Marcas em Marte são causadas por acúmulo de poeira, não por água, revela estudo

Estudo revela que as marcas em Marte são formadas por poeira, não por água, desmistificando teorias sobre vida no planeta. Saiba mais!
Atualizado há 6 horas atrás
Marcas em Marte são causadas por acúmulo de poeira, não por água, revela estudo
Novo estudo descarta água em marcas de Marte, reforçando mistérios sobre vida no planeta. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Marcas em Marte, antes associadas a fluxos de água, são na verdade causadas por acúmulo de poeira, segundo novo estudo.
    • O estudo analisou 87 mil imagens de satélite para concluir que as marcas são formadas por processos secos, como ventos e impactos de meteoros.
    • Essa descoberta reduz as expectativas de encontrar vida na superfície de Marte, mas a busca por água subterrânea continua.
    • A pesquisa também sugere que o número total dessas marcas pode chegar a dois milhões, indicando um fenômeno comum no planeta.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já faz um tempo que os cientistas olham para Marte e se perguntam se o planeta já teve água. Imagens feitas desde a década de 70 mostram umas listras escuras bem curiosas nos paredões e crateras marcianas. A galera mais otimista chegou a pensar que seriam rastros de água, o que aumentaria a chance de ter vida por lá. Mas, calma! Um estudo novo botou água fria – ou melhor, tirou a água – dessa história, mostrando que essas marcas são, na verdade, só poeira acumulada. Será que Marte é mesmo esse deserto inóspito que a gente pensa?

Acúmulo de poeira explica Marcas em Marte

A pesquisa analisou um monte dessas marcas nas imagens de satélite e concluiu que elas parecem rios, mas são formadas por processos secos. É como se a poeira enganasse nossos olhos, dando a impressão de que rolou um fluxo de líquido ali. Essa descoberta só reforça a ideia de que Marte não é um paraíso para os seres vivos, pelo menos não na sua superfície.

De acordo com os cientistas, essas listras se formam quando a poeira fininha que está na atmosfera de Marte se junta em terrenos inclinados. Daí, basta um empurrãozinho – tipo um vento forte, um impacto de meteoro ou até um tremor de terra – para que a poeira desça a encosta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“As partículas de poeira criam esses padrões que lembram fluxos, mesmo sem ter água. Isso acontece porque a poeira, quando é muito fina, se comporta quase como um líquido: ela escorre, se divide e forma desenhos que parecem dedos”, explica Adomas Valantinas, pesquisador da Universidade Brown e um dos autores do estudo publicado na revista Nature Communications.

Valantinas ainda completa: “É parecido com a areia seca, que também escorre como água quando a gente joga. Só que em Marte, a poeira é super fina e a gravidade é menor, o que faz com que essa ‘escorrida’ pareça ainda mais com um fluxo de água”.

Leia também:

Análise de imagens de satélite revela segredos das Marcas em Marte

Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou cerca de 87 mil imagens de satélite, incluindo fotos feitas entre 2006 e 2020 por uma câmera que está a bordo de uma sonda da Nasa. Nessas imagens, eles viram as estrias nas encostas, que aparecem de repente e somem com o passar dos anos. Elas têm, em média, de 600 a 775 metros de comprimento e, às vezes, se dividem e desviam de obstáculos.

A maioria dessas estrias está no hemisfério norte de Marte, principalmente em três áreas: nas planícies de Elysium Planitia, nas terras altas de Arabia Terra e no planalto vulcânico de Tharsis, onde fica o Olympus Mons, um vulcão que é quase três vezes mais alto que o Everest.

Os pesquisadores acreditam que, por causa da baixa qualidade das imagens de satélite, eles só conseguiram identificar uma pequena parte das estrias nas encostas. Eles estimam que o número total pode chegar a dois milhões!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A água é fundamental para a vida como a conhecemos, e Marte já foi bem diferente do que é hoje. Bilhões de anos atrás, o planeta era mais úmido e quente. A grande questão é se ainda existe água líquida por lá, mesmo que em pouca quantidade e só quando a temperatura sobe um pouco.

A busca por água e vida em Marte continua

Ainda existe a chance de ter um pouco de água em Marte, vinda de gelo escondido, de fontes subterrâneas ou até de um ar mais úmido do que o normal. Essa água poderia se misturar com o sal do solo e formar um fluxo, mesmo com o frio congelante do planeta. Se isso acontecer, as estrias nas encostas poderiam ser um lugar onde a vida poderia existir.

“É muito difícil para a água líquida existir na superfície de Marte por causa do frio e da pressão atmosférica baixa. Mas a água salgada poderia existir por um tempo curto”, explica Valentin Bickel, geomorfologista planetário da Universidade de Berna, na Suíça, e outro líder do estudo.

Para analisar tantas imagens, os cientistas usaram um sistema de aprendizado de máquina que procurava padrões de temperatura, poeira na atmosfera, impactos de meteoritos e outras características do terreno. Essa análise mostrou que as estrias nas encostas aparecem com mais frequência nas áreas com mais poeira e que seguem os padrões de vento. Algumas também se formam perto de lugares que foram atingidos por meteoritos ou que tiveram terremotos recentemente.

E por falar em exploração espacial, você sabia que a Microsoft está investindo pesado em inteligência artificial para acelerar descobertas científicas? A empresa lançou uma IA que descobre novos compostos químicos em tempo recorde, o que pode ser um divisor de águas para futuras missões em Marte e além.

Outras pistas sobre a superfície marciana

Os pesquisadores também estudaram umas marcas menores e mais rápidas, chamadas linhas recorrentes em encostas, que aparecem mais nas terras altas do sul de Marte. Elas crescem no verão e somem no inverno. Os resultados indicaram que essas marcas também são causadas por processos secos, como redemoinhos de poeira e quedas de pedras.

A análise mostrou que nenhum dos dois tipos de marca tinha relação com fatores que indicariam a presença de água ou gelo, como mudanças grandes de temperatura, umidade alta ou encostas viradas para um lado específico.

“No fim das contas, tudo se resume à busca por vida. Se as estrias nas encostas e as linhas recorrentes fossem causadas por água líquida ou salgada, elas poderiam ser um lugar para a vida existir. Mas, se não tiverem nada a ver com água, podemos procurar outros lugares mais promissores”, finaliza Bickel.

E por falar em descobertas, você sabia que até bactérias estão sendo encontradas em lugares inusitados? Recentemente, uma nova bactéria foi descoberta na estação espacial chinesa Tiangong, mostrando que a vida pode ser mais resiliente do que imaginamos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.