Astrônomos registram colisão rara entre galáxias com bilhões de anos

Astrônomos observam duas galáxias em rota de colisão, revelando como a radiação de um quasar afeta a formação de estrelas. Saiba mais!
Atualizado em 26/05/2025 às 11:47
Astrônomos registram colisão rara entre galáxias com bilhões de anos
Astrônomos revelam como um quasar influencia a formação de estrelas em galáxias em colisão. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Astrônomos testemunharam duas galáxias em rota de colisão, um evento cósmico raro datado de 11,4 bilhões de anos atrás.
    • O estudo revela como a radiação de um quasar pode interromper a formação de estrelas em uma galáxia vizinha.
    • Essa descoberta oferece insights valiosos sobre a evolução do universo e as interações entre galáxias.
    • A pesquisa foi realizada com telescópios avançados no Chile, destacando a importância da tecnologia na astronomia.
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Astrônomos testemunharam um evento cósmico raro: duas galáxias, cada uma com um número de estrelas comparável ao da Via Láctea, em rota de colisão. A observação, realizada com telescópios no Chile, captura um momento crucial na evolução galáctica, revelando como a radiação de um quasar pode influenciar a formação de novas estrelas em uma galáxia vizinha. Este fenômeno, datado de 11,4 bilhões de anos atrás, oferece insights valiosos sobre o universo primordial e as interações entre galáxias.

Colisão Galáctica em Tempo Real

As galáxias foram observadas como existiam há cerca de 11,4 bilhões de anos, aproximadamente 2,4 bilhões de anos após o Big Bang, o evento que marcou o início do universo. No coração de uma dessas galáxias, encontra-se um quasar, um objeto ultraluminoso alimentado por gás e outros materiais caindo em um buraco negro supermassivo. A intensa radiação emitida pelo quasar está perturbando as nuvens de gás e poeira, conhecidas como nuvens moleculares, na galáxia vizinha.

Essas nuvens moleculares são os berçários de estrelas, mas a radiação do quasar está transformando as nuvens na região afetada em “minúsculas nuvenzinhas densas, pequenas demais para formar estrelas”, explica o astrofísico Sergei Balashev, do Instituto Ioffe em São Petersburgo, Rússia, e coautor principal do estudo publicado na revista Nature. De acordo com Balashev, esta é a primeira vez que um fenômeno como este é observado.

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As estrelas se formam pela lenta contração dessas nuvens sob a gravidade, com pequenos centros tomando forma, aquecendo e se transformando em novas estrelas. No entanto, a galáxia afetada pela radiação do quasar está ficando com menos regiões capazes de servir como berçários estelares, prejudicando sua taxa de formação de estrelas.

Janja alvo da oposição: Uma Justa Medieval Cósmica

A interação entre as duas galáxias remete a uma justa medieval, com cavaleiros armados investindo um contra o outro. “Assim como cavaleiros em uma justa avançando um contra o outro, essas galáxias estão se aproximando rapidamente. Uma delas — a hospedeira do quasar — emite um poderoso feixe de radiação que atravessa a galáxia companheira, como uma lança. Essa radiação ‘fere’ seu ‘oponente’ ao perturbar o gás”, compara o astrônomo e coautor Pasquier Noterdaeme, do Instituto de Astrofísica de Paris, na França.

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Os buracos negros supermassivos são encontrados no centro de muitas galáxias, inclusive na Via Láctea. Os pesquisadores estimam que a massa do buraco negro que alimenta o quasar estudado seja cerca de 200 milhões de vezes maior que a do nosso Sol.

A força gravitacional do buraco negro atrai gás e outros materiais em sua direção e, ao entrar em alta velocidade, o material se aquece devido ao atrito, formando um disco que emite radiação extremamente poderosa em duas direções opostas. A luz ultravioleta de um desses feixes é a responsável pelos danos no gás da galáxia companheira.

Este buraco negro supermassivo é muito mais massivo do que o Sagittarius A*, o buraco negro no centro da Via Láctea, que tem aproximadamente 4 milhões de vezes a massa do Sol e está localizado a cerca de 26 mil anos-luz da Terra.

Descobertas e Implicações Futuras

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Os pesquisadores utilizaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma) para caracterizar as duas galáxias e o Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul, para investigar o quasar e o gás na galáxia companheira. A configuração das galáxias, vista da Terra, permitiu aos pesquisadores observar a radiação do quasar passando diretamente através da galáxia companheira.

A maioria das fusões galácticas observadas por astrônomos ocorreu mais tarde na história do universo. “As galáxias são tipicamente encontradas em grupos, e interações gravitacionais naturalmente levam a fusões ao longo do tempo cósmico”, explica Noterdaeme. “De acordo com o entendimento atual, essas duas galáxias no fim se fundirão em uma única galáxia maior. O quasar desaparecerá à medida que esgotar o combustível disponível.” Entender esses processos é fundamental para compreendermos a evolução do nosso universo, e, quem sabe, onde acompanhar Anápolis x Maringá na Série C hoje.

As descobertas recentes sobre colisões galácticas oferecem uma visão sem precedentes sobre os processos que moldaram o universo ao longo de bilhões de anos. A observação direta de galáxias em interação precoce permite aos cientistas testar teorias sobre a formação de estruturas cósmicas e o papel dos buracos negros supermassivos nesses eventos. Este tipo de pesquisa não só aprofunda nosso conhecimento sobre o universo, mas também destaca a importância de telescópios avançados e colaborações internacionais na exploração do cosmos, assim como a missão da NASA captura fenômeno raro de ‘arco-íris espacial’ pela primeira vez.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.