Estudo global revela que bater em crianças não traz benefícios, inclusive no Brasil

Pesquisa abrangente mostra que punições físicas afetam negativamente o desempenho escolar e a saúde mental das crianças.
Atualizado há 15 horas
Estudo global revela que bater em crianças não traz benefícios, inclusive no Brasil
Punições físicas prejudicam o desempenho escolar e a saúde mental das crianças. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Um estudo global, com dados de 92 países, incluindo o Brasil, comprovou que bater em crianças não traz benefícios.
    • Se você é pai ou educador, essa pesquisa pode ajudar a repensar práticas disciplinares e buscar alternativas mais saudáveis.
    • As punições físicas estão associadas a problemas como baixo desempenho escolar, saúde mental fragilizada e relacionamentos familiares prejudicados.
    • O estudo reforça a necessidade de políticas públicas e conscientização para proteger o desenvolvimento infantil.
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Um estudo recente, abrangendo 22 anos de pesquisas em 92 países, incluindo o Brasil, revelou que bater em crianças não traz benefícios. As descobertas apontam para impactos negativos nas notas escolares, saúde mental e qualidade do sono dos jovens. A análise, publicada no periódico Nature Human Behaviour, reforça a necessidade de repensar as práticas disciplinares e buscar alternativas mais eficazes e saudáveis para o desenvolvimento infantil.

Impactos negativos de bater em crianças comprovados por estudo global

Uma análise abrangente de 189 estudos realizados entre 2002 e 2024, demonstrou que punições corporais não oferecem benefícios para crianças em países de média e baixa renda, como o Brasil. A conclusão alinha-se com pesquisas anteriores em países mais ricos, que também não encontraram efeitos positivos ao bater em crianças como forma de correção ou castigo.

Essa metanálise, que combinou resultados de 92 países, foi conduzida por psicólogos de renomadas universidades americanas, como Harvard, Yale e NYU. A pesquisa foi publicada no periódico Nature Human Behaviour, evidenciando a consistência dos resultados em diferentes contextos culturais e socioeconômicos.

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Antes deste estudo, era desafiador generalizar as conclusões de países de alta renda para o restante do mundo. A ciência global frequentemente apresenta um viés, com a maioria das pesquisas concentradas em países ricos, onde particularidades locais podem influenciar os resultados. Para entender mais sobre o assunto, você pode conferir os modelos de linguagem grandes que estão transformando a interação com a tecnologia e como eles podem auxiliar na análise de dados de pesquisas.

Alguns pesquisadores haviam sugerido que as palmadas poderiam ter efeitos distintos em culturas onde são mais aceitas socialmente. No entanto, essa nova análise global permite afirmar com segurança: não há vantagens em bater em crianças e adolescentes, independentemente da cultura ou do país.

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As consequências negativas dos castigos físicos

Os castigos corporais foram consistentemente associados a diversos problemas. As palmadas estão ligadas a relacionamentos problemáticos entre pais e filhos, maior aceitação e prática de violência, aumento de problemas de saúde mental e uso de substâncias, desempenho escolar inferior, dificuldades de comportamento e sono de pior qualidade.

A metanálise não identificou relações entre punições corporais e habilidades cognitivas, motoras ou a probabilidade de envolvimento em trabalho infantil. Notavelmente, nenhum efeito positivo foi associado aos castigos físicos, reforçando a mensagem de que essa prática é prejudicial em todos os aspectos.

Os resultados são tão robustos e consistentes em diversos estudos que sustentam a afirmação de que “punições físicas são universalmente prejudiciais para crianças e adolescentes”, conforme declarou Jorge Cuartas, principal autor do estudo e pesquisador da NYU.

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O estudo adotou os critérios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para classificar os países por nível de renda. Um país de alta renda possui um PIB per capita de pelo menos US$ 14 mil. O Brasil, com uma renda per capita anual de pouco mais de US$ 10 mil, está na classe média.

Consenso global contra bater em crianças

Entre os países de alta renda, já existia um consenso científico sobre os malefícios de bater em crianças. Em 2006, o secretário-geral da ONU solicitou a proibição dessa prática. Atualmente, 65 países possuem legislações que proíbem total ou parcialmente os castigos físicos, embora a maioria pertença à classe alta das nações.

Com a crescente conscientização dos impactos negativos de bater em crianças, novas pesquisas podem direcionar o desenvolvimento de estratégias para proteger essa população vulnerável e prevenir os castigos corporais em escala global, promovendo o desenvolvimento saudável dos jovens.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Superinteressante

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.