Cocô de pinguim influencia formação de nuvens e clima na Antártida, revela estudo

Cientistas descobrem que o guano de pinguins forma nuvens que podem resfriar ou aquecer a Antártida, impactando o clima global.
Atualizado há 11 horas atrás
Cocô de pinguim influencia formação de nuvens e clima na Antártida, revela estudo
Guano de pinguins forma nuvens que influenciam o clima da Antártida e globalmente. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • O guano de pinguins, rico em amônia, interage com compostos de enxofre do oceano, formando nuvens na Antártida.
    • Essas nuvens podem resfriar ou aquecer a região, dependendo de sua localização, influenciando o clima local e global.
    • O estudo ajuda a entender como processos naturais afetam o clima e pode servir de base para pesquisas sobre mudanças climáticas.
    • O fenômeno também destaca a importância da conservação das populações de pinguins para o equilíbrio ambiental.
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Já imaginou que o cocô de pinguim pudesse influenciar o clima da Antártida? Cientistas descobriram que o guano desses animais, rico em amônia, interage com compostos de enxofre do oceano, formando nuvens. Essas nuvens podem ter um papel importante nas temperaturas locais, resfriando ou aquecendo a região, dependendo de sua localização. Acompanhe para entender como esse ciclo natural impacta o clima global.

O Guano e a Formação de Nuvens na Antártida

Um estudo recente publicado na revista Communications Earth & Environment revelou que o guano —nome chique para o cocô de pinguim— tem um papel importante na formação de nuvens na Antártida. Milhões de pinguins se alimentam e se reproduzem no continente gelado, deixando para trás toneladas de excrementos. Essa matéria orgânica é rica em nitrogênio, que se decompõe em amônia.

Os cientistas descobriram que a amônia liberada pelo guano se mistura com compostos de enxofre provenientes do oceano. Essa combinação resulta na formação de partículas que auxiliam na criação de nuvens em questão de horas. Modelos computacionais já haviam previsto que nuvens formadas por guano de aves marinhas no Ártico podem resfriar o solo, mas os efeitos climáticos precisavam de confirmação.

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As nuvens formadas pelo cocô de pinguim podem ter diferentes efeitos, dependendo de sua localização. Quando localizadas sobre o oceano, podem resfriar a região. No entanto, se estiverem sobre o gelo, podem reter o calor e contribuir para o aquecimento da superfície. Essa dinâmica complexa exige mais estudos para determinar o impacto total no clima antártico.

A Pesquisa na Base Marambio

Matthew Boyer, principal autor do estudo e doutorando na Universidade de Helsinque, destacou a importância de entender as conexões entre os elementos do planeta. “Existem conexões entre coisas que acontecem em nosso planeta natural que não esperamos necessariamente”, disse Boyer. “E essa é uma delas.”

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Na base Marambio, localizada na península Antártica, Boyer e sua equipe mediram a concentração de amônia perto de uma colônia de 60 mil pinguins-de-adélia (_Pygoscelis adeliae_) em janeiro de 2023. Os resultados mostraram que o guano era uma fonte significativa de amônia na costa, superando até mesmo a amônia proveniente do oceano Antártico. Quando o vento soprava da direção da colônia, os instrumentos da equipe, localizados a 8 km de distância, registraram concentrações de amônia mil vezes maiores que o nível normal.

Mesmo após os pinguins deixarem a área e seu guano no final de fevereiro, a concentração de amônia permaneceu mais de cem vezes superior ao nível normal. Durante o período de aumento da amônia, a equipe observou a formação de névoa, que estava diretamente relacionada à maior concentração de partículas de aerossol, levando cerca de 3 a 4 horas para se formar.

Boyer explicou que os produtos químicos presentes no guano aceleram a formação de nuvens. Compostos de enxofre do fitoplâncton oceânico se combinam com amônia e dimetilamina do guano, acelerando a formação de partículas de nuvem em até 10 mil vezes.

O Impacto das Nuvens no Clima Antártico e as Migrâneas por uso do smartphone

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O efeito exato dessas nuvens no clima ainda não está totalmente claro. As nuvens têm a capacidade de absorver radiação tanto do sol quanto do planeta. A maioria das nuvens na Terra exerce um efeito de resfriamento, refletindo a luz solar de volta para o espaço. No entanto, Boyer aponta que o gelo também é altamente reflexivo e emite radiação. Se uma nuvem for menos reflexiva que o gelo abaixo dela, pode aprisionar o calor e contribuir para o aquecimento da superfície.

Estudos anteriores, utilizando modelos computacionais, sugerem que o efeito final dessas nuvens seria o resfriamento da superfície. Um estudo de 2016, que analisou nuvens sobre o Ártico formadas a partir de guano de aves marinhas, indicou um efeito de resfriamento significativo na região, excedendo 1 watt por m² perto de grandes colônias de aves marinhas. Os modelos computacionais desse estudo mostraram que as nuvens consistiam em gotículas menores e em maior quantidade, refletindo mais luz solar de volta para o espaço.

“Podemos levantar a hipótese de que haverá um efeito de resfriamento das nuvens porque, em geral, esse é o efeito mais proeminente das nuvens na atmosfera”, disse Boyer, que pretende realizar mais observações para confirmar essa hipótese. “Modelos são uma boa maneira de estimar como as coisas poderiam ser, mas você precisa verificar com medições.” Se você precisa de uma tela de qualidade para realizar suas medições, veja essa análise sobre foco excessivo da Samsung em megapixels prejudica seus celulares topo de linha.

Segundo Boyer, colônias maiores de pinguins ou espécies de pinguins maiores poderiam produzir nuvens ainda mais extensas. Nuvens maiores tendem a ter mais gotículas, porém menores, refletindo mais luz solar e produzindo menos precipitação.

O Futuro das Populações de Pinguins

Não está claro como as emissões de guano mudarão no futuro, especialmente considerando as mudanças nas populações de pinguins. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) aponta que cerca de uma dúzia de populações de pinguins estão em declínio. Curiosamente, os pinguins-de-adélia estudados por Boyer são uma das poucas espécies que apresentam um aumento em seus números.

Ken Carslaw, cientista atmosférico da Universidade de Leeds que não participou da pesquisa, afirmou que as descobertas não são surpreendentes, já que experimentos de laboratório mostraram que os gases emitidos pelo guano ajudam a formar partículas na atmosfera. Ele também ressaltou que o estudo é uma “confirmação valiosa de que o que foi observado em laboratório pode explicar o que está acontecendo na atmosfera real”.

Carslaw acrescentou que essas partículas de aerossol ou nuvens formadas pelo cocô provavelmente não terão um impacto significativo nas mudanças climáticas, mesmo que sofram alterações substanciais. No entanto, ele enfatizou a importância de entender esses gases de guano, pois fazem parte da atmosfera natural e servem como linha de base para quantificar e compreender os efeitos humanos no clima. Para entender melhor as mudanças climáticas, você pode acompanhar os debates sobre sustentabilidade e regulamentação da IA no Brasil.

“É vital entender que esses ambientes naturais são a linha de base a partir da qual quantificamos e entendemos os efeitos humanos no clima”, disse Carslaw. “Essas observações são mais uma peça do quebra-cabeça que ajudará a melhorar como as nuvens são representadas nos modelos climáticos.” Além disso, com o aumento das discussões sobre sustentabilidade, vale a pena verificar como Sebastião Salgado transformou uma fazenda devastada em floresta.

O Impacto Global das Mudanças na Antártida

Cientistas têm monitorado como as mudanças climáticas causadas pelo homem afetam o Ártico há muito tempo, mas as tendências na Antártida têm sido mais variadas até recentemente. Nos últimos sete anos, o continente registrou três verões com níveis recorde de baixo gelo marinho, o que alguns cientistas interpretam como os primeiros sinais de que as mudanças climáticas causadas pelo homem estão se sobrepondo aos processos naturais na Antártida.

As mudanças locais na Antártida e no Ártico têm um impacto global no clima. O derretimento de ambas as camadas de gelo influencia o aumento do nível do mar em todo o mundo, que se estima subir um metro até 2100. No entanto, essa distribuição não é uniforme, com algumas áreas já sofrendo os efeitos.

“Os oceanos e os pinguins estão influenciando a atmosfera e realmente influenciando o clima local na Antártida”, disse Boyer. “As mudanças locais na Antártida terão um impacto no clima global.” Além de monitorar o clima, é importante ficar de olho na segurança, como mostra a notícia sobre a polícia que desmantelou uma central de golpe via SMS em apartamento na Avenida Paulista.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.