O Android Q pode dar um enorme passo para trás para favorecer operadoras. Entenda.

A nova versão do Android, o Android Q, poderá dar as operadoras poder de bloquear definitivamente smartphones vendidos aos usuários. Isso representaria um passo para trás aos usuários de smartphones, fruto de uma possível exigência das operadoras ao Google.

De acordo com vazamentos do sistema, a empresa adiciono 4 novas commits ao código fonte do Android. Seriam, teoricamente, “Melhorias na restrição impostas pelas operadoras”.

Se essas commits se tornarem definitivas, as operadoras teriam o poder de excluir suas rivais em uma base de lista de permissês (lista negra) no software customizados por elas. Os relatórios do 9to5Google mostram mais detalhes, neles são mostrados que até MVNOs (operadoras virtuais) poderiam bloquear uma operadora que compartilha sua mesma infraestrutura.

Naturalmente, isso é uma má notícia para os usuários do Android. Como resultado, eles teriam menos liberdade para escolher em quais redes poderiam se inscrever no futuro, depois de comprar um dispositivo atrelado em sua operadora.

Essas restrições adicionais se estendem até os telefones dual-SIM. Sob as novas condições, as operadoras poderão bloquear o segundo slot SIM, a menos que um SIM aprovado esteja no slot principal. Essa configuração duraria mesmo após um hard-reset (reset de fábrica), diz o relatório.

Android voltando ao passado

Se o Google passar por essa mudança no Android Q, é improvável que isso seja olhado de modo favorável pelos consumidores. Isso certamente convenceria os fãs do Android a comprar smartphones desbloqueados, em vez de aceitar um aparelho bloqueado pela operadora, ou seja: pagar bem mais caro.

Mas porque o Google faria isso? Obviamente é algo em favor das operadoras, talvez até um lobby criado por elas.

Provavelmente, se isso acontecer, os usuários terão que recorrer a métodos mais difíceis para desbloquear aparelhos, que necessitariam de acesso root e/ou ferramentas especiais. Isso seria voltar no tempo, nos primeiros anos do Android em que qualquer alteração mais profunda era necessário isso.

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.