Brasileiros estão parando de acessar sites de pirataria, diz estudo

Brasil teve uma queda de 60% a sites piratas nos últimos anos, país é conhecido como um dos maiores consumidores de conteúdo ilegal
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22/01/2024 às 17:46 | Atualizado há 3 meses
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De acordo com dados recentes, houve uma queda significativa de aproximadamente 60% no acesso do Brasil a sites de pirataria de filmes, séries e streaming de esportes entre 2018 e 2023. Além disso, o país tem um número relativamente baixo de visitas a páginas ilícitas por usuário da Internet, com uma média de cerca de 16 por ano. Quando comparado a outros países monitorados, o Brasil teve o quinto menor número de acessos e a segunda maior redução.

De acordo com o relatório, houve 141 bilhões de acessos a sites piratas em todo o mundo em 2023. Esses dados sofreram uma redução em 2020 devido à pandemia, que resultou no cancelamento ou atraso de várias produções. A partir de 2022, o consumo ilegal de conteúdo retornou aos níveis anteriores à pandemia.

Os dados estão contidos em um relatório criado pela empresa de rastreamento de pirataria Muso e pela empresa de consultoria Kearney. Em seu site, a Muso inclui a Disney e a Prime Video como alguns de seus clientes.

Brasil registra a segunda maior redução nas taxas de pirataria

De acordo com o relatório, o declínio de 60% no acesso à pirataria no Brasil só fica atrás dos números do Japão. O país asiático registrou uma redução de aproximadamente 70% no acesso, com um número per capita de cerca de 4 por ano, o menor entre os países estudados.

De acordo com o relatório de Muso e Kearney, os dados exatos não são fornecidos, apenas um gráfico que mostra a correlação entre acesso e declínio. Portanto, os números são aproximados.

Muso categoriza os países em sinais positivos, riscos de crescimento, hotspots e em recuperação
Imagem: Reprodução/Muso

O combate à pirataria pode ser a chave para a compreensão dos dados

De acordo com o site TorrentFreak, a repressão à pirataria, por meio de repressões generalizadas e frequentes contra esse tipo de crime, é apontada como uma das razões para o declínio no Brasil. Um exemplo é a Operação 404, que fechou mais de 600 sites piratas em uma de suas fases, ocorrida em novembro de 2023.

Também é possível imaginar outras hipóteses. De acordo com Muso, existe um tipo de consumidor de pirataria que só acessa conteúdo legalmente indisponível, mas estaria disposto a pagar por ele. Com o lançamento de várias plataformas de streaming e serviços legais de IPTV no Brasil de 2018 até agora, esse público pode ter sido atendido.

Outra hipótese está relacionada à metodologia utilizada. A Muso menciona visitas a sites piratas, mas não fornece mais detalhes sobre como o rastreamento é feito. Se esses dados não incluírem o acesso por meio de IPTVs e aplicativos de caixas de TV piratas, por exemplo, os números sobre pirataria no Brasil podem estar subestimados.

Por fim, o baixo número de acessos per capita pode estar relacionado à realidade atual da Internet no país: se as conexões e os equipamentos são ruins, torna-se difícil assistir a qualquer conteúdo, seja ele legal ou ilegal. De acordo com a Pesquisa TIC Domiciliar 2023, 36% dos usuários de Internet no Brasil nunca assistiram a vídeos, filmes ou séries on-line.

Outros países em desenvolvimento, como Nigéria, Gana, Angola e Índia, também têm um número de acesso semelhante ao do Brasil.

Canadá é o ponto de acesso da pirataria mundial

Em contraste com o Brasil, o Canadá é considerado um “hotspot” para a pirataria, com uma estimativa de 92 visitas anuais a sites piratas por usuário e um crescimento de cerca de 40% de 2018 a 2023. Outros países também receberam essa classificação devido ao alto número de acessos e ao crescimento do consumo de conteúdo ilegal. Isso inclui Cingapura, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Suécia, Noruega e Hong Kong.

A Índia, a Coreia do Sul e o Paquistão são alguns exemplos de países com números de acesso relativamente baixos, mas que tiveram um crescimento significativo nos últimos cinco anos. Por outro lado, a Nova Zelândia é um dos poucos países com um alto número de acessos, mas vem sofrendo um declínio.

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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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