Cientistas descobrem gene ancestral que originou as raízes das plantas

Pesquisa revela que gene RLF, crucial para raízes, já existia em plantas ancestrais sem raízes. Entenda a descoberta.
Atualizado há 5 horas atrás
Cientistas descobrem gene ancestral que originou as raízes das plantas
Gene RLF é vital para raízes e já existia em plantas ancestrais sem raízes. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Cientistas japoneses descobriram que o gene RLF, essencial para raízes em plantas vasculares, já existia em plantas ancestrais sem raízes.
    • Você pode entender como a evolução reutiliza genes para novas funções, revelando a complexidade da vida vegetal.
    • A descoberta pode impactar a agricultura, ajudando a desenvolver plantas com melhor absorção de nutrientes e crescimento.
    • O estudo também oferece insights sobre como a natureza adapta soluções genéticas ao longo de milhões de anos.
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Cientistas japoneses da Universidade de Kobe descobriram que o gene Gene para formação de raízes, chamado RLF, existia em plantas muito mais antigas do que se imaginava. Esse gene, que regula o desenvolvimento das raízes em plantas vasculares, já estava presente em plantas simples como as hepáticas, que surgiram há cerca de 470 milhões de anos. Essa descoberta ilustra como a seleção natural reutiliza trechos de DNA para novas funções ao longo da evolução.

Descoberta do Gene RLF em Hepáticas

A equipe de Fukaki Hidehiro identificou que o gene RLF, essencial para o desenvolvimento das raízes em plantas vasculares, também está presente em hepáticas. As plantas vasculares são as mais comuns na Terra, incluindo árvores, arbustos e ervas. As hepáticas, por outro lado, são plantas mais simples que nem sequer possuem raízes.

Essa descoberta foi publicada na revista científica New Phytologist e demonstra como a evolução frequentemente “recicla” partes do DNA para novas funções. Um exemplo famoso dessa reutilização é o gene Syncytin-1, que originalmente pertencia a um retrovírus, mas acabou sendo fundamental para a formação da placenta humana.

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Em sua declaração à imprensa, Hidehiro explicou: “Nosso grupo já havia descoberto que um gene chamado RLF é necessário para o desenvolvimento das raízes laterais na planta Arabidopsis thaliana, que é uma planta vascular, parente da mostarda. Queríamos saber se o equivalente desse gene em outras plantas também estaria envolvido em processos semelhantes”.

O Papel do Gene RLF em Plantas Simples

Para investigar o papel do gene RLF em plantas mais simples, Fukaki utilizou a hepática Marchantia polymorpha, uma planta terrestre que se assemelha a um pequeno guarda-chuva e não possui raízes verdadeiras. Surpreendentemente, essa planta também possui uma versão do gene RLF.

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Os pesquisadores observaram que as hepáticas sem o gene RLF apresentavam deformações em diversos órgãos, indicando que o RLF desempenha um papel crucial no desenvolvimento de órgãos nessas plantas mais primitivas. Além disso, a equipe demonstrou que os genes RLF das duas espécies são intercambiáveis: o gene da Arabidopsis pode funcionar na hepática, e vice-versa.

Essa intercambialidade sugere que a função básica do gene RLF foi conservada ao longo de milhões de anos de evolução, mesmo em plantas com estruturas tão diferentes. Para saber mais sobre como a inovação pode transformar o futuro da sua empresa, não deixe de conferir outros conteúdos.

Esta pesquisa oferece uma visão fascinante sobre a história evolutiva das plantas e como os genes podem ser adaptados e reutilizados para diferentes propósitos ao longo do tempo. A descoberta do gene para formação de raízes em plantas sem raízes levanta questões intrigantes sobre as origens e a evolução das estruturas vegetais.

Relevância da Descoberta

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A descoberta de que o gene RLF é mais antigo que as próprias raízes oferece uma nova perspectiva sobre a evolução das plantas terrestres. Ao mostrar que um gene crucial para o desenvolvimento das raízes já existia em plantas ancestrais, a pesquisa sugere que a capacidade de formar raízes pode ter surgido mais tarde na evolução, utilizando um gene pré-existente que já desempenhava outras funções.

Esse tipo de “reciclagem” de genes é um fenômeno comum na evolução, permitindo que novas estruturas e funções surjam de forma mais eficiente. A identificação do papel do gene RLF em hepáticas também pode ajudar os cientistas a entender melhor o desenvolvimento de órgãos em plantas terrestres e como as plantas se adaptaram à vida na terra.

Além disso, essa pesquisa pode ter implicações práticas na agricultura e na biotecnologia. Ao entender como os genes regulam o desenvolvimento das raízes, os cientistas podem ser capazes de desenvolver novas estratégias para melhorar o crescimento das plantas e a absorção de nutrientes, com potencial para aumentar a produção de alimentos e reduzir a dependência de fertilizantes. Para saber mais sobre esse tema, não deixe de conferir nosso artigo sobre o Brasil pode superar apagão genético com lições da Estônia.

Estudos como este revelam a complexidade da vida e a engenhosidade da evolução, mostrando como a natureza encontra soluções criativas para os desafios que surgem ao longo do tempo. Afinal, como a ciência está aprendendo com os artistas sobre a percepção das cores, a natureza também nos ensina todos os dias.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Superinteressante

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.