Estudo revela que quase todos os brasileiros têm DNA miscigenado

Pesquisa inédita mostra que a maioria dos brasileiros tem ancestralidade europeia, africana e indígena, com impactos na medicina de precisão.
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Estudo revela que quase todos os brasileiros têm DNA miscigenado
Maioria dos brasileiros possui ancestralidade diversa, influenciando a medicina de precisão. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Um estudo analisou o DNA de 2.723 brasileiros e confirmou que quase todos têm ancestralidade miscigenada.
    • O objetivo da pesquisa é entender a diversidade genética e seus impactos na saúde e medicina personalizada.
    • Os resultados podem melhorar tratamentos médicos, adaptando medicamentos ao perfil genético de cada pessoa.
    • A pesquisa também revelou que a herança indígena é maior do que se pensava, especialmente no Norte do país.
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Um estudo inédito e abrangente sobre o DNA dos brasileiros revelou que a miscigenação é uma característica marcante da nossa população. A pesquisa também apontou que a herança indígena é mais significativa do que se pensava. Com a análise de milhares de genomas, o estudo traz novas perspectivas sobre a formação do povo brasileiro e seu impacto na saúde e diversidade genética.

Descobertas do estudo sobre o DNA dos brasileiros

A pesquisa, liderada por cientistas da USP, analisou o genoma completo de 2.723 brasileiros de todas as regiões do país. Os resultados mostram que a miscigenação, ao longo de séculos, moldou o DNA dos brasileiros de maneira profunda. Essa misturaResultados apontam para impactos positivos na medicina e revelam a variabilidade genética da população.

A geneticista Lygia da Veiga Pereira, uma das autoras principais do estudo, destaca a importância de observar as consequências biológicas dos processos de formação da população brasileira, que conhecemos dos livros de história. O estudo foi publicado na revista Science.

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Além disso, a pesquisa pode trazer impactos positivos para a saúde dos brasileiros e de outras populações. Conhecer as variantes genéticas presentes no país facilita a “medicina de precisão”, que adapta tratamentos e dosagens de medicamentos ao metabolismo de cada paciente. Essa abordagem é influenciada pelo genoma individual.

A miscigenação no Brasil também significa que o DNA dos brasileiros pode ser uma janela para outros grupos ao redor do mundo. “Se pensarmos que a população brasileira é um grande reservatório de variabilidade de diversas populações pouco representadas em estudos genômicos, como indígenas, africanos e europeus do sul, temos resultados que podem ser úteis para diversos grupos”, explica Tábita Hünemeier, coordenadora do trabalho.

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A complexa mistura de povos e o DNA dos brasileiros

O estudo confirma que a formação da população brasileira foi marcada por uma mistura desigual de povos. Antes da chegada dos europeus, estimava-se que existiam pelo menos 10 milhões de indígenas no território brasileiro. A partir do século 16, cerca de 5 milhões de europeus vieram para o Brasil, principalmente a partir do século 18.

Um número semelhante de africanos foi trazido para o país através do tráfico de escravizados. Também houve contribuições de grupos do leste da Ásia e do Oriente Próximo. Na população atual, a herança genética é, em média, 60% europeia, 27% africana e 13% indígena. Estudos anteriores indicavam que o legado genético ameríndio era inferior a 10%.

Segundo os autores da nova pesquisa, o aumento da participação do genoma de moradores da região Norte do Brasil na amostragem elevou esse número. A região teve maior presença indígena e menos escravizados africanos desde os tempos coloniais.

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A assimetria entre os sexos também é relevante. A predominância europeia é ainda mais evidente no cromossomo Y, que marca a masculinidade. Mais de 70% das linhagens paternas dos brasileiros são de origem europeia, enquanto as linhagens maternas são majoritariamente africanas (42%) e indígenas (35%). Apenas 2% dos homens brasileiros têm um ancestral masculino que pertencia aos povos originários.

Hünemeier aponta que é difícil explicar esse padrão sem considerar os efeitos da violência sexual durante a colonização. “Qualquer outro fator é muito pouco provável, pois o cenário é muito discrepante”, analisa ela. Argumentar que as mulheres de origem não europeia preferiam ter filhos com homens europeus não é crível, segundo a pesquisadora.

Miscigenação e variações regionais no DNA dos brasileiros

Apesar das variações regionais – maior contribuição europeia no Sul e Sudeste, maior proporção de DNA de origem africana no Nordeste e indígena na região Norte – a miscigenação é uma característica presente em todos os estados do país. Casos de pessoas não miscigenadas são raríssimos.

Dez pessoas de São Paulo com DNA exclusivamente do leste da Ásia (descendentes de japoneses), alguns indivíduos 100% europeus também em São Paulo e no Rio Grande do Sul, e outros com mais de 90% de ancestralidade africana foram encontrados. “Esses casos foram muito surpreendentes para mim, já que isso quase não se acha na população brasileira”, conta Hünemeier.

O estudo também revelou pistas sobre a relação entre variações genéticas e a saúde da população brasileira. A equipe identificou cerca de 8 milhões de variantes de DNA até então desconhecidas, das quais mais de 36 mil podem ser prejudiciais ao organismo.

Os pesquisadores detectaram áreas do genoma que parecem ter sido favorecidas pela seleção natural ao longo dos últimos 500 anos. Essas áreas podem influenciar o sistema de defesa do organismo, a idade da menopausa, o peso e outros aspectos do metabolismo. A detecção dessa variabilidade é um passo importante para investigar como ela influencia o organismo e para desenvolver estratégias de prevenção ou tratamento.

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Implicações para a saúde e medicina de precisão do DNA dos brasileiros

O estudo sobre o DNA dos brasileiros abre portas para avanços significativos na medicina de precisão. A identificação de variantes genéticas específicas da população brasileira pode otimizar tratamentos, adaptando medicamentos e dosagens às características metabólicas de cada indivíduo. Essa personalização da medicina pode levar a terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

Além disso, a pesquisa pode contribuir para a prevenção de doenças, identificando predisposições genéticas e permitindo a adoção de medidas preventivas. Conhecer a fundo o genoma brasileiro é fundamental para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e para a melhoria da saúde da população.

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O aprofundamento no estudo do DNA dos brasileiros, com o uso de tecnologias e investimentos, promete trazer benefícios para a saúde e bem-estar da população. A medicina de precisão, impulsionada por essas descobertas, tem o potencial de transformar a forma como os tratamentos são conduzidos, tornando-os mais eficazes e personalizados.

Avanços e estudos futuros do DNA dos brasileiros

O estudo do DNA dos brasileiros representa um marco na compreensão da nossa diversidade genética e abre caminhos para futuras pesquisas. A identificação de milhões de variantes genéticas desconhecidas oferece um vasto campo de investigação para cientistas de diversas áreas.

Estudos futuros poderão explorar a relação entre essas variantes genéticas e a predisposição a diferentes doenças, bem como a resposta a determinados tratamentos. Além disso, a pesquisa pode fornecer informações valiosas sobre a história e a evolução da população brasileira.

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A análise contínua do DNA dos brasileiros, aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias, promete revolucionar a medicina e proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população. O conhecimento da nossa herança genética é uma ferramenta poderosa para a construção de um futuro mais saudável e equitativo.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.