jack e o amigo Raleigh Rimmel retornaram ao Brasil. Após passarem pelo Rio de Janeiro, seguiram para Cuiabá, onde a expedição começou oficialmente em abril de 1925.

O trio avançou em direção ao Alto Xingu e enviou sua última mensagem em 29 de maio. Rimmel já apresentava problemas de saúde devido a picadas de insetos. O destino final de Fawcett, Jack e Rimmel permanece um mistério. Eles podem ter morrido de causas naturais, atacados por indígenas isolados ou outras causas.

Embora a Atlântida nunca tenha existido, estudos em diversos países amazônicos revelam que, de fato, existiram populações densas e formas de urbanismo antes da chegada dos europeus. Monumentos similares a pirâmides, construídos com terra batida, foram descobertos. Tudo isso construído por povos indígenas, sem qualquer ligação física com europeus.

Se você se interessa por histórias de exploração e mistério, pode conferir a lista de 3 filmes de guerra imperdíveis para assistir no Brasil, que exploram temas de aventura e sobrevivência em ambientes hostis. Além disso, a NASA revela como árvores próximas a vulcões podem alertar sobre erupções, um exemplo de como a ciência e a natureza podem estar interligadas de maneiras surpreendentes.

As jornadas do explorador pelo mundo

1867: Percy Harrison Fawcett nasce em Torquay, Inglaterra.

1888: Busca um tesouro no Ceilão.

1901: Atua como espião no Marrocos.

1903-1906: Serve no exército na Irlanda.

1908: Primeira expedição no Brasil.

1910: Explora o rio Heath, entre o Peru e a Bolívia.

1914-1918: Luta na Primeira Guerra Mundial.

1920: Primeira tentativa de encontrar a cidade Z.

1924: Volta ao Brasil com o filho e um amigo.

1925: Desaparece no Alto Xingu.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de S.Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.