Estudo revela que cães e gatos estão ficando mais parecidos devido à seleção humana

Pesquisa mostra como a seleção humana está tornando cães e gatos mais parecidos. Descubra os impactos na saúde e bem-estar desses animais.
12/05/2025 às 15:37
Estudo revela que cães e gatos estão ficando mais parecidos devido à seleção humana
Resumo da notícia
    • Um estudo analisou crânios de cães e gatos e revelou que a seleção humana está tornando as espécies mais parecidas.
    • Você pode entender como suas preferências por certas características influenciam a evolução dos animais de estimação.
    • Essa tendência pode levar a problemas de saúde para cães e gatos, como dificuldades respiratórias e complicações no nascimento.
    • A pesquisa alerta para a necessidade de práticas de criação mais responsáveis para garantir o bem-estar animal.
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Você já parou para pensar se os nossos queridos cães e gatos estão se tornando mais parecidos? Um estudo recente analisou crânios de diversas raças domesticadas e de animais selvagens, revelando que a predileção humana por certos traços está convergindo as características dessas espécies. Descubra como a evolução de cães e gatos está sendo moldada pelas nossas escolhas e o que isso significa para a saúde e o bem-estar deles.

A Surpreendente Convergência entre Cães e Gatos

À primeira vista, um gato persa e um pug não poderiam parecer mais diferentes. Afinal, um é um felino e o outro, um canino, separados por milhões de anos de evolução. No entanto, a bióloga evolucionária Abby Grace Drake e sua equipe descobriram algo curioso ao escanear 1.810 crânios de gatos, cães e seus parentes selvagens: muitas raças de cães e gatos apresentam uma semelhança notável no formato do crânio.

Na biologia evolutiva, a divergência é um processo bem conhecido, onde organismos que compartilham um ancestral comum se tornam cada vez mais diferentes ao longo do tempo. Por outro lado, a convergência é quando espécies não relacionadas desenvolvem características semelhantes de forma independente, moldadas por pressões evolutivas parecidas. No caso dos animais domesticados, a seleção feita pelos humanos parece ser a chave dessa convergência.

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Apesar de uma longa história de separação evolutiva, raças como o gato persa e o pug compartilham estruturas cranianas surpreendentemente similares. Essa tendência levanta questões importantes sobre como a intervenção humana está remodelando a evolução dessas espécies.

Como a Domesticação Remodela o Crânio dos Animais

Para entender melhor o impacto da domesticação, a equipe de Drake analisou digitalizações 3D de crânios de diversas fontes, incluindo museus e escolas de veterinária. O estudo incluiu gatos domésticos de raças variadas, como siameses, Maine Coon e persas, além de mais de 100 raças de cães, desde os de focinho curto, como os pugs, até os de focinho longo, como os collies.

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Os resultados mostraram que a domesticação não apenas aumentou a diversidade do formato do crânio, mas também levou algumas raças de cães e gatos a se assemelharem entre si. Canídeos selvagens tendem a ter crânios alongados, enquanto felídeos selvagens exibem uma variação mais natural. No entanto, as raças domésticas agora abrangem uma faixa mais extrema em ambas as pontas da escala, como visto em gatos criados para se parecerem com cães da raça XL bully.

Essa convergência destaca o quanto a intervenção humana pode influenciar a evolução, com espécies distantemente relacionadas acabando por se parecer e, às vezes, sofrendo de maneiras semelhantes. A reprodução seletiva, por exemplo, pode exagerar características nas espécies, levando a problemas de saúde.

Preferências Humanas e Características Infantis

A preferência humana por animais de estimação de cara achatada está ligada aos nossos instintos mais básicos. Somos programados para responder a características infantis, como cabeças arredondadas, narizes pequenos e olhos grandes e baixos. Essas características, que são acentuadas em muitas raças de cães e gatos de face achatada, imitam a aparência de bebês humanos, desencadeando comportamentos de cuidado.

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Humanos estão entre as espécies mais altriciais, ou seja, nascemos indefesos e dependentes de cuidadores para sobreviver. Essa característica compartilhamos com cachorros e gatinhos. Em contrapartida, animais precociais conseguem ver, ouvir, ficar em pé e se mover logo após o nascimento. Nossa dependência dos cuidados adultos nos tornou sensíveis aos sinais de vulnerabilidade e necessidade.

Sinais como bochechas arredondadas e olhos arregalados são conhecidos como liberadores sociais, que acionam o comportamento de cuidado nos adultos. Gaivotas-prateadas, por exemplo, têm filhotes que instintivamente bicam uma mancha vermelha no bico dos pais, fazendo com que o adulto regurgite alimento. Animais domesticados, de forma similar, sequestraram mecanismos antigos de cuidado desenvolvidos para nossa própria prole.

Implicações para a Saúde e o Bem-Estar Animal

Ainda que essas características possam dar aos animais de estimação uma vantagem na busca por cuidados e atenção, elas têm um custo. O Comitê de Bem-Estar Animal do Reino Unido tem expressado sérias preocupações sobre o efeito da reprodução seletiva em gatos e cães. Relatórios de 2024 destacaram que a criação de animais com traços físicos extremos leva a problemas de saúde generalizados, incluindo dificuldades respiratórias, condições neurológicas e complicações no nascimento.

O comitê defende que animais com problemas de saúde hereditários graves não devem mais ser usados para reprodução e pede regulamentação mais rígida para os criadores. Sem essas reformas, muitas raças populares continuarão a sofrer de doenças evitáveis que limitam sua vida. A reprodução seletiva demonstra a facilidade com que os humanos podem moldar a natureza e anular milhões de anos de evolução em poucas décadas.

Ao escolhermos animais de estimação que imitam os rostos de nossos bebês, muitas vezes selecionamos, sem querer, características que os prejudicam. Compreender as forças que impulsionam a convergência entre as espécies é um lembrete de que desempenhamos um papel poderoso e, às vezes, perigoso em sua formação. Assim como a Uberlândia firma pacto para se consolidar como polo de inovação tecnológica, precisamos repensar nosso papel na evolução dos animais.

Ao compreendermos melhor o impacto de nossas escolhas na evolução de cães e gatos, podemos promover práticas de criação mais responsáveis e garantir um futuro mais saudável e feliz para nossos companheiros animais. Para quem se interessa por bem-estar animal, vale a pena conferir como o Discord se torna alvo de crimes de extremismo no Brasil, alertam autoridades.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Superinteressante

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