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- Um estudo genético identificou seis descendentes vivos de Leonardo da Vinci, rastreando sua árvore genealógica por 21 gerações.
- O objetivo da pesquisa é entender as raízes biológicas da genialidade e saúde de Da Vinci, além de desvendar mistérios históricos.
- Essa descoberta pode revolucionar o conhecimento sobre figuras históricas e influenciar futuras pesquisas em genética e história.
- A análise do DNA também pode revelar informações sobre a saúde e causas da morte do artista.
Um estudo genético surpreendente revelou a existência de seis descendentes vivos de Leonardo da Vinci, o gênio renascentista que revolucionou a arte e a ciência há mais de 500 anos. A pesquisa, liderada por uma equipe internacional conhecida como Leonardo DNA Project, rastreou a árvore genealógica do artista até 1331, abrangendo 21 gerações e mais de 400 indivíduos. As descobertas oferecem novas perspectivas sobre a vida, a genialidade e até mesmo a saúde de Da Vinci.
Descobertas Genealógicas do Projeto Leonardo DNA
Após três décadas de pesquisa genealógica, o Projeto Leonardo DNA lançou o livro “Genìa Da Vinci. Genealogy and Genetics for Leonardo’s DNA”, que detalha a extensa árvore genealógica do gênio renascentista. Apesar de Leonardo não ter tido filhos, seus numerosos meios-irmãos, cerca de 22, permitiram rastrear sua linhagem até os dias atuais. Essa descoberta abriu portas para análises genéticas que podem revelar informações surpreendentes sobre o artista.
A equipe internacional identificou 15 descendentes da linha masculina da família Da Vinci, relacionados ao pai e ao meio-irmão de Leonardo. Seis desses descendentes, que ainda estão vivos, participaram de análises genéticas. O resultado mais notável foi a descoberta de que esses seis compartilham segmentos idênticos do cromossomo Y, transmitido de pai para filho. Segundo David Caramelli, diretor do projeto na Universidade de Florença, isso indica que a linha masculina da família Da Vinci permaneceu geneticamente intacta por pelo menos 15 gerações.
Além da análise genética, os pesquisadores confirmaram a existência de uma tumba familiar na igreja de Santa Croce, em Vinci. Este local pode abrigar os restos mortais do avô de Leonardo, Antonio, seu tio Francesco e vários meios-irmãos. Antropólogos da Universidade de Florença recuperaram fragmentos de ossos que estão sendo analisados. Um dos espécimes corresponde a um homem cuja idade coincide com a dos supostos parentes do artista, o que reforça a validade das descobertas.
O Objetivo da Reconstrução da Linhagem Familiar
Alessandro Vezzosi, coautor do livro, explica que o objetivo de reconstruir a linhagem da família Da Vinci até os dias atuais é possibilitar a pesquisa científica de seu DNA. A expectativa é que essa análise revele as raízes biológicas da acuidade visual, criatividade e até mesmo aspectos da saúde e causas da morte de Leonardo. Para quem se interessa por história e ciência, é uma oportunidade de revisitar o passado e tentar desvendar alguns mistérios.
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O livro também revela aspectos desconhecidos da vida de Leonardo. Ao analisar registros cadastrais antigos, os autores identificaram sete casas da família Da Vinci no povoado e no castelo de Vinci, bem como duas propriedades do próprio Leonardo, herdadas de seu tio Francesco. Entre as descobertas mais intrigantes está um misterioso desenho a carvão descoberto na lareira de um prédio antigo em Vinci. A obra, batizada de Dragão Unicórnio, retrata uma criatura fantástica de “rara intensidade expressiva”, que os especialistas sugerem ser do próprio Leonardo.
Leonardo da Vinci: Pioneiro da Epigenética?
Uma das sugestões mais fascinantes do livro é que Leonardo pode ter sido um pioneiro do que hoje chamamos de epigenética. Seus escritos sobre hereditariedade apontam para a possível influência da dieta, do sangue e do comportamento dos pais sobre seus descendentes. Essa visão antecipa séculos de descobertas modernas sobre como fatores externos podem modificar a expressão dos genes. Para conhecer mais sobre como a ciência avança, vale a pena conferir como chimpanzés usam pedras para bater em árvores como forma de comunicação, um estudo que também revela curiosidades do mundo natural.
“Em seus estudos sobre geração, a concepção se torna um ato complexo no qual a natureza, a emoção e o destino se cruzam”, afirma Agnese Sabato, coautora do trabalho. Essa perspectiva inovadora de Leonardo sobre a hereditariedade demonstra sua capacidade de antecipar conceitos que só seriam desenvolvidos séculos depois.
O Futuro da Pesquisa do DNA de Leonardo da Vinci
Jesse H. Ausubel, diretor do projeto na Universidade Rockefeller, expressa otimismo quanto às possibilidades futuras. “Até mesmo uma pequena impressão digital em uma página pode conter células para sequenciamento. A biologia do século 21 está mudando a fronteira entre o incognoscível e o desconhecido.” As tecnologias avançadas de sequenciamento de DNA podem revolucionar nossa compreensão de figuras históricas como Leonardo da Vinci, trazendo à tona informações que antes eram inacessíveis.
Apesar do entusiasmo, os pesquisadores permanecem cautelosos. Caramelli ressalta que análises mais detalhadas ainda precisam ser feitas para verificar se o DNA recuperado dos restos ósseos da família está suficientemente bem preservado para confirmar plenamente as descobertas. Além disso, o trabalho ainda não passou por uma revisão por pares, e nenhum DNA confirmado do próprio Leonardo da Vinci foi identificado até o momento.
O projeto, que teve início em 2016, é coordenado pela Universidade Rockefeller com a participação do J. Craig Venter Institute e da Universidade de Florença. Ele representa um marco na interseção entre ciência, história e cultura. Se os pesquisadores conseguirem sequenciar fragmentos de DNA suficientes, poderemos estar diante de uma nova era em nossa compreensão do homem que pintou a Mona Lisa e projetou máquinas voadoras séculos antes de seu tempo. Para complementar, você pode saber mais sobre se a inteligência artificial pode ter consciência, um debate que também desafia nossos conhecimentos.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo