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- Estudo revela que feridas humanas cicatrizam mais lentamente do que em outros mamíferos.
- Você pode entender como a evolução da pele humana impacta a cicatrização.
- A descoberta ajuda a explicar diferenças biológicas e vantagens evolutivas dos humanos.
- O estudo também sugere que a cicatrização lenta pode ter favorecido o desenvolvimento de outras habilidades.
Você já se perguntou por que suas feridas em humanos demoram tanto para cicatrizar em comparação com outros animais? Um estudo recente revelou que nós, humanos, levamos mais tempo para nos recuperar de cortes e arranhões do que outros mamíferos. Mas calma, nem tudo está perdido! Essa “desvantagem” pode ter nos ajudado a desenvolver outras habilidades importantes ao longo da evolução. Vamos entender melhor essa história?
A Surpreendente Lentidão na Cicatrização de Feridas Humanas
Akiko Matsumoto-Oda, bióloga e primatologista da Universidade de Ryukyus, no Japão, observava babuínos selvagens no Quênia e ficou impressionada com a rapidez com que esses macacos se recuperavam de suas feridas em humanos, mesmo as mais graves. Essa observação a motivou a investigar mais a fundo as diferenças nas taxas de cicatrização entre diferentes espécies.
Em um estudo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B, Matsumoto-Oda e seus colegas compararam as taxas de cicatrização de humanos, chimpanzés, macacos e ratos. Os resultados mostraram que as feridas em humanos demoram mais do que o dobro do tempo para cicatrizar em comparação com as dos outros mamíferos analisados.
Para medir a cicatrização em humanos, os pesquisadores recrutaram 24 pacientes que estavam removendo tumores de pele em um hospital. Já para os chimpanzés, foram observados cinco indivíduos mantidos em um santuário, que abriga animais antes usados em pesquisas farmacêuticas. As feridas dos chimpanzés, assim como as dos babuínos selvagens, geralmente eram resultado de desentendimentos entre os animais.
Os outros primatas analisados no estudo, como os babuínos-oliva e macacos, foram anestesiados e tiveram feridas cirúrgicas feitas para monitorar a recuperação. Para comparar humanos e primatas com outros mamíferos, os pesquisadores também anestesiaram ratos e camundongos e fizeram feridas cirúrgicas neles.
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A Perda de Pelos e a Evolução da Pele Humana
A lentidão na cicatrização das feridas em humanos pode ser resultado de uma troca evolutiva que fizemos há muito tempo, quando abandonamos os pelos em favor de uma pele nua e suada, que nos ajuda a manter a temperatura corporal. Essa troca, no entanto, teve um custo.
A bióloga Elaine Fuchs, da Universidade Rockefeller, explica que a cicatrização da pele depende do cabelo, pois cada pelo cresce a partir de um folículo capilar, que também abriga células-tronco. Essas células-tronco podem desenvolver nova pele quando necessário, ajudando a fechar as feridas rapidamente. Como a pele humana tem poucos folículos capilares, a cicatrização acaba sendo mais lenta.
Nossos ancestrais perderam muitos desses folículos, preenchendo a pele com glândulas sudoríparas. Embora essas glândulas também tenham células-tronco, elas são menos eficientes na reparação de feridas. Mas por que fizemos essa troca evolutiva?
As glândulas écrinas, responsáveis pela produção do suor, são encontradas em grande quantidade nos humanos, permitindo que nossos ancestrais se envolvessem em atividades físicas em ambientes quentes e resfriassem seus cérebros. Essa capacidade de regular a temperatura corporal pode ter sido crucial para o desenvolvimento de outras habilidades.
O Equilíbrio Evolutivo e as Vantagens da Pele Humana
A troca de pelos por suor trouxe benefícios que superaram os custos da cicatrização mais lenta. Daniel Lieberman, biólogo da Universidade Harvard, explica que nossas abundantes glândulas sudoríparas e a falta de pelos permitiram que nossos ancestrais se envolvessem em atividades físicas em ambientes quentes, além de resfriar o cérebro.
Matsumoto-Oda e seus colegas sugerem que o apoio social entre os humanos pré-históricos pode ter ajudado pessoas feridas a sobreviver, mesmo com a cicatrização mais lenta. Além disso, é possível que eles tivessem formas de tratar as feridas em humanos, como alguns primatas parecem ter.
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Apesar da desvantagem na cicatrização, os humanos também ganharam vantagens evolutivas ao perder pelos. Como destaca Elaine Fuchs, podemos simplesmente vestir um casaco se precisarmos nos proteger do frio. Ou seja, a evolução nos permitiu adaptar e encontrar soluções para os desafios que surgiram.
Então, da próxima vez que você se machucar, lembre-se que a lentidão na cicatrização das suas feridas em humanos é apenas um pequeno preço a pagar pelas muitas vantagens que nossa pele única nos proporciona. E, quem sabe, essa “desvantagem” pode até nos tornar mais criativos na busca por soluções para nossos problemas!
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo