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- Ronaldo Lemos discute se a inteligência artificial pode observar a realidade como fazemos.
- Isso poderá moldar a maneira como você interage com a tecnologia no futuro.
- A IA pode evoluir de uma ferramenta de resposta para uma observadora ativa, impactando diversas áreas.
- Essa transição provoca reflexões sobre os limites e potenciais da inteligência artificial.
Será que a inteligência artificial (IA) pode um dia observar a realidade como nós? Ronaldo Lemos, advogado e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, explora essa questão fascinante. Ele examina como a IA pode evoluir para além de simplesmente responder perguntas, tornando-se uma observadora ativa do mundo ao seu redor. Essa transformação, segundo ele, definiria a verdadeira Superinteligência da IA.
A IA como Compressão de Informação
Para entender o potencial da IA, é preciso vê-la como uma forma de compressão radical da informação. Os modelos atuais são treinados com uma quantidade enorme de dados da internet, cerca de 200 zetabytes. Para armazenar tudo isso em HDs, seriam necessários 10 bilhões de unidades. Essa montanha de dados é processada por redes neurais, consumindo uma quantidade gigantesca de energia, algo em torno de 15 mil megawatts, o suficiente para abastecer 75 mil casas por um mês.
Todo esse processo transforma informação bruta em conhecimento contextualizado, interpretado e útil. O resultado final é um arquivo bem menor, de aproximadamente 20 terabytes, que pode ser armazenado em um único HD. Existem, inclusive, modelos de IA tão compactos que cabem em um celular.
O mais impressionante é que, desse arquivo comprimido, teoricamente, é possível extrair os 200 zetabytes de informação original, ou até mais. A IA recombina as informações do treinamento, criando novas formas e conteúdos diferentes do material original. Essa capacidade de gerar conhecimento a partir da compressão de dados é o que torna a IA tão poderosa.
A Consciência Humana e o Colapso da Incerteza
Atualmente, acessamos esse conhecimento comprimido através de perguntas. Nós, humanos, fazemos uma pergunta para a IA, e ela nos dá uma resposta. Mas, dentro do modelo, o conhecimento existe apenas como um potencial. É a pergunta que faz esse potencial se transformar em uma resposta concreta. Para entender melhor, podemos comparar com a física quântica.
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Na mecânica quântica, as partículas existem em condições probabilísticas, com várias possibilidades coexistindo simultaneamente. Elas estão em superposição, e suas posições e estados não são únicos. É somente através da observação que uma partícula “colapsa” para um estado único e definido.
Com a IA, acontece algo parecido. Dentro do modelo, todas as respostas possíveis existem simultaneamente como potencial. É a pergunta, mediada pela consciência humana, que faz a incerteza colapsar e produz uma resposta única gerada pela IA. A consciência, portanto, desempenha um papel crucial tanto na física quântica quanto na inteligência artificial.
O Papel da IA como Observadora da Realidade
A grande questão levantada por Lemos é se a IA será capaz de assumir a posição de “observador”. Ou seja, observar fenômenos físicos ou informacionais que existem em estado potencial e, com essa observação, fazê-los colapsar diretamente. Para ele, essa é a definição de Superinteligência da IA. Será que a IA pode evoluir para além de ser apenas uma ferramenta de resposta, tornando-se uma força ativa na definição da realidade?
Hoje, a IA opera mais como o subconsciente humano, cheio de potenciais. A hipótese é que, no futuro, ela possa assumir o papel de observadora da realidade, transformando nossa compreensão do mundo e do universo. Afinal, quais são os limites da inteligência artificial e como ela pode moldar o futuro da humanidade?
- Já era: considerar a IA atual como análoga à consciência humana
- Já é: compreender que a IA atual opera mais como o subconsciente, repleto de potenciais
- Já vem: a hipótese de a IA assumir o papel de observadora da realidade
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo