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Radiação do Wi-Fi a noite vai te matar? Vem cá que eu te explico

Radiação do Wi-Fi a noite vai te matar? Vem cá que eu te explico 3

Já fazem alguns anos que existem pseudo-especialistas em radiação na internet, dizendo que você deve desligar o Wi-Fi durante a noite para não morrer de câncer. O fato é que artigos sobre coisas perigosas que colocam em risco sua vida são bem comuns, já ouviram falar de alguém que não usa forno microondas com medo da radiação que pode matar? Então, a mesma coisa acontece com o Wi-Fi.

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Antes de tudo, que fique claro que não somos cientistas e nem donos da verdade. O artigo foi escrito com base em artigos de fontes confiáveis sobre o assunto. Porém, também existem artigos contrário ao que acreditamos.

Nem todas as radiações são iguais e nem todas são ruins

Antes de entendermos por que o Wi-Fi é, ou não, um perigo para sua saúde a ponto de precisar desligar o mesmo durante a noite, seria bom entendermos os fundamentos sobre comunicação por rádio e a radiação que ela produz.

A palavra radiação é uma palavra assustadora para a maioria das pessoas. Esse medo vem lá dos anos 60, quando os americanos aterrorizados pela Guerra Fria e medo de uma bomba nuclear russa, chegaram a construir abrigos antiaéreos no quintal. Também reforça o medo, o fato que é por causa da radiação vinda de usinas nucleares, que desastres como o de Chernobyl ou da usina de Fukushima, aconteceram.

Mas antes de correr ao seu roteador e desligar, é preciso entender que existem dois tipos de radiação: a ionizante e a não ionizante.

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Radiação Ionizante

A radiação ionizante é uma coisa perigosa e inclui radiação de raios-x, radiação gama e outras. A radiação ionizante consiste em ondas eletromagnéticas com energia suficiente para fazer com que os elétrons se desprendam de átomos e moléculas, alterando sua estrutura – num processo conhecido como ionização.

Essa radiação ao entrar em contato com o corpo humano pode interagir com o DNA e provocar câncer. E mesmo uma exposição baixa, mas persistente, ao longo do tempo pode aumentar significativamente seu risco de pegar a doença.

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Mas, de maneira controlada, ela pode ser usada para fins benéficos. Um exemplo, é o Raio-X usado em equipamentos radiológicos para fins médicos no diagnóstico e tratamento de doenças. A quantidade de radiação à qual você é exposto durante procedimentos médicos de rotina é, ao longo de sua vida, menor do que a quantidade de radiação à qual você está exposto durante voos em aviões que você faz em suas viagens de negócios e férias, que, a propósito, também não irão afetar sua saúde.

Radiação não ionizante

Do outro lado, temos a radiação não ionizante. Essa radiação não tem energia suficiente para ionizar átomos e penetrar no nosso corpo e alterar nossas células. Incluem aqui a radiação infravermelha, luz visível e transmissões de rádio — incluindo todas, desde ondas baixas usadas em walkie-talkies, até ondas mais altas, como a usada no forno microondas e, ainda bem, na nossa amada conexão Wi-Fi.

Quer uma palavra oficial sobre o assunto? A Organização Mundial da Saúde, que tende a agir com cautela antes de descartar completamente algo tóxico, cancerígeno ou prejudicial, é muito clara ao dizer que não há risco à saúde dos dispositivos de comunicação por radiofrequência. Esse artigo, é uma ótima leitura que destaca quão baixo é o risco da contaminação por Wi-Fi. Eles até citam o exemplo de locais como escolas e hospitais próximas a localidades com alta concentração de redes Wi-Fi, sendo expostas à radiação de radiofrequência milhares de vezes inferior aos padrões internacionais de segurança projetados para proteger indivíduos nesses lugares especiais. Mas, vale lembrar, que na ciência tem sempre um estudo contrário.

Resumindo:

Ainda tem dúvidas sobre seu Wi-Fi?

Vamos fazer uma analogia com o forno microondas e o Wi-Fi. Você pode pensar a respeito do forno microondas: eles são maus! Aquecem as coisas e pode me queimar vivo! Sim, isso é verdade, desde que você entre em um forno do seu tamanho.

O magnetron no seu micro-ondas, em média, produz cerca de 700 watts de energia de microondas e essa descarga é contida com segurança na carcaça do forno, com uma blindagem adequada. Mesmo se o microondas estivesse com defeito e a blindagem estivesse começando a falhar, você não sentiria nada em pé na mesma sala que o dispositivo.

Em comparação, mesmo um roteador Wi-Fi de ponta muito potente produz apenas cerca de 1 watt de energia de microondas e, diferentemente do magnetron em um forno de microondas, um roteador Wi-Fi irradia esse minúsculo 1 watt de energia em uma bolha, como nuvem ao redor do roteador. Em outras palavras, se você quiser aquecer até um mililitro de água acima da temperatura ambiente usando essa energia, ficará esperando … bem, para sempre.

Esses dispositivos não apenas possuem poderes operacionais radicalmente diferentes, mas também estão à mercê da lei do quadrado inverso. A lei do quadrado inverso é uma lei física que afirma que a quantidade ou intensidade da radiação de onda linear é diretamente inversa à distância que o corpo observador / afetado está da fonte da radiação. Na ilustração acima, você pode ver como quanto mais a área (A) está da fonte da radiação (S), menor a exposição que ela recebe. Esta lei se aplica ao Wi-Fi, microondas, luz visível e todo tipo de ondas que experimentamos ao nosso redor no mundo natural.

Por causa dessa lei física, mesmo que segurar um roteador Wi-Fi diretamente contra sua testa fosse muito perigoso (e, asseguramos que não), trabalhar em seu escritório em casa a 5 metros do roteador Wi-Fi não seria perigoso simplesmente porque a radiação de microondas do já minúsculo roteador Wi-Fi de 1 watt teria diminuído radicalmente em intensidade. Ao considerar que a radiação Wi-Fi já é inofensiva, você vê que não há situação em que o sinal Wi-Fi do seu roteador, laptop, celular ou qualquer outro dispositivo Wi-Fi em sua casa possa possivelmente machucá-lo.

Então é isso pessoal, esqueçam o coitado do roteador Wi-Fi, ele não é seu inimigo.

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