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- Pesquisadores descobriram o título e o autor de um manuscrito carbonizado pelo Vesúvio há 2 mil anos, obra do filósofo Filodemo de Gádara.
- Você pode entender melhor como a tecnologia moderna está recuperando conhecimentos perdidos da antiguidade.
- Essa descoberta amplia o entendimento sobre a filosofia e a cultura da época, enriquecendo o estudo histórico.
- A técnica de raio-X usada pode revolucionar a decifração de outros manuscritos antigos.
Pesquisadores fizeram uma descoberta e tanto! Eles desvendaram o título e o autor de um manuscrito carbonizado pelo Vesúvio há cerca de 2 mil anos. O papiro, parte de uma obra em vários volumes, foi escrito por um filósofo. Essa revelação nos dá uma nova perspectiva sobre a vida e o pensamento daquela época. Vamos mergulhar nessa fascinante história e entender como a tecnologia ajudou a trazer à tona esse conhecimento perdido.
A História por Trás do Manuscrito Carbonizado pelo Vesúvio
Filodemo de Gádara, um filósofo epicurista, viveu no século I a.C. e defendia uma vida sem medo e sofrimento, valorizando o prazer individual. Após estudar em Atenas, ele se estabeleceu em Herculano, perto de Pompeia, onde acabou falecendo em 35 a.C. Anos depois, o Monte Vesúvio destruiu a cidade, soterrando também muitos dos trabalhos de Filodemo.
Agora, com o uso de tecnologias de raio-X, foi possível ler um pergaminho desconhecido desse autor. O pergaminho fazia parte da biblioteca de uma vila romana luxuosa, que se acredita ter pertencido ao sogro de Júlio César. Essa descoberta abre uma janela para entendermos melhor o pensamento e as obras de Filodemo.
As imagens de raio-X revelaram traços de letras a tinta, indicando que o texto pertencia a uma obra em vários volumes chamada “Sobre os Vícios”, escrita no século I a.C. Este pergaminho é um dos três de Herculano que estão guardados nas Bibliotecas Bodleianas em Oxford. É realmente incrível como a tecnologia moderna pode nos conectar com o passado!
Descobertas e a Tecnologia de Raio-X
Michael McOsker, papirologista da University College London, destacou a importância da descoberta: “É o primeiro pergaminho em que a tinta pôde ser vista apenas na digitalização. Ninguém sabia do que se tratava. Nem sabíamos se havia mesmo algo escrito nele.” As escavações no século XVIII encontraram muitos pergaminhos, que hoje estão na Biblioteca Nacional de Nápoles, mas a maioria está tão danificada que se desintegra ao ser aberta.
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Um grande avanço veio do Vesuvius Challenge, uma competição global que premia soluções tecnológicas para decifrar esses textos. Em 2024, estudantes ganharam um prêmio ao criar um software de IA capaz de ler 2.000 letras gregas de um pergaminho. Um dos textos revelou a palavra grega para “nojo”.
Equipes do desafio e da Universidade de Würzburg identificaram o título Sobre os Vícios e o autor, Filodemo. O pergaminho pode ser o primeiro volume de uma série que trata de temas como arrogância, ganância e bajulação. Para quem se interessa por história e tecnologia, vale a pena conferir como um computador antigo rodou inteligência artificial moderna, mostrando que a inovação pode vir de onde menos esperamos.
O Futuro da Decifração de Manuscritos Antigos
McOsker comentou sobre o progresso tecnológico: “Todo o progresso tecnológico que foi feito ocorreu nos últimos três a cinco anos e, considerando a escala de tempo dos classicistas, isso é inacreditável. Tudo o que estamos obtendo da biblioteca de Herculano é novo para nós”. A tecnologia de imagem por contraste de fase com raios-X é um grande avanço.
Essa técnica vai além da radiografia convencional. Enquanto os raios-X tradicionais medem a quantidade de radiação que atravessa um objeto, o contraste de fase detecta pequenas distorções causadas por variações na estrutura interna do objeto. Mesmo em materiais aparentemente uniformes, como os pergaminhos carbonizados, essa técnica faz toda a diferença.
No caso dos pergaminhos de Herculano, os rolos foram cuidadosamente posicionados diante de um feixe de raios-X de altíssimo brilho. As imagens revelam a leve elevação das letras sobre a superfície do papiro, e não os compostos químicos da tinta. Como a tinta era à base de carbono, ela permaneceu sobre as fibras, criando um relevo quase imperceptível.
Esse desnível, detectado com precisão pelo contraste de fase, permite que os contornos das letras se tornem visíveis, mesmo após terem sido queimados e soterrados por dois mil anos. É uma verdadeira revolução na forma como estudamos e acessamos o conhecimento do passado.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Super