Humanidade explorou apenas 0,001% do oceano profundo, revela estudo

Estudo revela que apenas 0,001% do oceano profundo foi explorado, destacando a necessidade de mais investimentos em tecnologia.
Atualizado há 19 horas
Humanidade explorou apenas 0,001% do oceano profundo, revela estudo
Apenas 0,001% do oceano profundo foi explorado; precisamos de mais investimentos em tecnologia. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Um estudo recente mostrou que apenas 0,001% do oceano profundo foi explorado visualmente pela humanidade.
    • O objetivo da notícia é destacar o desconhecimento sobre as profundezas oceânicas e a necessidade de mais investimentos em tecnologia.
    • O impacto é a conscientização sobre a importância de explorar e preservar os oceanos para entender ecossistemas e espécies desconhecidas.
    • A pesquisa também revela que a maioria das expedições ocorreu perto de países desenvolvidos, deixando outras regiões subexploradas.
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A exploração do solo oceânico profundo ainda é um mistério para a humanidade. Um estudo recente revelou que observamos apenas 0,001% dessa vasta área, o que equivale a aproximadamente 3.823 km², uma área similar ao município de Diamantina, em Minas Gerais. Essa descoberta ressalta o quão pouco conhecemos sobre as profundezas do oceano e a necessidade de investir em novas tecnologias e explorações.

Um novo estudo publicado na Science Advances mostra o quão pouco do fundo do mar foi visto de perto: cerca de 3.823 km², ou seja, 0,001% do total. Para você ter uma ideia, essa área é um pouco maior que um décimo do tamanho da Bélgica. Em termos brasileiros, seria como comparar com o município de Diamantina, em Minas Gerais. Usando um outro jeito de calcular, os estudiosos chegaram a um número ainda menor: mais ou menos 2.130 km², o que seria do tamanho de Palmas, no Tocantins.

O estudo foi feito por especialistas da Ocean Discovery League, uma organização não governamental que busca aumentar o conhecimento sobre o oceano profundo, ou seja, aquelas áreas com mais de 200 metros de profundidade. Para chegar a essa conclusão, eles juntaram informações de aproximadamente 44 mil mergulhos feitos desde 1958.

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A pesquisa se concentra nas explorações onde os cientistas conseguiram ver o solo oceânico profundo. Isso significa que eles precisaram observar diretamente o que existe lá embaixo. Existem outras formas de estudar o fundo do mar, como o uso de satélites que mapeiam a topografia, mas o estudo mostra que as observações diretas ainda são muito raras.

Além disso, quase 30% das observações que foram registradas aconteceram antes da década de 1980. A maioria dessas imagens são fotos de baixa qualidade e em preto e branco, o que dificulta ainda mais a identificação do que realmente existe nessas profundezas.

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Outro ponto importante revelado pela pesquisa é que 65% das observações foram feitas a menos de 200 milhas náuticas (370 km) da costa dos Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia. Essa distância marca o limite das zonas econômicas exclusivas (ZEEs) dos países costeiros, onde eles têm prioridade no uso de recursos e na gestão do meio ambiente. Apenas 19% das expedições são realizadas em águas internacionais.

Mapa das expedições ao oceano profundo entre 1958 e 2024
O mapa mostra as expedições ao oceano profundo entre 1958 e 2024. Elas se localizam principalmente nos EUA, Japão e Nova Zelândia (NOAA Ocean Exploration/Divulgação)

Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia, junto com a França e Alemanha, foram responsáveis por 97,2% das expedições analisadas. Katy Croff Bell, presidente da Ocean Discovery League e principal autora do estudo, disse em entrevista que “quando poucas nações decidem o que e onde explorar, muitas outras são deixadas de fora, inclusive em suas próprias águas”. Ela acredita que é fundamental que mais países tenham a chance de explorar seus próprios oceanos e tomar decisões sobre o que lhes interessa.

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De acordo com os autores, o monitoramento visual é um dos métodos mais importantes para estudar o fundo do mar, junto com o mapeamento e a coleta de amostras. A observação direta permite analisar o comportamento e as interações da vida marinha.

Bell usa uma comparação interessante: “Imagine tentar contar a história de lugares importantes como a savana africana ou a floresta amazônica usando apenas imagens de satélite e amostras de DNA, sem nunca ver o que vive lá. Não seria uma visão completa”.

O Desafio da Exploração do Solo Oceânico Profundo

Apesar da importância de explorar o solo oceânico profundo, apenas 0,001% foi observado visualmente. Para dimensionar o quão pouco isso representa, basta pensar que 66% de todo o planeta é oceano profundo, mas 99,999% dele continua desconhecido. O principal motivo para essa falta de exploração é o alto custo envolvido.

A pesquisa aponta que é preciso aumentar o acesso a essas áreas através de tecnologias mais baratas e fáceis de usar, além de oferecer mais treinamento para pessoas em todo o mundo. Assim, será possível expandir o conhecimento sobre o solo oceânico profundo e seus mistérios.

A Importância do Acesso Global à Exploração Marinha

Para Bell, é crucial democratizar o acesso à exploração do solo oceânico profundo. Ela ressalta que, quando apenas um grupo seleto de nações lidera as expedições, muitos outros países perdem a oportunidade de explorar seus próprios recursos marinhos e tomar decisões informadas sobre sua gestão.

Afinal, o monitoramento visual do solo oceânico profundo não é apenas uma questão de curiosidade científica; é uma ferramenta essencial para entender os ecossistemas marinhos, descobrir novas espécies e avaliar os impactos das atividades humanas no fundo do mar. Com mais acesso e tecnologia de ponta, será possível construir um futuro mais sustentável e garantir a preservação dos oceanos para as próximas gerações.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via Superinteressante

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.