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- Uma rocha gigante em Tonga foi movida por um tsunami há cerca de 7.000 anos, segundo estudo publicado na revista Marine Geology.
- O objetivo da notícia é explicar como fenômenos naturais extremos podem alterar paisagens e influenciar a mitologia local.
- O estudo ajuda a entender a força dos tsunamis e como eventos similares podem ocorrer no futuro, impactando regiões costeiras.
- A descoberta também reforça a importância de tecnologias de monitoramento para prever e mitigar desastres naturais.
Já imaginou uma rocha gigante no penhasco de uma ilha, deslocada por um tsunami há milhares de anos? Essa é a história de Maka Lahi, um enorme rochedo em Tonga, no Pacífico Sul. Cientistas investigaram como essa formação rochosa, que faz parte da mitologia local, foi parar a mais de 200 metros da costa e no topo de um penhasco de 12 andares. A resposta, segundo um estudo recente, está nas ondas gigantescas de um tsunami.
Descoberta e Mitologia da Rocha Gigante
Pequenas fazendas familiares marcam a paisagem da costa sul de Tongatapu, a maior ilha de Tonga, no Pacífico Sul. No meio das plantações de mandioca e bananeiras, encontra-se algo que chama a atenção: um rochedo enorme e esbranquiçado. Essa rocha, importante na mitologia local, despertou o interesse de cientistas, que descobriram que ela foi movida para o interior da ilha há milhares de anos.
O estudo, publicado na revista Marine Geology, sugere que ondas de tsunami ultrapassaram um penhasco de aproximadamente 36 metros, impulsionando a rocha para sua localização atual. Esse evento pode ter sido provocado por um terremoto na fossa Tonga-Kermadec. Rochas fora do lugar são comuns em regiões costeiras ao redor do mundo, com tsunamis sendo os principais suspeitos de transportá-las.
Em julho do ano passado, pesquisadores foram a Tongatapu para examinar diversas rochas costeiras. No último dia de trabalho, agricultores locais mencionaram uma rocha ainda maior nas terras da família Teisina. A rocha era enorme, comparável a uma casa de dois andares. “Era surreal”, disse Martin Köhler, geocientista da Universidade de Queensland, Austrália, que liderou a pesquisa. A rocha de calcário estava quase escondida pela vegetação.
“Parecia uma colina”, comentou o sismólogo Mafoa Penisoni, do Serviço Geológico de Tonga, que acompanhou os pesquisadores. Köhler e seus colegas examinaram a rocha, conhecida como Maka Lahi, que significa “pedra grande”. Ricardo Ramalho, geólogo da Universidade de Cardiff, que não participou do estudo, afirmou que é raro encontrar um bloco tão grande transportado por um tsunami.
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Análise e Simulações do Transporte da Rocha Gigante
Os pesquisadores coletaram amostras das formações que crescem nas laterais da rocha, similares a estalactites e estalagmites, que se formam com o tempo pela dissolução do calcário pela água. A Maka Lahi está a mais de 200 metros da costa e no topo de um penhasco de calcário de 12 andares. Como não há nada mais alto ao redor, a equipe concluiu que a rocha foi deslocada da borda do penhasco por ondas gigantes.
Com simulações computacionais, os pesquisadores modelaram ondas de diferentes alturas, variando entre 10 e 600 segundos. A equipe descobriu que ondas de pelo menos 49 metros de altura seriam necessárias para mover a rocha da borda do penhasco e fazê-la rolar ou deslizar até sua posição final. Essas ondas são muito maiores do que as registradas no tsunami do Oceano Índico em 2004 e no tsunami de Tōhoku em 2011.
Annie Lau, geomorfologista da Universidade de Queensland e orientadora de Köhler, explicou que esses tsunamis foram causados por terremotos, e as alturas das ondas de tais eventos costumam ser menores. Portanto, um tsunami provocado por um terremoto provavelmente não foi o responsável nesse caso. “Acreditamos que provavelmente foi um tsunami causado por deslizamento de terra”, disse Lau. Ocorrido em 2022, quando o vulcão submarino Hunga, perto de Tonga, entrou em erupção, enviando ondas de cerca de 15 metros para a costa norte de Tongatapu.
Datação e Possíveis Causas do Tsunami
Köhler e sua equipe estimaram que as ondas gigantes que transportaram Maka Lahi ocorreram há cerca de 7.000 anos. Essa estimativa é baseada na idade das formações laterais na metade inferior da rocha. Como Tonga foi povoada apenas há cerca de 3.000 anos, não havia humanos para testemunhar esse evento. “É mais antigo que a ocupação humana de Tonga”, disse Köhler.
É difícil determinar o que desencadeou ondas tão gigantescas há tanto tempo, mas existem evidências geológicas de que grandes ondas também inundaram a Ilha Norte da Nova Zelândia há cerca de 7.000 anos. Esse evento é atribuído a um terremoto na fossa Tonga-Kermadec, que se estende por 1.600 quilômetros da Nova Zelândia até Tonga. Esse movimento do solo pode ter causado um deslizamento de terra perto de Tongatapu, gerando as ondas que moveram a Maka Lahi.
Para confirmar essa hipótese, é necessário encontrar evidências de um deslizamento de terra. “Precisamos procurar a cicatriz do deslizamento”, disse Lau. Esse trabalho é crucial para entender os mecanismos e a frequência desses riscos, segundo Ramalho. Tais eventos podem ocorrer novamente, e é importante estar preparado. “Um dia, talvez, enfrentaremos um evento como esse.” E, com o avanço da Inteligência Artificial no mundo físico, podemos ter melhores ferramentas para prever e mitigar esses desastres.
A busca por evidências de um deslizamento de terra é crucial para entender a causa desse antigo tsunami. Além disso, compreender como equilibrar inovação e redução de custos nas empresas brasileiras pode ser fundamental para investir em tecnologias de monitoramento e alerta precoce. Afinal, a história de Maka Lahi serve como um lembrete de que a natureza tem forças capazes de moldar paisagens e culturas.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.