Desde que as câmeras foram inventadas esses dispositivos têm sido um dos principais pilares da interação humana. Desde a primeira câmera acessível e portátil, lançada pela Kodak em 1888, elas passaram a fazer parte de nossa vida. Avance para a era dos smartphones e chegamos a um ponto em que quase todo mundo tem uma câmera em casa, 24 horas por dia.
Mas com tantos smartphones com câmeras fantásticas em quase todas as faixas de preço, essa é realmente o principal característica a se considerar ao comprar um novo smartphone?
Bem, notem que não estou dizendo que a câmera do seu smartphone não seja importante, nem mesmo o motivo pelo qual você comprou aquele dispositivo específico esteja errado. Estou simplesmente dizendo que para as pessoas comuns, não o fotógrafo de fim de semana ou cineasta iniciante, a câmera ficou tão boa em tantos telefones que talvez os fabricantes precisem começar a mudar o foco (não resisti ao trocadilho).
A inteligência artificial elevou o nível das câmeras
Graças ao amadurecimento da fotografia computacional com o uso de inteligência artificial (software), os smartphones estão melhores do que nunca para tirar fotos em uma ampla variedade de situações. Isso era algo que, no passado, exigia a compra de um celular super topo de linha com o melhor sensor existente (hardware). Isso significa que eram – e ainda são – muito caros, inacessíveis para a maioria.
Mas o Google com seu algoritmo mudou isso, onde a linha Pixel garante resultados extraordinários mesmo com sensores inferiores aos de smartphones topos de linha. E hoje você pode ter um Pixel 4a (não no Brasil infelizmente), custando metade de um topo de linha mas tendo um desempenho de câmeras equiparável.
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No Brasil, hoje é possível comprar smartphones com excelentes câmeras pagando algo em torno de R$ 2.000 ou menos. Isso sem contar smartphones topos de linhas de anos anteriores que, normalmente, entregam câmeras bem melhores que os intermediários atuais e custando menos.
É difícil falar de algum smartphone topo de linha nos últimos 5 anos que as câmeras sejam ruins
Embora você ainda precise desembolsar muitos reais a mais se quiser recursos mais avançados, como o zoom 100x encontrados no Samsung Galaxy S21 Ultra, coisas assim só são usadas de vez em quando pela maioria das pessoas.
Mesmo que ver números de zoom impressionantes, modo astrofotografia, modo cinematográfico e outros recursos interessantes anunciados possam ser atraentes; se você está realmente pensando sobre o que será usado com mais frequência na sua próxima compra de smartphone, será esses truques realmente importam?
Fabricantes precisam mostrar mais do que câmeras
Será que acho que esses avanços nos recursos das câmera são inúteis? É óbvio que não. Mas acho que os fabricantes de smartphones poderiam se esforçar mais para encontrar maneiras de tornar o resto do dispositivo igualmente “extraordinário”.
Podemos dizer que nos últimos anos o mercado de smartphones está “enfadonho” demais, sempre o mais do mesmo.
Se pararmos e olharmos para o hardware, 99% dos usuários não sentirão diferença no uso cotidiano entre um smartphone de R$ 7 mil e outro de R$ 2.500. Isso acontece porque processadores intermediários já entregam processamento e velocidade equivalentes em tarefas básicas e avançadas.
Sendo assim, se o fabricante quer cobrar R$ 7 mil, ou mais de R$ 14 mil como faz a Apple no Brasil, é necessário mostrar algo diferente, revolucionário e que faça diferença na vida de quem tem dinheiro para pagar isso.
Isso não quer dizer que nao tenha sido lançado algo realmente diferente. A introdução de alguns smartphones – verdadeiramente – dobráveis como o Samsung Galaxy Z Fold 3 estão sacudindo a indústria de smartphones e dando aos consumidores mais do que apenas uma câmera para esperar. A chave aqui é o equilibio.
Dobráveis mostraram algo novo, é um começo
Microsoft tentou, mas errou
Falando da Microsoft, no primeiro Duo, a empresa sentiu tão fortemente que a câmera não era a parte mais importante de um smartphone, que incluiu apenas uma – e não era muito boa.No entanto, o erro foi percebido e corrigido com o Duo 2.
Embora eu não ache que o erro tenha sido a suposição de que a câmera não é o recurso mais importante, ao invés disso, no caso especifico dele as pessoas se importam tão pouco com a câmera que ela poderia colocar outra ruim.
A câmera do smartphone é uma parte vital dos smartphones modernos, e todo telefone deve ter uma boa. O Microsoft Duo provou isso ao oferecer um sensor abaixo da média no telefone, o que o colocou em grande desvantagem em relação a telefones que ofereciam melhores habilidades fotográficas a preços muito mais baixos.
Porém, o Duo buscava uma experiência que não girasse em torno da necessidade de uma boa câmera, mas esquecia que as pessoas ainda querem tirar boas fotos quando um momento se apresenta.
Samsung acertou, duas vezes
A Samsung está tão confiante de que a experiência de um celular dobrável é suficiente para vender unidades que nem mesmo atualizou o hardware da câmera no Z Fold 3.
Em vez disso, a empresa optou por manter quase que exatamente o mesmo hardware e ajustar o software para melhorar o qualidade das fotografias. O Galaxy Z Flip 3 teve um bom upgrade em seu sistema de câmeras, mas de forma alguma esse é o principal ponto de venda deste dispositivo.
Apple segue para outro caminho
Muitos fabricantes de smartphones estão trabalhando para encontrar novas maneiras de tornar a câmera um recurso central de seus novos telefones. Até a Apple, com a nova série iPhone 13, passou a maior parte de sua apresentação falando sobre as câmeras, com apenas pequenas menções de mudanças no resto do dispositivo.
Será que isso acontece porque as empresas estão lutando para encontrar o que os consumidores realmente desejam em um novo celular? Ou porque alguns fabricantes não querem sair da zona de conforto, não mexer em time que está ganhando?
Talvez seja uma combinação de todas essas coisas que estão impedindo a maioria dos smartphones de evoluirem além das placas retangulares que tivemos na última década. Não que a Apple esteja errada, existe o outro lado da moeda, o comercial para ser mais direto.
Marcas corajosas como a LG, que criou smartphones modulares e até com “asas”, acabou fechando as portas porque tentaram inovar. Embora isso provavelmente possa ter sido parte de sua queda. Mas o medo de tentar algo novo para grandes empresas como a Apple e o Google não deveria significar que a câmera é o único lugar que vê inovação.
O que esperar dos novos smartphones?
O que podemos ter de novo em smartphones? A aposta fica nos dobráveis que deverão ter novos players no mercado.
A própria Apple está no desenvolvimento do seu iPhone dobrável, segundo rumores. Mas deverá chegar só em 2023.
Smartphones modulares, provavelmente foi um conceito abandonado pelos fabricantes.
E você, o que espera para o futuro? Deixe aqui nos comentários!