▲
- Peixes-palhaços diminuem de tamanho para sobreviver a ondas de calor, segundo pesquisa publicada na revista Science Advances.
- Você pode entender como as mudanças climáticas afetam a vida marinha e as estratégias de sobrevivência dos animais.
- Essa adaptação pode influenciar a conservação de espécies marinhas e alertar sobre os impactos do aquecimento global.
- O estudo também sugere que o fenômeno pode ser comum em outras espécies, afetando ecossistemas marinhos.
Já pensou em encontrar o Nemo e ele estar menor do que você lembra? Cientistas descobriram que os peixes-palhaços diminuem de tamanho para se adaptar a mudanças climáticas extremas. Essa estratégia foi observada durante uma onda de calor marinha em 2023, quando os peixes encolheram para aumentar suas chances de sobrevivência. Acompanhe para entender como essa adaptação funciona e quais são os riscos futuros.
Estratégia de sobrevivência dos peixes-palhaços
Pesquisadores identificaram uma forma inédita de adaptação nos peixes-palhaço (Amphiprion percula): eles são capazes de diminuir de tamanho para sobreviver em condições ambientais extremas. Essa estratégia foi descoberta durante uma intensa onda de calor marinha que atingiu a Baía de Kimbe, em Papua-Nova Guiné, no ano de 2023.
Durante o estudo, que foi publicado na revista Science Advances, a equipe monitorou 134 peixes-palhaço ao longo de cinco meses. O objetivo era entender melhor o comportamento desses animais. Coincidentemente, uma onda de calor elevou a temperatura da água em 4°C durante o período da pesquisa.
Foi nesse momento que os pesquisadores notaram o encolhimento dos peixes. Ao final do período, os registros mostraram que 71% das fêmeas e 79% dos machos diminuíram de tamanho pelo menos uma vez. Essa redução não se limitou à perda de peso; houve também uma diminuição real no comprimento do corpo dos peixes.
Melissa Versteeg, pesquisadora da Escola de Ciências Naturais e Ambientais da Universidade de Newcastle e principal autora do estudo, relatou que ela e sua equipe ficaram surpresos com o encolhimento dos peixes. Para confirmar os resultados, eles mediram cada indivíduo repetidamente ao longo dos cinco meses.
Leia também:
Benefícios do encolhimento para a sobrevivência
De acordo com o estudo, o encolhimento aumentou em até 78% as chances de os peixes sobreviverem ao estresse causado pelo calor. Além disso, a pesquisa revelou que casais reprodutores que encolheram em sincronia tiveram ainda maiores chances de sobrevivência. As fêmeas ajustaram seu tamanho para permanecerem maiores que seus parceiros, mantendo a hierarquia social essencial para a reprodução da espécie.
Theresa Rueger, professora de Ciências Marinhas Tropicais e também autora do estudo, sugere que, se o encolhimento for um fenômeno generalizado entre diferentes espécies de peixes, isso poderia explicar por que o tamanho de muitas espécies está diminuindo. Ela ressalta a necessidade de mais estudos nessa área, conforme declarado em comunicado.
Versteeg complementa que ainda não se sabe exatamente como os peixes realizam esse encolhimento, mas outros animais, como as iguanas marinhas, também conseguem fazê-lo. As iguanas marinhas podem reabsorver parte de seu material ósseo para encolher em períodos de estresse ambiental.
Embora essa capacidade de encolhimento ofereça uma vantagem adaptativa temporária, os cientistas alertam que o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor marinhas pode superar a resiliência dos peixes-palhaços diminuem de tamanho. A degradação dos recifes de coral e a perda de habitat representam sérias ameaças à sobrevivência desses peixes.
Adaptações e controle de crescimento
Os peixes-palhaço já são conhecidos por controlar seu próprio crescimento para manter a hierarquia social. Quando a fêmea dominante morre, o maior macho se transforma em fêmea, aumentando de tamanho, e o segundo maior macho se torna seu parceiro reprodutivo. Eles também conseguem acelerar ou frear o crescimento para subir ou se manter na ordem social.
O encolhimento, no entanto, é uma descoberta recente. Uma possível explicação é que, como os peixes ajustam seu tamanho ao da anêmona onde vivem, ondas de calor que encolhem as anêmonas também forçam os peixes a se adaptarem. Outra hipótese é que, menores, eles necessitem de menos alimento e oxigênio, aumentando suas chances de sobrevivência em ambientes extremos, um comportamento já visto em iguanas marinhas e salmões jovens sob condições adversas.
Para mais detalhes sobre como os animais se adaptam a diferentes condições, você pode querer saber mais sobre por que homens são mais altos que mulheres.
Diante de um cenário de mudanças climáticas contínuas, entender essas adaptações é crucial para a conservação dos peixes-palhaço e de outras espécies marinhas.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Super